quinta-feira, 12 de julho de 2012

A Derrota Gloriosa



A Derrota Gloriosa JUL 12


         Num outro dia – após o dia dos preparativos – reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e fariseus em casa de Pilatos e disseram: “Senhor, estamos lembrados de que aquele embusteiro, quando vivo, afirmou: Depois de três dias ressurgirei. Manda, pois, guardar o sepulcro até ao terceiro dia; do contrário, poderiam os seus discípulos vir roubá-lo e dizer ao povo: Ressuscitou dentre os mortos. E assim viria o último embuste a ser pior que o primeiro.”
            Respondeu Pilatos: Tereis uma guarda; ide e guardai o sepulcro como entendeis.”
            Foram-se e seguraram o sepulcro, selando a pedra e postando uma sentinela diante dele.           João 19,  38 ss


            Um sepulcro... Um cadáver...
           
            Ponto final da mais gloriosa vida que sobre a terra foi vivida...
           
            Será possível derrota mais completa que esta? fracasso mais triste que o do Gólgota? ruína mais universal que a do Nazareno?
           
            Quem ousará ainda professar-se discípulo dele? dum condenado pelas autoridades religiosa a civil?

            E, no entanto, era esta derrota a maior das vitórias que já se conquistaram no mundo, porque era o triunfo da força do direito sobre o direito da força...

            Que estais a fazer, ó humanos pigmeus? ligardes com as teias de aranha da vossa prudência o divino gigante da eternidade?...

            Que valem todas as forças da humana impotência contra a fragilidade da divina onipotência?...

                                                                          
        
Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941  


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