Carta
aos Jovens
Irmãos de minh'alma:
Viva o Espírito do Cristo em nossos
corações e nos dos nossos companheiros .
Somos jovens, porque os milênios não
nos decrepitam, mas renovam; e porque nossos espíritos imortais apenas
começaram sua vida eterna.
A vida eterna é patrimônio do Eterno
Pai, que no la deu. Tomemo-la com reconhecimento e entremos na sua posse.
A posse da vida eterna é a paz e a
alegria do coração, mas o pecado é a morte da alma.
O pecado é a transgressão da Lei; e
a Lei é boa, porque Amor.
Amemos, e teremos, paz, e a paz nos
dará alegria, e a alegria da paz interior nos encherá de felicidade a vida do
espírito.
A alegria é luz interior que vem de
dentro; o riso que vem de fora é engodo do mundo; e o
mundo mente.
Precatai-vos pois da mentira do
mundo, porque a mentira ilude e a ilusão leva ao erro, e o
erro perde.
Pregais o bem, e o bem seduz as
almas, e as almas vos aplaudem. Cuidai, porém, que os aplausos
que sobem da Terra vos não fechem os ouvidos do espírito à voz que desce do
céu.
Porque a voz que sobe da Terra, fala
do que se vê na Terra, e na Terra só se vê o exterior; mas o Alto penetra o
interior dos sentimentos.
O interior é o real; o aparente é
fictício, e o fictício é o engano.
O engano traz a decepção e a
decepção traz a amargura, e a amargura tira a paz e a alegria do coração.
Sede pois, em essência, como o mundo
vos vê e vos celebra, para que não suceda que sejais aos olhos do Senhor como
os sepulcros caiados ou os falsos profetas.
Tende cuidado que a sede de
parecerdes bons vos não leve a agirdes bem aos olhos humanos; mas procurai que
a virtude dos vossos corações determine vossas boas obras.
Porque é pelo fruto que se conhece a
árvore; mas não pela beleza exterior do fruto, e sim pela sua sanidade
interior.
A dor dos homens vos convida à
caridade. Eu, porém, não desejo que sejais simplesmente caridosos, mas, sim,
cheios de amor.
Porque onde existe amor não pode
haver a caridade que se exterioriza na prática mecânica de um gesto comum.
Essa caridade custa e dói; o amor
Iene, suaviza e redime.
Jesus não foi nunca caridoso, no
sentido restrito da palavra, porque sempre amou; e jamais falou em caridade.
Porque a caridade entre os homens se faz de cima para baixo, mas o amor
se manifesta nivelando planos.
Tendes a seiva do entusiasmo e o sol
da mocidade. Purificai a seiva e dosai o Sol, para que
não se dê que a seiva se desperdice e, o Sol vos queime.
Sede esclarecidos na fé,
equilibrados na esperança e incondicionais no amor.
Porque a fé cega leva ao fanatismo,
a esperança desequilibrada conduz à fantasmagoria, mas
o amor condicionado traz as malquerenças e as disputas.
Não busqueis fundar a vossa obra nas
palavras que proferis, mas no trabalho que fazeis. Porque
a vida da palavra é o ato; porque o pensamento é semente e a palavra é árvore,
mas só
a obra é fruto.
Não meçais, pois, vosso trabalho
pelas medidas das conveniências humanas ou do esforço menor, ou das convenções
da sociedade. Mas aquilatai-o pela sua intensidade, essência e frutificação.
Não vos inquieteis, todavia, com as
colheitas do vosso esforço, mas com o plantio das vossas mãos; porque, em
verdade, ninguém colhe no dia que planta. E, às vezes, o que planta uma árvore
não lhe colhe os frutos; mas das que virão por ela, no frutificar das sementes
que ela der.
Sede mansos e humildes, compreensivos
e tolerantes. Porque de pugnadores o mundo já está cheio, e nem por isso, é
bom: mas é da mansidão que ele precisa.
Sois os renovadores do mundo. A
renovação do mundo é a instituição do Amor de Jesus. Enchei-vos, pois, do Amor
de Jesus, para poderdes espalhá-lo pelo mundo. Porque ninguém dá o que não tem:
nem pode fazer a outrem semelhante aquilo que não é.
Meu abraço vos dou e meu afeto.
Jesus, Nosso Senhor, vos abençoe.
por Fontes
da Luz
Reformador (FEB) Novembro 1947
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