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‘Rimas do
Além Túmulo’
Versos Mediúnicos de
Guerra Junqueiro
Grupo Espírita Roustaing
Belém do Pará 1929
Casa Editora Guajarina
A
Nova Crença
Cercado pela auréola
da ciência,
brandamente surgiu
um astro de ideal
resplandecência
que entre as brumas
luziu...
Depois, uma Luz,
calma e refulgente,
para a Terra
descia,
mandada pelo Deus
Onipotente,
Luz mais clara que
o dia.
Nas páginas do
livro do Destino
da pobre Humanidade
Jesus tinha gravado
um doce hino
de Amor e de
Verdade.
E quando as
religiões, atônitas, tremeram
cheias de raiva e
espanto,
os vultos de Platão
e Sócrates se ergueram
radiantes num
canto...
Traziam na cabeça
os louros sedutores
da fronte dos heróis,
e vinham do
Infinito, heroicos pregadores!
circundados de sois.
E, enquanto a
Humanidade, estática, bebia
a pura irradiação,
um monstro,
encarquilhado, aterrador, se erguia
das cavernas do
chão.
E bradou, a tremer
assustadoramente,
para os Gênios do
Bem:
Eu sou do Mal a trágica
serpente
que não teme ninguém!
Nas eras recuadas,
chafurdei-me no lamaçal imundo;
das sombras do
Passado levantei-me,
desafiando o
mundo.
Porém, ergueu-se um
Ser divino e puro
que assim se
expressou:
Tu és o Mal? Eu sou
o Bem - te juro
sou mais forte. E
cantou,
em voz celeste, uma
canção maviosa.
(toda a Terra tremeu)
que assim dizia, enquanto,
esplendorosa,
se elevava p'ra o Céu:
Eu sou o
Espiritismo, a Crença, a Luz,
da Verdade o
clarão!
Eu sou o Prometido
por Jesus,
a Justiça, o
Perdão...
E era tal a pura
suavidade
dessa voz, tal
dulçor,
que o monstro hórrido
e impuro da Maldade,
estrugindo de
horror,
buscou esconderijo
na cratera
de um medonho
vulcão,
onde, aos borbotões,
só o Mal impera,
lamaçal,
podridão...
E pode, então, a
pobre Humanidade,
sofredora, aliás,
ouvir a voz do
ESPIRITO- VERDADE.
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