“...mas há um abismo
entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus...
... Honesto é aquele
que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a
felicidade e a honra visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado
hipócrita...
... Não basta, para ser
honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de
tudo não ter transgredido as leis divinas. Honesto aos olhos de Deus será
aquele que, possuído, de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao
progresso dos seus semelhantes; aquele que animado de um zelo sem limites, for
ativo na vida; ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e
exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações, sem
esquecer a condição de servo ao qual o Senhor pedirá contas, um dia, do emprego
do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo.
Assim, o homem honesto,
perante Deus, deve evitar cuidadoso as palavras mordazes, veneno oculto sob
flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de
ridículo. O homem honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a
quaisquer germens de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e
benévolo para com os que o agredirem; deve perdoar do fundo, d’alma sem
esforços e, sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim,
praticar o preceito conciso e grandioso que se resume “no amor de Deus sobre
todas as coisas e do próximo como a si mesmo.”
Livro: “O Céu e o Inferno”
de Allan Kardec
48ª ed. FEB - 2002
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