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‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)
- Comunicações d’Além Túmulo -
Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier
Officinas Graphicas d’A
Noite
Rua
do Carmo, 29
1918
Tomás de Aquino (S.)
O
espírito apresenta-se ao médium vidente cercado de grande irradiação Luminosa.
A
vidente não consegue distinguir as feições do espírito,
devido às luzes
deslumbrantes que o circundam -
luz branca muito brilhante,
guarnecido de azul claro, contornada por uma larga
faixa de luz índigo (azul pavão).
Finalmente,
a vidente reconhece um vulto de homem trajando vestes brancas,
que lhe diz ser
o espírito de Tomás de Aquino.
__________
É, meus irmãos, Tomás de Aquino que
vos visita neste momento.
É o humilde servo do Senhor que foi
outrora interpretador das grandes e sábias verdades, que hoje baixa entre vós
para falar-vos em nome de Deus e de Jesus.
Tomás de Aquino, meus queridos
irmãos, está entre as criaturas para dar-lhes boas notícias e aconselhá-las,
apontando-lhes o caminho mais fácil para chegar ao fim da jornada que vão
fazendo por este mundo de misérias e provações dolorosas.
Tomás de Aquino não é mais aquele
que, noutros tempos, dificilmente compreendia a infinita misericórdia de Deus e
o alcance da doutrina de Jesus, que somente agora sabe compreender e
interpretar no seu verdadeiro fundo, penetrando o sentido das diferentes
parábolas do Mestre.
Somente agora é que o pobre Tomás
pode fitar o sol do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo sem se perturbar,
sem que o brilho e o esplendor dessa luz maravilhosa o deslumbrem, cegando-o
como tem acontecido a outros olhos ainda não aptos para essas sublimes
contemplações. Somente hoje, após tantos séculos! É que Tomás se anima a vir
perante vós, dizer o que sabe e compreende agora da doutrina de Jesus.
Foi preciso todo esse tempo, muito
longo para vós outros, para que o antigo doutor da Igreja visse quão afastado
vivera das grandes e sublimes verdades ensinadas por Nosso Senhor Jesus Cristo,
quão falsas foram as suas conclusões e destruídas da lógica e despidas do
verdadeiro espírito cristão as suas afirmações relativas à misericórdia e
Justiça de Deus, à infinita sabedoria do Criador, que o envia hoje aqui para
desdizer tudo quanto proclamou outrora como verdade absoluta e indestrutível.
Foi preciso que corressem os tempos, que o vosso planeta fizesse muitos giros
em torno do centro que o atrai, que a vossa terra visse desaparecer muitas
gerações, para que o vosso irmão Aquino recebesse a luz da Infinita Sabedoria,
que lhe iluminou a razão, lhe esclareceu o entendimento e o guia nesta hora, em
que - na presença de Deus e em face do mundo, onde pregou e ensinou a verdade
incompleta e imperfeita, ainda errônea e falsamente proclamada entre os homens -
confessa o seu erro, declarando-se arrependido de tudo quanto afirmou, embora
sincera e desinteressadamente.
Venho hoje ao mundo para prestar as
minhas profundas e reverentes homenagens à infinita sabedoria e infinita
misericórdia de Deus, pelos grandes favores, as imensas graças, os
incomensuráveis benefícios dispensados ao espírito que, neste momento, se
confessa perante os homens o mais ignorante e obscuro de todos os discípulos de
Jesus, reconhecendo a imperfeição dos ensinos que deu aos seus irmãos, quando
teve a pretensão de guiá-los no caminho do bem e da salvação eterna.
Presto, pois, hoje aqui, diante dos
meus irmãos, todas as homenagens à Deus, curvando-me ante essa luz
brilhantíssima emanada da Fonte Suprema - a verdade espírita, a única que
poderá consolar o homem, aliviá-lo dos tormentos e dos martírios que o mundo
acarreta para os que nele vivem sem uma luz que os oriente no caminho da
virtude e do aperfeiçoamento, conduzindo-os à verdadeira felicidade.
