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‘Rimas do
Além Túmulo’
Versos Mediúnicos de
Guerra Junqueiro
Grupo Espírita Roustaing
Belém do Pará 1929
Casa Editora Guajarina
Aos Crentes e aos Incréus
Este livro, que vai ferir o douto
ceticismo de muita gente, provocar o irônico sorriso
de certos incrédulos, fazer estrugir anátemas de dentro das sumidades seitistas
- que julgam e dizem ter o monopólio das Verdades Divinas, - este livro será,
sem embargo, em prazo curto, um documento formidável de prova irrespondível,
falando em favor das manifestações dos Espíritos, da sobrevivência, consciente
e individual, das criaturas nas regiões do Além Tumulo.
Talvez que, para alicerçar o
pedestal dessa próxima sagração, não faltem também as
zombarias de alguns “coronéis” do Espiritismo, os quais, mal tatibitatiando as
parcas porções de doutrina que conseguiram mordiscar, enrolam na boca, quase
mecanicamente, sempre o mesmo bagaço de leituras que lhes ficou com o vicio de
velhos mascadores de erros, vaidades e invejas.
Do fundo da nossa humildade
(sincera, porque é - mercê de Deus - lúcida, à luz da doutrina espírita),
fazendo emergir para a publicidade as rimas sublimes de beleza e ensinamentos
ditadas pelo iluminado Espírito de Abílio Guerra Junqueiro, fazemo-lo bem
tranquilamente, sob a égide do preceito evangélico que diz: a cada um segundo o que fizer.
Se a suave e esperançosa convicção
nossa de emocionar almas irmãs na leitura dessas RIMAS DO ALÉM TUMULO, merece
prêmio e aplauso dos Espíritos superiores, - na doçura de tal
almejo está envolta a rogativa de bênçãos e indulgências para todos aqueles que
nos apedrejem, pelo arrojo que temos de afrontar o pessimismo e a descaridade
de quantos ainda não
conhecem as confortadoras verdades desse Espirito Consolador, que o nosso
Mestre nos anunciou para todos os tempos.
E se, para dobrar irreverências, não
nos é possível juntar a ficha datiloscópica do Espírito do excelso bardo lusitano,
temos, ao menos, a esperança de que se reconheça no estilo desses versos o
feitio peculiar da sua musa, quando, vivo entre os homens, diluindo porções
balsâmicas do Evangelho do Cristo no meio das rimas coruscantes, fustigava os
erros religiosos do seu tempo, que é o nosso.
Certo, a forma nem sempre é impecável
mas as criticas abrandariam talvez a fúria, se acreditassem
que a médium, instrumento do Espírito de Guerra Junqueiro, tem a rudimentar instrução
primária e se distingue por uma curiosa aversão a poesias e leitura de poetas,
tendo chegado
ao lamentável extremo de destruir- por não lhes dar valor algum - as primeiras
composições recebidas.
Outra circunstância que seria de
valiosa menção: todas as comunicações, sempre recebidas em público, foram
perturbadas por uma legião de Espíritos adversos, indo ao exagero de causar a
interrupção da palavra de Guerra Junqueiro. Mais de uma vez, então, este pediu
que eles se retirassem, em nome de Deus, e rogou aos ouvintes uma prece em
favor dos coléricos e desvairados irmãos.
Disto, há o testemunho de numerosos
auditórios, que chegaram, em algumas ocasiões, a 700 pessoas.
A médium não produziria esses
versos. É uma criaturinha simples, boa, meiga e tímida não
liberta ainda da influência da educação freirática que recebeu; e através os
seus lindos olhos,
claros e francos, ninguém poderá vislumbrar artifícios e embustes que não tem.
Embora estes detalhes pouco ou mesmo
quase si nada influam no ânimo incrédulo da maioria, ai ficam, em homenagem à verdade
dos fatos, em testemunho para o futuro, quando se houver de constatar a realidade
-provada- da presença de Guerra Junqueiro, em Espírito, na continuação da
ininterrupta campanha regeneradora, para ressurgir o Evangelho, imáculo e flamígero,
que não admite a divinização de ídolos, não fundamenta cultos materiais,
condena o comercio com as coisas de Deus.
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