O Paralítico da Piscina - Sua Cura
-
5,11
Respondeu-lhes ele: -Aquele que me curou disse: “-Toma o teu leito e
anda!”
5,12
Perguntaram-lhe eles: Quem é o homem que te disse: “Toma o teu leito e
anda!”
5,13 O que
havia sido curado, porém, não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado da
multidão que estava naquele lugar.
5,14
Mais tarde, Jesus o achou no templo e lhe disse: “ -Eis que ficaste são,
já não peques, para não te acontecer coisa pior.”
5,15 Aquele
homem foi então contar aos judeus que fora Jesus quem o havia curado. 5,16 Por este motivo os judeus perseguiam a Jesus,
porque fazia essas curas no dia de sábado.
5,17 Mas
Ele lhes disse: “ -Meu Pai continua agindo até agora e Eu ajo também!”
5,18 Por
essa razão, os judeus, com maior ardor, procuravam tirar-Lhe a vida, porque não
somente violara o repouso de sábado, mas afirmava ainda que Deus era Seu Deus e
se fazia igual a Deus.
Para Jo (5,17), -Meu Pai Trabalha Até Agora... -
tomemos “Caminho, Verdade e
Vida”, de Emmanuel por Chico Xavier:
“Em todos os recantos, observamos criaturas
queixosas e insatisfeitas. Quase todas pedem socorro. Raras amam o esforço que
lhes foi conferido. A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho. Os
que varem as ruas querem ser comerciantes; os trabalhadores do campo
prefeririam a existência na cidade. O problema, contudo, não é o gênero da
tarefa, mas o de compreensão da oportunidade
recebida. De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da preguiça
inconsciente. É o desejo ingênito de conservar o que é inútil e ruinoso, das
quedas no pretérito obscuro.
Mas Jesus veio arrancar-nos da “morte no erro”. Trouxe-nos a bênção do
trabalho, que é o movimento incessante da vida. Para que saibamos honrar nosso
esforço, referiu-se ao Pai que não cessa de servir em sua obra eterna de amor e
sabedoria e à sua tarefa própria, cheia de imperecível dedicação à Humanidade.
Quando te sentires cansado, lembra-te de que
Jesus está trabalhando.
Começamos
ontem nosso humilde labor e o Mestre se esforça por nós, desde quando?”
Também para Jo (5,17) -Meu
Pai Trabalha Até Agora - leiamos as palavras
de André Luiz em “Conduta Espírita”:
“Conduta Espírita no Trabalho...
-Desde que se encontre em condições
orgânicas favoráveis, dedicar-se ao exercício constante de uma profissão nobre
e digna. O engrandecimento da vida exige o tributo individual ao trabalho.
-Situar em posições distintas as
próprias tarefas diante da família e da profissão, da Doutrina que abraça e da
coletividade a que deve servir, atendendo a todas as obrigações com o
necessário equilíbrio. O dever,
lealmente cumprido, mantém a saúde de consciência.
- Examinar os temas de serviço que
lhe digam respeito, para não estagnar os próprios recursos na
irresponsabilidade destrutiva ou na rotina perniciosa. Da busca incessante de
perfeição, procede a competência real.
-Ajudar aos colegas de trabalho e
compreendê-los, contribuindo para a honorabilidade da classe a que pertença. O
espírita responde por sua qualificação nos múltiplos setores da experiência.
-Cultuar a caridade nas tarefas
profissionais, inclusive naquelas que se refiram às transações do comércio. O
utilitarismo humano é uma ilusão como as outras.
-Jamais prevalecer-se das
possibilidades de que disponha no movimento espírita para favoritismos e
vantagens na esfera profissional. Quem engana a própria fé, perde a si mesmo.
-Em
nenhuma ocasião, desprezar as ocupações de qualquer natureza, desde que nobres
e úteis, conquanto humildes e anônimas. O trabalho recebe valor pela qualidade
dos seus frutos.”
Ainda para Mt (5,17) - Meu
pai Trabalha Até Agora - leiamos “Bênção de Paz” de Emmanuel por Chico Xavier:
“Muitas vezes entregas-te a melancólicas
reflexões em torno de transformações espirituais que inutilmente tentaste.
Deste o máximo de abnegação ao filho
estremecido para quem planejaste luminoso futuro, sem conseguir talvez
arrancá-lo à rebeldia em que persiste; ofertaste a própria existência aos pais
queridos, ornamentando-lhes o caminho de auxílio e ternura, e, provavelmente,
nem de leve pudeste arredá-los da discórdia a que jazem atrelados por longo
tempo; situaste todo o coração no carinho por este ou aquele companheiro,
aguardando-lhes em vão o concurso nas tarefas
edificantes que te felicitam a alma; empenhaste os mais nobres sentimentos na
melhoria deste ou daquele grupo de entes amados, seja no lar ou na organização
de serviço a que te afeiçoas, e, por maior o esforço despendido, nada colheste
até agora, senão amarguras e negação.
Em meio do trabalho absorvente
costumas interromper as próprias atividades, indagando de ti mesmo se vale a
pena continuar no esforço renovador... Semelhante introdução ao desespero
comumente aparece porque, em muitas ocasiões, experimentas o desencanto de quem
cava num monte de pedras procurando debalde o fio d’água que lhe foge à sede,
ou a fadiga de quem cruza o deserto, em todas as direções, sem achar caminho
para a vanguarda libertadora... Ainda assim, persevera nos bons propósitos e
colabora, quanto possível, pela consecução dos objetivos de fraternidade e
aprimoramento a que todos devemos visar.
Uma
pergunta só dar-nos-á reconforto: se Jesus, há milênios, trabalha por nós, para
que tenhamos o pequenino clarão de conhecimento com que hoje tentamos dissipar
as sombras que ainda trazemos, por que desanimar na obra de amparo aos que
amamos, se apenas agora começamos a servir no terreno da luz?
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