terça-feira, 10 de julho de 2012

Morre a vida - para vivificar os mortos



Morre a vida
– para vivificar os mortos JUL 10


         Desde o meio-dia até às três horas, esteve todo o país coberto de trevas. Por volta das três horas, soltou Jesus um grande brado: “Eli, Eli, lama sabactani?” – isto é: “Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?”
         Alguns dos circunstantes, ouvindo isto, observaram: “Está chamando por Elias.” Ao que um deles correu a ensopar uma esponja em vinagre, prendeu-a numa cana e deu-lhe de beber. Outros, porém, diziam: “Deixem! Vamos ver se vem Elias para o salvar!”
         Mais uma vez soltou Jesus um grande brado – e entregou o espírito.
         E eis que o véu do templo se rasgou de alto a baixo, tremeu a terra, partiram-se os rochedos, abriram-se os sepulcros e muitos corpos de santos, que tinham morrido, ressurgiram. Saíram das suas sepulturas, depois da ressurreição dele, foram à cidade santa e apareceram a muitos.
         Quando o comandante e os que com ele fariam guarda a Jesus perceberam o terremoto e os demais acontecimentos, sentiram-se tomados de grande terror e diziam: ”Em verdade, este era o Filho de Deus!”   Mateus  27,  45ss

  
         Expulso da terra, sente-se o divino mártir também abandonado do céu.

            Momentos de indizível angústia...

            Ainda que, de fato, não pudesse Jesus ser desamparado de Deus, sentia em si todo o amargor que a carência da divina consolação produz na alma sensível – e Jesus se constituíra lugar-tenente de todos os pecadores do mundo.

            “Eis o cordeiro de Deus que carrega os pecados do mundo...”

            Menos duros que os humanos corações, partem-se os rochedos.

            Mais sensíveis que os vivos, protestam os mortos contra o horrendo crime do Gólgota.

            Proclama o Império Romano a divindade de Cristo negada pela sinagoga de Israel...

Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941  



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