segunda-feira, 10 de junho de 2013

8a. 'Revelação dos Papas' - Tomás de Aquino



8a

‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo -


Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918

      
Tomás de Aquino (S.)

O espírito apresenta-se ao médium vidente cercado de grande irradiação Luminosa.
A vidente não consegue distinguir as feições do espírito, 
devido às luzes deslumbrantes que o circundam - luz branca muito brilhante, 
guarnecido de azul claro, contornada por uma larga faixa de luz índigo (azul pavão).
Finalmente, a vidente reconhece um vulto de homem trajando vestes brancas,
 que lhe diz ser o espírito de Tomás de Aquino.

__________

          É, meus irmãos, Tomás de Aquino que vos visita neste momento.

          É o humilde servo do Senhor que foi outrora interpretador das grandes e sábias verdades, que hoje baixa entre vós para falar-vos em nome de Deus e de Jesus.

          Tomás de Aquino, meus queridos irmãos, está entre as criaturas para dar-lhes boas notícias e aconselhá-las, apontando-lhes o caminho mais fácil para chegar ao fim da jornada que vão fazendo por este mundo de misérias e provações dolorosas.

          Tomás de Aquino não é mais aquele que, noutros tempos, dificilmente compreendia a infinita misericórdia de Deus e o alcance da doutrina de Jesus, que somente agora sabe compreender e interpretar no seu verdadeiro fundo, penetrando o sentido das diferentes parábolas do Mestre.

          Somente agora é que o pobre Tomás pode fitar o sol do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo sem se perturbar, sem que o brilho e o esplendor dessa luz maravilhosa o deslumbrem, cegando-o como tem acontecido a outros olhos ainda não aptos para essas sublimes contemplações. Somente hoje, após tantos séculos! É que Tomás se anima a vir perante vós, dizer o que sabe e compreende agora da doutrina de Jesus.

          Foi preciso todo esse tempo, muito longo para vós outros, para que o antigo doutor da Igreja visse quão afastado vivera das grandes e sublimes verdades ensinadas por Nosso Senhor Jesus Cristo, quão falsas foram as suas conclusões e destruídas da lógica e despidas do verdadeiro espírito cristão as suas afirmações relativas à misericórdia e Justiça de Deus, à infinita sabedoria do Criador, que o envia hoje aqui para desdizer tudo quanto proclamou outrora como verdade absoluta e indestrutível. Foi preciso que corressem os tempos, que o vosso planeta fizesse muitos giros em torno do centro que o atrai, que a vossa terra visse desaparecer muitas gerações, para que o vosso irmão Aquino recebesse a luz da Infinita Sabedoria, que lhe iluminou a razão, lhe esclareceu o entendimento e o guia nesta hora, em que - na presença de Deus e em face do mundo, onde pregou e ensinou a verdade incompleta e imperfeita, ainda errônea e falsamente proclamada entre os homens - confessa o seu erro, declarando-se arrependido de tudo quanto afirmou, embora sincera e desinteressadamente.

          Venho hoje ao mundo para prestar as minhas profundas e reverentes homenagens à infinita sabedoria e infinita misericórdia de Deus, pelos grandes favores, as imensas graças, os incomensuráveis benefícios dispensados ao espírito que, neste momento, se confessa perante os homens o mais ignorante e obscuro de todos os discípulos de Jesus, reconhecendo a imperfeição dos ensinos que deu aos seus irmãos, quando teve a pretensão de guiá-los no caminho do bem e da salvação eterna.

          Presto, pois, hoje aqui, diante dos meus irmãos, todas as homenagens à Deus, curvando-me ante essa luz brilhantíssima emanada da Fonte Suprema - a verdade espírita, a única que poderá consolar o homem, aliviá-lo dos tormentos e dos martírios que o mundo acarreta para os que nele vivem sem uma luz que os oriente no caminho da virtude e do aperfeiçoamento, conduzindo-os à verdadeira felicidade.

