Jesus em Nazaré,
desestimado
pelos Seus...
13,53
Após ter exposto as parábolas, Jesus partiu.
13,54 Foi para sua cidade e ensinava na
sinagoga, de modo que todos diziam admirados: -Donde lhe vem esta sabedoria e
esta força curadora?
13,55
Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus
irmãos: Tiago, José, Simão e Judas?
13,56 E
suas irmãs? Não vivem todas entre nós? Donde lhe vem pois, tudo isso?
13,57 E
não sabiam o que dizer dele. Disse-lhes, porém, Jesus: “ -É só em sua terra e
em sua casa que um profeta é menosprezado.”
13,58 E, por causa da falta de confiança deles,
operou, ali, poucas curas.
Para Mt (13,53-58)- Jesus
em Nazaré , encontramos a lição em Allan Kardec,
no Cap. XVII de “A Gênese”:
“O hábito de se verem desde a infância, em todas as circunstâncias
ordinárias da vida, estabelece entre os homens uma espécie de igualdade
material que, muitas vezes, faz com que a maioria deles se negue a reconhecer
superioridade moral num de quem foram companheiros ou comensais, que saiu do
mesmo meio que eles, cujas primeiras fraquezas todos testemunharam. Sofre-lhes
o orgulho com o terem de reconhecer o ascendente do outro. Quem quer que se
eleve acima do nível comum está sempre em luta com o ciúme e a inveja. Os que
se sentem incapazes de chegar à altura em que
aquele se encontra esforçam-se por rebaixá-lo, por meio da difamação, da
maledicência e da calúnia; tanto mais forte gritam, quanto menores se acham,
crendo que se engrandecem e o eclipsam pelo arruído que promovem”.
“A posteridade é juiz desinteressado no apreciar a obra do
espírito; aceita-a sem entusiasmo cego, se é boa, e a rejeita sem rancor, se é
má, abstraindo da individualidade que a produziu.”
Ainda para Mt (13,53-58) -A Cegueira espiritual do povo de Nazaré, buscamos Antônio Luiz Sayão, em “Elucidações Evangélicas”:
“Nenhum profeta é desestimado, senão
no seu país, na sua casa e entre seus parentes -Essas palavras, confirmativas
destas outras que a sabedoria popular consagrou:
“Ninguém é profeta na sua terra” e “santo de
casa não faz milagre”, encerram uma reflexão filosófica, cujo valor todos temos
podido verificar.
Quanto ao não haver Jesus, ali, feito milagres, foi porque grande
era a incredulidade, a cegueira voluntária dos que o cercavam. A obstinação os
levaria a fechar os olhos, para não verem a luz, o que os tornaria mais
culpados e passíveis de maiores castigos. Vendo isso, o Mestre que, pela doçura
do seu coração, jamais provocou a revolta de qualquer Espírito, não quis vencer
a oposição que à sua influência levantavam encarnados e desencarnados,
dominando-lhes a resistência, para lhes poupar o remorso da falta em que
incorriam.
Verifica-se assim que não houve,
para Jesus, impossibilidade de operar “milagres” naquela ocasião e naquele
lugar. O que houve foi, de sua parte, “ausência de vontade”. Ele se forrou a
exercer a sua autoridade incontrastável sobre os Espíritos que se opunham à
ação, para lhes não aumentar o grau de culpabilidade.
Nada
obstante, sempre operou algumas curas, pela imposição das mãos.”
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