quarta-feira, 21 de março de 2012

Fontes Eternas


  Fontes Eternas
           
           
            Alma sequiosa, vai beber as águas vivas do espírito!
            Bebe essas águas na própria fonte, lá onde brotam, puras e cristalinas, dos rochedos da eternidade.
            Quatro fontes abriu Deus à humanidade sedenta de todos os séculos, quatro - mas no interior do rochedo é uma fonte única.
           
            "Bebereis com alegria das fontes do Salvador!"
            "Quem beber desta água nunca mais terá sede de outras águas".
            "Beberás das águas do rochedo"...
            "O rochedo, porém, é Cristo".
           
            Como aquelas quatro torrentes que regavam o paraíso terrestre - assim banha a quadrúplice fonte dos Evangelhos o vasto jardim do mundo cristão.
            Procuram os homens canalizar essas fontes divinas através da sua literatura religiosa - e fazem bem.
            Fazem bem quando ajudam as almas a beber a água cristalina dessas fontes.
            Fazem bem, quando não ocultam às almas sedentas a origem divina das torrentes captadas em humanos canais.
            Fazem mal quando pretendem vedar os homens de subir até às águas vivas do rochedo de Deus.
            Fazem mal imenso quando os canais condutores segregam óxidos nocivos que intoxicam as almas que bebem das águas canalizadas.

            Alma sequiosa, sobe às montanhas eternas!  

            Pede a Mateus, Marcos, Lucas e João que te guiem à nascente das águas vivas do Salvador.
           
            Abeira os lábios ardentes a essas águas puríssimas que jorram do seio do Evangelho.
            Aqui está a pureza absoluta!
            Aqui o intacto frescor da linfa divina!
            Aqui o cristalino licor das palavras de Jesus!

            Não há livros nem lábios humanos, por mais sábios e santos, que possam suprir o que de si mesmo disse o Cristo e dele escreveram seus evangelistas.

            O Evangelho é como a luz solar, que atua insensivelmente sobre a alma exposta à sua celeste claridade.

            Irradia, com discreto silêncio, luz e calor, energia e beleza, verdade e vida, paz e amor, alegria e felicidade.

            Dentre as 24 horas do teu quotidiano viver profano, reserva uma hora diária para esse banho de luz, ao sol do Evangelho.

            E esta hora de diatermia espiritual valerá mais para tua vida verdadeira do que as restantes horas de lufa-lufa profana.
            Esse banho solar dará ao teu espírito saúde e vigor, força e beleza, serenidade no sofrimento, resistência na luta, justiça e caridade na vida social, paz interior e profunda felicidade da alma ...

            Sobe, meu amigo, às montanhas eternas ...

            Bebe, na própria fonte, as águas da Divindade ...



           
Huberto Rohden

in “De  Alma para Alma” (Ed. União Cultural Editora 1956)






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