Carência
de Assunto
Há quem destile em sutis venenos a
palavra oculta, portadora de mensagens destruidoras da vitalidade, carreando
doenças e infelicidades.
Há quem se delicie em tormentos eloquentes,
conduzindo para a maledicência, e com atroz sabedoria, o assunto em pauta,
visando a deformação dos fatos, sorrindo à socapa dos efeitos dos venenos empregados.
Para quantos se dedicam a essa
espécie de divertimento, não temos outra sugestão, senão uma prece ao Poderoso
Doador da Palavra, para que se compadeça do infeliz.
O coração nobre desvela-se por
sintonizar-se com a palavra sábia, entregando-se, em horas oportunas, ao grande
mister de elevar o padrão vibratório das conversações.
Para o espírita, a palavra, fruto de seus pensamentos, deve ser utilizada
com sabedoria, não em retóricas difíceis, mas, sim, delineando, como o Mestre,
contos simples, tertúlias elevadas,
construindo com o verbo o mundo vibrátil do amor.
Ergue-se a catedral do infinito, sob
a palavra divina do “Faça-se a luz”; levanta-se o homem para a Terra através da
frase singela – “Veio à luz”, e, embora a luz envolva o mundo com tamanha
grandiosidade, cumpre-nos irradiá-la através dos nossos sentimentos apurados,
de nossos pensamentos saturados de amor, e empregá-la na difusão do bem,
porquanto discípulos somos do Mestre da Luz, responsáveis por uma Doutrina que será
o altar do mundo, o sangue renovador das nações.
Estendamo-nos com vigilância no
emprego de verbo sagrado em nossas conversações.
Falta de assunto leva a mente
enfermiça ao torneio da maledicência.
Alma erguida ao lampadário do
infinito é sempre devotada ao dever santo da disseminação da Boa Nova.
Cumpre, pois, nos detenhamos na
meditação dos assuntos que serão levados à pauta das conversações diárias.
Evitemos, como perigoso veneno, a
palestra doentia; empreguemo-nos no bem e sirvamos com a palavra o Divino
Seareiro, cônscios de nossa imensa responsabilidade diante de nossa própria
consciência.
Caminhemos para a luz, meditemos
sobre o Mestre, o Verbo que veio ao mundo para purificá-lo com sua palavra
Divina, e sigamos para nosso destino glorioso.
Que o Senhor nos abençoe.
Bezerra
de Menezes
por Maria Cecília Paiva
in ‘Garimpeiros do Além’
( 2ª Ed 1991 – Inst.
Maria - J. Fora (MG)
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