          Nada sabia eu outrora quando vos falei em nome de uma verdade que conhecia superficial e imperfeitamente, atribuindo à Infinita Misericórdia intuitos e propósitos que jamais nutriu em seu seio. Ignorante e cego era quem vos fala hoje nesta epístola, quando, do alto da sua cátedra, afirmava a existência de um Deus cruel, desumano e vingativo, sempre disposto a castigar os filhos que delinquem por fraqueza ou ignorância, lançando no inferno, onde - segundo eu afirmava - iam suportar eternamente os horrores das chamas.

          Nada sabia o vosso irmão Aquino interpretar quando entre vós lançou os princípios filosóficos que ainda hoje vos infelicitam, apontando a justiça de Deus como a dos homens, emprestando ao Criador sentimentos que a vós outros repugna possuir.

          Sou, entretanto, ainda pouco instruído nas grandes verdades que vejo brilhar aqui aos meus olhos, não sei ainda bem decifrar os mistérios e os enigmas que, a cada passo, se antolham no meu caminho. Tenho ainda hoje os olhos meio vendados, não podendo por isso devassar toda a grandeza da obra de Deus, penetrar os meandros da Sua infinita sabedoria, descer ao fundo insondável da natureza para arrancar de lá todos os segredos que, certo desejaríeis o vosso irmão Tomás de Aquino revelasse aqui aos vossos olhos, ávidos para contemplar a verdade em toda a sua pureza e simplicidade.

          Faltam-me ainda muitas luzes, o meu espírito luta com as incertezas dos neófitos aos transporem os umbrais da escola, onde vão receber a luz do saber nos ensinamentos dados pelos mestres. Sinto-me perturbado diante das maravilhas e dos esplendores das coisas divinas que se patenteiam aos meus olhos de um modo tão positivo, que não sei como possa resumi-lo nesta acanhada retificação que estou fazendo aos ensinamentos que, noutros tempos, espalhei na Terra.

          Pouco, muito pouco mais do que soube outrora, sei hoje para proclamar aqui, diante dos homens, aos quais dei noções diversas das que venho divulgar agora.

          Aqui onde me acho, onde o médium me vê, nada posso adiantar ao que outros espíritos mais esclarecidos e iluminados pela luz da Sabedoria Infinita, já disseram aos homens da Terra. Tudo quanto sei já foi dito e repetido pelos que me precederam nesta “Revelação”.

          Logo, o que ides ouvir nada mais é do que a recapitulação do que já ouvistes de outros lábios; a verdade que venho pregar já escutastes de outras bocas; recebestes de outras mãos melhores prendas; mais ricas e custosas pérolas vos foram dadas por abalizados mensageiros do Senhor. Tudo quanto vos venho oferecer, pois, é já conhecido por vós outros, sabeis já bastante para que as minhas palavras não vos causem surpresa, nem abalem as vossas consciências.

          Deus, porém, manda repetir as eternas verdades que Ele confia aos seus filhos escolhidos para estas missões de caridade e amor. Quer o Altíssimo que fiquem bem gravadas no vosso espírito as sublimes verdades contidas no Evangelho de Jesus, Seu Filho amado e Salvador do mundo.

            Tudo, portanto, quando venho dizer-vos é apenas para avivar cada vez mais na vossa alma a chama da fé, alimentar no vosso espírito a confiança na infinita misericórdia e no infinito amor de Deus. Trago-vos uma luz cujo brilho já conheceis, uma chama cujo calor já sentistes. Se venho acende-la de novo, é para que tenhais sempre os olhos fitos nessa luz sublime e divina que há de guiar-vos no caminho da vida, conduzindo os vossos passos para o bem e para a verdadeira felicidade.

          Repetirei o que já ouviste, se me for permitido, se a Divina Luz me não abandonar neste momento, se Deus me inspirar, derramando sobre o meu espírito os brilhantes raios da Sua infinita sabedoria, e se a Misericórdia Divina inflamar neste instante o meu verbo, se o Infinito amor deixar cair as suas infinitas doçuras sobre as minhas palavras, tendo certeza de que alguma coisa direi que impressione e abale as vossas consciências.

          Tende, então a bondade de ouvir-me.


-continua-

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