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‘As
Vidas
Sucessivas’
por Adauto de Oliveira Serra
Livraria Editora da Federação Espírita
Brasileira
1943
GENERALIDADES
Os
gauleses, os chineses e, sobretudo, os japoneses, muito antes do budismo, já
acreditavam na transformação das almas. O Alcorão, que constitui o código
religioso e moral dos seguidores de Maomé, assim como os islamistas, professam
a teoria de que as almas dos que se amam encontrar-se-ão numa vida futura.
Os
cabalistas ensinam que os renascimentos permitem a purificação dos homens. O Talmude,
livro básico do judaísmo, contendo as tradições judaicas, apresenta-nos Abel reencarnado
em Set, e depois em Moisés.
Platão
defendia a preexistência das almas antes de baixarem à Terra, em concordância
com a afirmação bíblica de Jeremias, I – 5, onde se lê: "Antes que te
formasse no ventre, te eu já conheci" .
Orígenes,
bem como Pitágoras, Empêdocles e Celso acreditavam que cada reencarnação era
proporcionada segundo os méritos anteriormente conquistados, por isso que somos
reflexo do que fomos e seremos espelho do nosso presente.
Heródoto,
descrevendo os costumes egípcios, anotou que esse povo era adepto da transmigração
das almas.
Ovídio,
procurando explicar o "porquê" do esquecimento das vidas pretéritas,
dizia que as almas bebiam no Létis a água do esquecimento, antes de renascerem.
Cícero
achava que a transmigração das almas era possível em todos os astros.
Rabindranath Tagore confessava que a sua atual
esposa fora por ele amada em anterior existência.
Leibnitz
escreveu que a evolução animal era feita através das reencarnações, pelas quais
se conseguia galgar os degraus do aperfeiçoamento.
Fichte
em "Idealisme Transcendental", dá cada morte como um renascimento.
Maeterlinck,
em "A Morte", considera a reencarnação como a mais bela filosofia, a
única capaz de explicar a desigualdade social entre os homens e a origem mais
racional do mal sobre a Terra: - o abuso da liberdade que gozamos e as consequências
que sofremos quando as leis divinas - eternas e imutáveis - são violadas.
Diz
Krishna que a alma troca de corpo como nós mudamos de vestuário, deixando os
velhos pelos novos.
Já
agora podemos concluir que o corpo – a parte material e visível - constitui
apenas o invólucro da alma, ou espírito. Nós, portanto, somos Espíritos
imortais e temos um corpo do qual nos servimos transitoriamente. "Os pais
são os meios e não as causas do nascimento dos filhos, tal como a terra faz sair
do seu seio as plantas mas não as produz." (A. Chassang).
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