13
Fenômenos
de Materialização
por Manoel Quintão
Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira
1942
Espiritismo e Magnetismo
"Puisque le fantôme fonctionne librement
en dehors du corps, l'ame qui la dirige
peut et doit subsister aprés ta mort . S’il
en est ainsi, l’immortalité est un fait qui
peut étre démontré scientifiquement".
(Durville - Le Fantôme des
Vivants).
Que
motivo nos trás a este ambiente carinhoso, nesta tarde invernosa, deixando ócios
e lazeres outros, porventura mais trepidantes, acolhedores e sugestivos, físicos,
também?
Que
objetivo nos leva a trocar por esta tertúlia fugitiva no tempo, o aconchego da
família, no lar, a carícia da Natureza, fora dele, ou, simplesmente, o
movimento bolicioso da vida social e mundana de nossas ruas, para acorrer a
este cenáculo?
Convenção?
Dever? Desfastio? Desejo apenas de iludir o tempo?
Não
o creio... Não o creio e digo-o em homenagem a todos vós, religionários,
portadores como eu, de uma ideia!
Sim
uma Ideia (e que ideia!) nos reúne aqui, felizmente, nesta hora beatifica de
serenidade, enquanto outros e quantos, irmãos nossos se reúnem ou se desunem
por ai além, no só intuito, e até sem intuito algum, de viver
"humanamente". sibariticamente, o seu planetário minuto de
eternidade.
O
matiz desse minuto é multicor e multiforme: há os que se esfalfam num campo
aberto em pontapés às bolas, sob aplausos delirantes ou contundentes; há os que
se esmurram por esporte na glorificação do "muque"; há os que se
comprimem numa sala de teatro ou de cinema por ouvirem pilhérias tóxicas,
carnalidades cruas verem ou verem fantoches mudos em lances irreais; há os que
desabalam em carreiras vertiginosas de auto,
pela só sensação de correr, e há os que perambulam
sem plano nem roteiro, ao léu.
Há
também, por maior desgraça, os que norteiam aos lupanares, às tavernas, às
tavolagens...
É
a cidade! o "maelstrom" (situação
violenta ou turbulenta) das provas maiores, onde o acúmulo das misérias e
onde o grito da vitória de um representa, vale, muitas vezes, pelo grito de
maldição de muitos. É, a cidade, onde a boa, a santa vida patriarcal da Família
se vai diluindo em ondas de lodo ou de sangue, em tragédias ou em comédias, e
onde tudo se pode imolar e de fato se imola ao "Moloch" insaciável do
"Modernismo".
Sim,
irmãos meus, reparai que agora é tudo "etiquetado" com essa marca...
O
Galicismo é também de boa marca, é do Eça...
Até
a Ciência, essa matrona macrocéfala é cortesã de todos os tempos e fastos, até
Dona Ciência atrela os óculos de tartaruga, corta os cabelos “à Ia
garçone", polvilha a rugosa face e vem à tona do periodismo com ares de
modernismo!
E
como Dona Ciência, pela boca de seus arautos, tem foros de infalibilidade e
prestígios equivalentes à ignorância e superficialidade das turbas, que são
multidão, demoveu-nos a ocupar o vosso tempo com o acerto de um de seus
festejados corifeus, afirmando de público não haver magnetismo animal e que
tudo não passa de sugestão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário