O
Dono do Esqueleto
O Professor Ernesto Bozzano
apreciou, com a sua habitual proficiência, na revista italiana Luce e Ombra, o caso de identificação
espírita trazido a público pela revista inglesa Light, em seu número de 26 de julho de 1930.
Eis o caso em seus pormenores de
mais relevo: O Dr. Mackenzie, de Chicago, foi conduzido, por circunstâncias
fortuitas, a tomar parte numa sessão espírita, na qual uma entidade que se
manifestou disse-lhe que tinha em sua casa um esqueleto, o que o doutor confirmou.
- Pois bem, disse a entidade, venho
dizer-lhe que esse esqueleto é o meu...
E pôs-se a lastimar as brincadeiras
que fazia um amigo do Dr. Mackenzie com aquela carcaça,
a que faltavam cinco ou seis dentes.
O Dr. Mackenzie prometeu não fazer mais
uso científico do esqueleto e o Espírito, satisfeito, retirou-se.
No curso de uma outra sessão, o
doutor procurou identificar o dono do esqueleto, tendo obtido os seguintes
informes: Disse o defunto haver-se chamado Chauncey A. Sprague; nascera na Geórgia,
fora soldado do Exército Confederado, Legião Cobb, no começo da guerra, e
depois servira no exército regular dos Estados Unidos. Em seguida a um acidente
de estrada de
ferro, seu cadáver foi transportado para o necrotério e aí recebeu o número 63.
Estas informações coincidiam com as
recordações do Dr. Mackenzie, de que, em 1910, obtivera no necrotério de
Chicago o cadáver número 63, por 80 dólares para o dissecar com três
estudantes.
Escreveu então para o Quartel
General dos Veteranos, em Nashville (Tennessee), à comissão das inscrições dos
soldados da Geórgia, em Atlanta; ao Ministério da Guerra, em Washington, e conseguiu a prova de que todas as asserções
da entidade eram inteiramente exatas, pelos testemunhos da administração
militar, absolutamente incontestáveis.
"Este
caso, conclui o Sr. Feeman, na Light,
e o Prof. Bozzano em Luce e Ombra, é
tanto mais
maravilhoso, quanto ninguém, antes das duas sessões, ouvira falar da Legião
Cobb, em Chauncey
A. Sprague, etc.; a falha de dentes era desconhecida dos experimentadores; o
Dr. Mackenzie
estava muito longe de pensar neste detalhe; o número 63, do cadáver, ele o
esquecera, coisa natural, depois de passados 18 anos, o que mais tarde
verificou pelo seu caderno de estudante; a autoridade militar atestou o tempo
de serviço militar do Espírito (1861-1865), servindo-se especialmente de uma
carta de 22 de junho de 1928, do General Major Lutz Wahl.
Ernesto Bozzano pergunta em seu
artigo se tal fato pode ser explicado pela "oniscência do subconsciente",
de que se servem aqueles que continuam a crer que o pensamento é produzido pelo
cérebro.
Reformador (FEB) Out 1945
Nenhum comentário:
Postar um comentário