O Joio
e o Trigo
13,36 Então, despediu a multidão. Em seguida, entrou
de novo na casa e seus discípulos agruparam-se ao redor dele para
perguntar-lhe: - Explica-nos a parábola
do joio e do trigo.
13,37
Jesus respondeu: “O que semeia a boa semente é o Filho.
13,38 O
campo é o mundo. A boa semente são os filhos do reino. O joio são os irmãos
menos espiritualizados.
13,39 O
inimigo, que semeia o joio, é espírito das trevas. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos.
13,40 E,
assim como se recolhe o joio para jogá-lo no fogo, assim será no fim do mundo.
13,41 O Filho enviará seus anjos que retirarão de seu reino
todos os escândalos e todos os que fazem o mal
13,42 e
os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.
13,43 Então, no reino de seu Pai, os justos
resplandecerão como o sol! Aquele que tem ouvidos, ouça!”
Para Mt (13,36-43) -O Joio e o Trigo -, encontramos a palavra de Antônio Luiz Sayão, em “Elucidações
Evangélicas”:
“Encarregado do progresso do nosso planeta e da Humanidade a que
pertencemos, isto é, do dos Espíritos que nele encarnam, Jesus, desde o aparecimento do homem na Terra, vem semeando o bom
grão e o semeará sempre; sempre trabalhou, trabalha e trabalhará pelo nosso
progresso, que os colocará na categoria dos Espíritos puros.
Designando-se a si mesmo por filho
do homem, fazia lembrada a missão que o trouxera ao mundo terreno, missão que,
no parecer dos homens, era humana, como convinha que estes a considerassem.
Entretanto, pela explicação velada que deu da parábola do joio mostrava o seu
poder, como enviado de Deus, como
tendo recebido de Deus a investidura
de rei do nosso planeta, ao qual chama “seu
reino” ; como tendo, sob sua autoridade e às suas ordens, os “anjos”; como tendo todo poder sobre a
Terra, que é “seu reino”, e bem
assim sobre as gerações humanas que nela se sucederão; como sendo quem, “no fim do mundo”, fará que “seus anjos” reunam e levem para fora
da terra, para fora do “seu reino”,
os filhos da iniquidade, simbolizados pelo joio, e quem os mandará lançar na “fornalha do fogo”, onde há prantos
e ranger de dentes, permanecendo no “seu reino”, onde brilharão como o sol, os filhos do reino, os
justos, simbolizados pelo bom grão.
O campo representa o nosso planeta e
a sua Humanidade. Os filhos do reino, tendo por símbolo o bom grão, são os que
tendem a progredir e se esforçam por
consegui-lo. Os filhos da iniquidade, cujo símbolo é o joio, ou cizânia, são os
que se deixam arrastar pelas más influências, põe serem maus os seus instintos.
O diabo, o “inimigo”, que semeou, semeia e semeará, por muito tempo ainda, na
Terra, o joio, são todos os espíritos maus, espíritos de erro e de mentira que,
errantes ou encarnados, trabalham por nos obstar ao progresso, impelindo-nos a
praticar o mal, por pensamentos, palavras e obras, afastando-nos das vias do Senhor.
O fim do mundo, predito por Jesus
e que, na parábola, corresponde ao tempo da ceifa, não deve ser entendido como
um fato repentino, como sendo a transformação, a renovação de todo o Universo,
operando-se de um instante para outro. O fim do mundo vem sendo preparado de
há muito e a pouco e pouco progressivamente vai ocorrendo. Compreendido como
significando a época da colheita, ele se apresenta dividido em três períodos
distintos:
- primeiro, aquele em que aos espíritos
inferiores foi e será permitido encarnar na Terra para, por sucessivas
expiações e reencarnações, se purificarem,
passarem de “filhos da iniquidade” a “filhos do reino”;
- segundo, aquele em que o joio começará a ser
apartado do bom grão, em que os espíritos culpados, rebeldes, voluntariamente
cegos, serão afastados do nosso planeta e lançados em planetas inferiores;
- terceiro, aquele em que, concluída a
separação do joio e do trigo, estará completado o afastamento dos espíritos
inferiores e o nosso mundo se terá tornado morada de paz e felicidade para
espíritos bons, já aptos a entrar na fase espírita.
A luz que brilha nos justos, nos
filhos do Senhor, é a da verdade, da
fé e do amor.
Os mundos superiores formam, na imensidade,
o reino do Pai, e o nosso planeta, desde que atinja a necessária elevação, lhes
pertencerá ao número, constituindo, para nos servirmos de uma comparação
humana, “uma das províncias do reino de Deus.””
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