Um Suicida
Abel Gomes
Reformador (FEB) Novembro 1946
Criança ainda na Terra e a sorte logo o pôs órfão; a estranhos teve que servir em troca da roupa e uma côdea de
pão.
Cresceu o corpo, ficou robusto; mas
da alma ninguém lhe cuidou. Quando adulto, sentiu amor, mas o mundo o repelia.
A jovem que ele amava, não o quis; preferiu um velho rico. O mancebo vivia
triste, maldizendo da sorte ingrata.
Sem crença na sobrevivência, com um
tiro suicidou-se. Só muito tarde reconheceu que mais se agravou sua desdita.
Dia e noite, em trevas, sentia a
presença de seu cadáver em putrefação, roído pelos vermes, e o tempo passava
sem socorro nem alívio.
Não via os bons Espíritos que
atentamente cuidavam dele e esperavam que em sua mente nascesse a luz do
arrependimento redentor.
Um dia sua consciência despertou,
ele pediu perdão a Deus, e sua mãe veio, ao seu encontro em missão salvadora.
Mais tarde voltará ele à Terra, onde
as dores o visitarão, mas as reminiscências pela voz da consciência hão de ajuda-lo
a suporta-las.
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