Nada sabia eu outrora quando vos
falei em nome de uma verdade que conhecia superficial e imperfeitamente,
atribuindo à Infinita Misericórdia intuitos e propósitos que jamais nutriu em
seu seio. Ignorante e cego era quem vos fala hoje nesta epístola, quando, do
alto da sua cátedra, afirmava a existência de um Deus cruel, desumano e
vingativo, sempre disposto a castigar os filhos que delinquem por fraqueza ou
ignorância, lançando no inferno, onde - segundo eu afirmava - iam suportar
eternamente os horrores das chamas.
Nada sabia o vosso irmão Aquino interpretar
quando entre vós lançou os princípios filosóficos que ainda hoje vos infelicitam,
apontando a justiça de Deus como a dos homens, emprestando ao Criador
sentimentos que a vós outros repugna possuir.
Sou, entretanto, ainda pouco
instruído nas grandes verdades que vejo brilhar aqui aos meus olhos, não sei
ainda bem decifrar os mistérios e os enigmas que, a cada passo, se antolham no
meu caminho. Tenho ainda hoje os olhos meio vendados, não podendo por isso
devassar toda a grandeza da obra de Deus, penetrar os meandros da Sua infinita
sabedoria, descer ao fundo insondável da natureza para arrancar de lá todos os
segredos que, certo desejaríeis o vosso irmão Tomás de Aquino revelasse aqui
aos vossos olhos, ávidos para contemplar a verdade em toda a sua pureza e
simplicidade.
Faltam-me ainda muitas luzes, o meu
espírito luta com as incertezas dos neófitos aos transporem os umbrais da
escola, onde vão receber a luz do saber nos ensinamentos dados pelos mestres.
Sinto-me perturbado diante das maravilhas e dos esplendores das coisas divinas
que se patenteiam aos meus olhos de um modo tão positivo, que não sei como
possa resumi-lo nesta acanhada retificação que estou fazendo aos ensinamentos
que, noutros tempos, espalhei na Terra.
Pouco, muito pouco mais do que soube
outrora, sei hoje para proclamar aqui, diante dos homens, aos quais dei noções
diversas das que venho divulgar agora.
Aqui onde me acho, onde o médium me
vê, nada posso adiantar ao que outros espíritos mais esclarecidos e iluminados
pela luz da Sabedoria Infinita, já disseram aos homens da Terra. Tudo quanto
sei já foi dito e repetido pelos que me precederam nesta “Revelação”.
Logo, o que ides ouvir nada mais é do
que a recapitulação do que já ouvistes de outros lábios; a verdade que venho
pregar já escutastes de outras bocas; recebestes de outras mãos melhores
prendas; mais ricas e custosas pérolas vos foram dadas por abalizados
mensageiros do Senhor. Tudo quanto vos venho oferecer, pois, é já conhecido por
vós outros, sabeis já bastante para que as minhas palavras não vos causem
surpresa, nem abalem as vossas consciências.
Deus, porém, manda repetir as eternas
verdades que Ele confia aos seus filhos escolhidos para estas missões de
caridade e amor. Quer o Altíssimo que fiquem bem gravadas no vosso espírito as
sublimes verdades contidas no Evangelho de Jesus, Seu Filho amado e Salvador do
mundo.
Tudo, portanto, quando venho
dizer-vos é apenas para avivar cada vez mais na vossa alma a chama da fé,
alimentar no vosso espírito a confiança na infinita misericórdia e no infinito
amor de Deus. Trago-vos uma luz cujo brilho já conheceis, uma chama cujo calor
já sentistes. Se venho acende-la de novo, é para que tenhais sempre os olhos
fitos nessa luz sublime e divina que há de guiar-vos no caminho da vida,
conduzindo os vossos passos para o bem e para a verdadeira felicidade.
Repetirei o que já ouviste, se me for
permitido, se a Divina Luz me não abandonar neste momento, se Deus me inspirar,
derramando sobre o meu espírito os brilhantes raios da Sua infinita sabedoria,
e se a Misericórdia Divina inflamar neste instante o meu verbo, se o Infinito
amor deixar cair as suas infinitas doçuras sobre as minhas palavras, tendo
certeza de que alguma coisa direi que impressione e abale as vossas
consciências.
Tende, então a bondade de ouvir-me.
-continua-
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