sábado, 19 de novembro de 2011

Mensagem de Bezerra ratifica o programa do Grupo Ismael


Mensagem de Bezerra
ratifica o programa
do Grupo Ismael


 Reformador (FEB)  Agosto 1973

De nada mais precisariam os obreiros humanos da Casa de Ismael, para manterem fortalecido o ânimo, ou para se não deixarem entibiar, quando lhe são lançadas, em obediência aos propósitos das trevas, para quem a derrocada e o desaparecimento da Federação constituem a pertinaz "Delenda Cartago", as acusações mais infundadas e as aleivosias mais injustas, em porfiadas tentativas por arrastá-los, a eles e a ela, para caminhos que lhes acarretariam inevitável perda.

Dir-se-ia que, sabendo quão frágil é a natureza humana, pelas imperfeições anímicas, e quão profunda verdade enunciou o Mestre divino, declarando Que o Espírito é lesto, porém fraca a carne, eles, que são os legítimos dirigentes do Colégio do Anjo glorioso, sentem a necessidade de multiplicar, para com os que, nas limitações da matéria, lhes servem de instrumento, as manifestações da solidariedade que com eles mantêm e da sanção que lhes merece, de modo geral, o desempenho que dão à tarefa em que a misericórdia do Senhor consentiu fossem investidos.

Entretanto., uma dentre todas se destaca por especial característica, que nos obriga a fazer-lhe particular menção, a fim de que seja apreciada em seu alto e amplo significado. É a de Bezerra de Menezes, ditada na sessão de 13 de agosto do ano passado[1]

Insta, primeiro, que tudo, se atenda à ocasião em que a deu aquele Espírito luminoso: quando, ao cabo de dez anos, o Grupo Ismael concluíra, pela quarta ou quinta vez, o estudo completo dos Evangelhos, através da Revelação da Revelação, de J.-B. Roustainq, e ia recomeçá-lo, partindo novamente da página inicial do primeiro tomo dessa obra, conforme vem procedendo desde a sua fundação.

            Essa comunicação, que nos abstemos de analisar pormenorizadamente, para deixar que o faça o leitor com as suas luzes próprias e o seu critério doutrinário, além de uma vez mais ratificar, em nome de todos os prepostos de Ismael ao governo invisível da sua oficina, a orientação a que ela obedece, vale, por si só, ti da em conta a circunstância que vimos de mencionar, como sanção inequívoca à adoção da obra "Os Quatro Evangelhos"para base dos estudos evangélicos do Grupo e da Federação, de modo a permanecerem ambos fiéis à tradição que hão guardado sempre, sem solução de continuidade, e que se estabeleceu ao surgirem uma e outro para as atividades doutrinárias, a despeito da grita insana que de quando em quando se ergue dentre alguns que, à falta, provavelmente, da oração e da vigilância tão insistentemente recomendadas outrora por Jesus aos seus discípulos e hoje, pelos seus mensageiros, aos que se inscreveram no rol dos trabalhadores da sua seara, se prestam descuidadamente a ser porta vozes dos que integram as falanges ocultas do erro e da mentira, do mal e da iniquidade e que, para chegarem a seus fins, lhes excitam a vaidade de se tornarem notórios à turba dos cegos e inconscientes e destes colherem aplausos supostamente glorificadores.

            Do mesmo passo, pois, a comunicação de que falamos realça o valor excepcional daquela obra, valor que indubitavelmente cresce para todos quantos, havendo assimilado bem o que consubstanciam as do Mestre insigne, que foi o preclaro codificador da Doutrina Espírita, se aprofundam no conhecimento dos ensinos, explicações e revelações que ela encerra e que lhe legitimam o título de -- Revelação da Revelação, porquanto é a única que faz certo e indiscutível ser o Espiritismo, como desenvolvimento e complemento da Revelação Cristã, o Consolador que Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu enviar à humanidade cujo governo lhe cabe.

            Do que fica dito, natural e logicamente se conclui a ratificação plena da orientação doutrinária da Federação, a mesma a que ela tomou desde a sua primeira hora de vida terrena, sendo de notar-se aue essa ratificação não se encontra formulada apenas por palavras, mas baseada na avaliação ponderada do labor a que a mesma Federação se tem consagrado e dos frutos que esse labor já produziu em abundância.

            E mais: há a exortação constante para que tal orientação seja sustentada sem desfalecimentos, nem transigências, que seriam culposas e denunciariam criminosa ingratidão, em face dos estímulos vivificantes que dos trabalhos na oficina de Ismael colhem os que deles participam neste plano, na qualidade de colaboradores dos que, no plano invisível, lhes organizam o programa e os executam sob as vistas do seu excelso patrono. Cônscios de que assim o quer Jesus, pois, a não ser assim, não o quereriam os seus grandes e eminentes servos, aqueles últimos a manterão indefectivelmente, sem embargo de todos os esforços em contrário. dos que a hostilizem e combatam aqui na Terra e no Além.
                       


