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Mas não é nessa direção unicamente
que se pode orientar a utilização da clarividência psicométrica. Mais valioso e
de singular alcance é o testemunho que fornece, quando encaminhada ao estudo e
observação da personalidade humana, surpreendida em seus mais íntimo matizes.
Porque ainda a esse respeito não estamos longe de concordar com G. Phaneg, em
cuja opinião, essa possibilidade de distinguir as tendências, as qualidades, os
vícios de um ser humano é um dos aspectos mais preciosos, uma das mais belas faculdades divinas em nós
ocultas".
"Sem duvida - acrescenta ele - "é
muito interessante e de máximo proveito para o vidente poder, como o afirma
Denton com um pouco de exagero, perceber as montanhas e cursos dos rios, penetrar
nos abismos dos mares silurianos e lhes observar os habitantes, caçar com os
indianos, ouvir o bater de alviões no fundo das minas do lago Superior e
descortinar um passado que se nos afigurava intangível para sempre." A meu ver, porém, nada é mais interessante
que o estudo do homem; e haverá sempre, para quem nele saiba ver, maiores
maravilhas em um coração humano que nas mais belas regiões da natureza
(1)."
(1)
G. Phaneg, ob. cit. pág. 59-60.
A clarividência psicométrica reserva
com efeito, as mais inesperadas revelações e será de suma utilidade para quem a
exercer no sentido de observar, em suas invisíveis irradiações, a entidade psíquica,
contanto que, porém, o faça com um fim de caridade e amor ao próximo, jamais
para a satisfação de frívolas curiosidades.
Para ver, basta ao sensitivo o
contado com um objeto pertencente a determinada pessoa, impregnado, portanto, do
seu aura, como uma fotografia, uma carta, um acessório de uso ou de vestuário,
etc. De posse desse objeto e empregando o processo operatório já descrito, isto
é, concentrando-se e colocando o objeto na fronte (ou mesmo na nuca), O psicômetra,
em geral sem saber de que pessoa se trata, lhe descreverá ora as qualidades, as
inclinações, os defeitos, ora sucessos de sua vida passada ou que estão para lhe
sobrevir, umas vezes porque assistirá ao desenrolar das cenas, tal como nas
experiências que acabamos de relatar, outras vezes por se apresentar no campo
da visão astral um conjunto de imagens simbólicas, cuja significação o
orientará para a definição do caso.
Ao psicômetra é também possível,
independentemente de contato com qualquer objeto material, fazer a psicologia instantânea de uma pessoa
presente, bastando concentrar-se e fixar a atenção no aura, ou irradiação fluídica
dessa pessoa, no qual se refletem as suas qualidades morais e, por assim
.dizer, se têm fotografado os sucessos de toda a sua vida. O Sr. G. Phaneg, em
sua obra já citada; eminentemente instrutiva para os que desejem conhecer em
suas particularidades o atraentíssimo
assunto, menciona vários exemplos dessa natureza.
Compreende-se facilmente a importância
e, ao mesmo tempo, a gravidade que resulta da posse desse dom, diante do qual os
próprios segredos da psique humana podem, tantas vezes, apresentar-se
desvendados. Por isso mesmo é que o seu desenvolvimento requer, como atrás
dissemos, não só um adestramento intelectual e psíquico, mas, sobretudo, a aquisição
de condições morais que induzam o seu possuidor a fazer dele um uso discreto,
sempre no sentido do bem, alheio e próprio.
Não nos desviemos, porém, do nosso
objetivo. O que nos propusemos evidenciar nas precedentes páginas, com o apoio
de fatos experimentalmente comprovados, foi a existência, no homem, de uma
entidade psíquica perfeitamente caracterizada, na qual não só residem as próprias
percepções sensoriais , de que o sistema nervoso é apenas o veículo (1), mas um
sentido próprio dotado de maravilhosa penetração e lucidez, quer desenvolvida
mediante apropriados exercícios, quer espontaneamente revelada nos casos de
dupla vista e no que se chama o desdobramento da personalidade.
Corpo físico, entretanto, e corpo
astral, ou duplo etéreo, não constituem mais que os dois sucessivos e imediatos
aspectos sob que se nos apresenta o ser humano, em cujo estudo cumpre remontar mais
longe, obedecendo sempre ao método gradual que temos adoptado. E, pois que de
sua natureza a ciência acadêmica se tem mostrado impotente para nos fornecer a
síntese, vejamos se nos é possível obte-la, como o acreditamos, de acordo com
as concepções do moderno espiritualismo.
(1) Como o demonstram as
experiências do sonambulismo magnético, a que aludimos e em que, pelo fenômeno
da exteriorização, os sentidos físicos se anulam, transferida a sensibilidade,
do mesmo modo que a vista e a audição, para o duplo astral, ligado embora ao
corpo, de que só se separa definitivamente por ocasião da morte.
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