A Parábola
do Semeador
13,1 “
Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago.
13,2 Acercou-se Dele, porém, uma tal multidão,
que precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à
margem.
13,3 E seus discursos foram uma série de
parábolas.
13,4 Disse Ele: “ -Eis que o semeador saiu a
semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros
vieram e comeram.
13,5 Outra parte caiu em solo pedregoso, onde
não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda.
13,6 Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se,
por falta de raízes.
13,7 E outra caiu em boa terra e deu fruto, um
a cem ,outro a sessenta e outro a trinta. 13,8 Aquele que tem ouvidos, ouça”
Esclarecedora a palavra de Emmanuel por
Chico Xavier, no livro “Caminho, Verdade
e Vida”:
"Semeadura
-
É razoável que todos os homens
procurem compreender a substância dos atos que praticam nas atividades diárias.
Ainda que estejam obedecendo a certos regulamentos do mundo, que os compelem a
determinadas atitudes, é imprescindível examinar a qualidade de sua
contribuição pessoal no mecanismo das circunstâncias, porquanto é da lei de
Deus que toda semeadura se desenvolva.
O bem semeia a vida, o mal semeia a morte.
O primeiro é o movimento evolutivo na
escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação. Muitos
espíritos, de corpo em corpo, permanecem na Terra com as mesmas recapitulações
durante milênios. A semeadura prejudicial condicionou-os à chamada “morte no
pecado”. Atravessam os dias, resgatando débitos escabrosos e caindo de novo
pela renovação da sementeira indesejável. A existência deles constitui largo
círculo vicioso, porque o mal os enraíza ao solo ardente e árido das paixões
ingratas.
Somente
o bem pode conferir o galardão da liberdade suprema, representando a chave
única suscetível de abrir as portas sagradas do Infinito à alma ansiosa.
Haja,
pois, suficiente cuidado em nós, cada dia, porquanto o bem ou o mal, tendo sido
semeados, crescerão junto de nós. de conformidade com as leis que regem a vida.”
Para Mt (13,4) - Eis que o semeador saiu a semear... - lemos em “Fonte Viva” de Emmanuel por Chico
Xavier:
“Todo ensinamento
do Divino Mestre é profundo e sublime na menor expressão. Quando se dispõe a
contar a parábola do semeador, começa com ensinamento da maior importância que
vale relembrar.
Não nos fala que
o semeador deva agir, através do contrato com terceiras pessoas, e sim que ele
mesmo saiu a semear. Transferindo-se a imagem para o solo do espírito, em que
tantos imperativos de renovação convidam os obreiros da boa vontade à
santificante lavoura da elevação, somos levados a reconhecer que o serviço do
Evangelho é compelido a sair de si próprio, a fim de beneficiar corações
alheios.
É necessário
desintegrar o velho cárcere do “ponto de vista” para nos devotarmos ao serviço
do próximo. Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do “eu”, excursionaremos
através do grande continente denominado “interesse geral”. E , na infinita
extensão dele, encontraremos a “terra das almas”, sufocada de espinheiros,
ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos,
oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos.
Foi nesse roteiro
que o Divino Semeador pautou o ministério da luz, iniciando a celeste missão do
auxílio entre humildes tratadores de animais e continuando-a através dos amigos
de Nazaré e dos doutores de Jerusalém, dos fariseus palavrosos e dos pescadores
simples, dos justos e dos injustos, ricos e pobres, doentes do corpo e da alma,
velhos e jovens, mulheres e crianças...
Segundo observamos, o semeador do céu
ausentou-se da grandeza a que se acolhe e veio até nós, espalhando as
claridades da Revelação e aumentando-nos a visão e o discernimento. Humilhou-se
para que nos exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz
pudesse brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituído por milhares de
mensageiros, se desejasse.
Afastemo-nos,
pois, das nossas inibições e aprendamos com o Cristo a “sair para semear”. ”
Para Mt (13,8) -Caiu
em Boa Terra e deu Fruto...
- lemos. em “Palavras de Vida Eterna” de Emmanuel por Chico Xavier:
“Referindo-nos à parábola do
semeador, narrada pelo Divino Mestre, lembremo-nos de que o campo da vida é
assim como a terra comum. Nele encontramos criaturas que expressam glebas
espirituais de todos os tipos:
Homens-calhaus...
Homens-espinheiros... Homens-milhafres... Homens-parasitas... Homens-charcos...
Homens-furnas... Homens-superfícies... Homens-obstáculos... Homens-palhas...
Homens-sorvedouros... Homens-erosões... Homens-abismos...
Mas,
surpreendemos também, com alegria, os homens-searas, aqueles que reunindo
consigo o solo produtivo do caráter reto, a água pura dos sentimentos nobres, o
adubo da abnegação, a charrua do esforço próprio e o suor do trabalho
constante, sabem albergar as sementes divinas do conhecimento superior,
produzindo as colheitas do bem para os semelhantes.
Reparemos
a vasta paisagem que nos rodeia, através da meditação, e, com facilidade, por
nossa atitude perante os outros, reconheceremos de pronto que espécie de
terreno estamos sendo nós.”
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