SESSÃO DE 13 DE AGOSTO DE 1941

Comunicação final, sonambúlica


Médium J. CELANI


            Em nome de Jesus, eu vos saúdo, companheiros e condiscípulos do Evangelho.
       Bem verdade que recordar é viver e eu quero recordar o início destes estudos.
       Aqui estão presentes os velhos companheiros: o José, o João, o Richard, o Bittencourt, os Sayão, a Isabel, o Matos, o Cardoso, o Frederico, o Ulysses, o Fonseca e tantos outros, glorificando todos ao Senhor dos mundos, ao Seu Filho dileto, à Virgem, padroeira deste colégio, e anjo, seu mentor. Todos glorificam ao Senhor dos mundos, porque nenhum deixou de colher um benefício, por pequeno que fosse, destes estudos que se fizeram e se vêm fazendo, através de tantos e tantos anos.
       São imensas as legiões dos aqui Convertidos pelo bafejo do Evangelho de N. S. Jesus Cristo! Oh! se pudésseis ver com os olhos materiais esses felizes a entoarem conosco hinos de glória ao Meigo Nazareno, que estendeu sua mão caridosa, para tirar-nos das sarjetas dos vícios, das paixões e dos crimes!     
       Ah! não posso conter as lágrimas da gratidão, ao contemplar a trajetória que temos percorrido! Quantas vezes o amor de Maria levantou o ânimo abatido do pobre peregrino! E era sempre a lembrança de um versículo do Evangelho que o reanimava e o versículo era sugerido por esse sublime Espírito de caridade e bondade.
       Nesse tempo, mais penosas eram as lutas, mais perigoso o dizer-se alguém  espírita e, sobretudo, espírita-cristão porque mesmo nas fileiras dos adeptos havia os cientistas e filósofos a menoscabar do que consideravam fanatismo de católicos romanos.
       Foi atentando na "via crucis" de Jesus-Cristo que o meu Espírito compreendeu quanto era necessária a humildade para dominar os sentimentos. Foi contemplando a excelsitude da obra da Virgem, que o meu Espírito traçou a sua diretriz na propaganda, diretriz que me levou ao ponto de receber de todos vós tantos galardões, que, todavia, não modificaram, nem podiam modificar, mercê de Deus, a minha condição de servo do Senhor.
       Coube-me, pois, a mim a missão de trazer-vos estas palavras de animação quando encerrais mais um ciclo do vosso estudo com aproveitamento. Esse aproveitamento, meus companheiros, nós o comprovamos na orientação que a Federação continua seguindo.
       Essa orientação é filha de uma compreensão justa do espírito do Evangelho, porque todo aquele que quiser conduzir uma coletividade espírita por seguros caminhos tem de procurar a luz do Evangelho.
       Foi esse caminho que me permitiu manter-me fiel até ao fim e é ele que certamente vos conduzirá ao seio de N. S. Jesus Cristo, alegres e satisfeitos por haverdes cumprido o vosso dever.
       Grandes monumentos, meus companheiros, o sentimento erige para glorificação do Espírito puríssimo do Divino Mestre. Não são os templos de pedra que qualificam a obra dos servidores da seara. Se assim fora, as vetustas catedrais seriam ainda hoje os templos do Espírito Santo.
       Procurai erigir esses monumentos nos corações, porque, então, não haverá mister hospitais, abrigos e asilos. Procurai mostrar pela palavra persuasiva e sentida que o Cristo é, para a Terra, o único Pastor.
       O idealismo político salvador do mundo será aquele que tiver seu fundamento na manjedoura e a humanidade, conduzida pelos partidos formados em torno desse Idealismo, não mais se verá assolada pela guerra, não mais conhecerá órfãos, nem viúvas desvalidas.
       Orai, pedi, suplicai à Virgem que implore do seu Jesus vos multiplique as forças para que possais cumprir o dever de lançar pelo mundo em fora a palavra de verdade, dita com sinceridade, com sentimento cristão.
Quando conseguirdes formar um núcleo de consciências capazes de tal efeito, o Espiritismo terá realizado a sua obra de Consolado r prometido por N. S. Jesus Cristo.
Recebei a expressão dos meus sentimentos para convosco e daqueles que me delegaram o encargo de vos falar neste momento. Lembrai-vos sempre de que todos eles estão convosco, partilhando da vossa obra. Nenhum desertou.
Ao encerrardes os trabalhos de hoje, orai pela humanidade que sofre, resgatando suas culpas, a fim de que Jesus permita que seus servos a iluminem, fazendo-lhe perceber as causas de tão terrificantes efeitos, porque, percebendo essas causas, ela encontrará o remédio para removê-Ias.
Agora, eu me vou, grato aos vossos corações e grato a Jesus, que me concedeu a mercê de vos falar a vós, velhos e queridos condiscípulos.
Deus vos abençoe.

Bezerra

Nota da Redação:  Texto extraído do livro  "Trabalhos do Grupo Ismael", VoI II,
organizado por Guillon Ribeiro, em 1942.






Trabalhos do Grupo lsmael

A história do Grupo Ismael não pode ser contada sem que se dedique capítulo especial ao gigante do Espiritismo no Brasil: Guillon Ribeiro. Seu nome é um dos marcos da própria história do Espiritismo. Além de ser o tradutor das obras de Kardec e de Roustaing, publicou os três volumes dos ‘Trabalhos do Grupo Ismael’, contendo o desenrolar das memoráveis sessões mediúnicas realizadas na FEB nos anos de 1941, 1942 e 1943.


[1] Nota da Redação: 1941


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