Ilusão
O enterro de uma Ilusão é uma coisa estranha. Vão à frente do cortejo as Esperanças que ela fez nascer, chorosas, angustiadas.
Depois, o Raciocínio, que havia adormecido invigilante, e que, ao acordar, demasiado tarde, não pode remediar um mal que estava feito.
Em seguida, no coche funerário, o Sonho morto, hirto, desfigurado, a caminho para a última morada na tumba da Memória.
Atrás dele, a Desolação, a Revolta, o Desespero, o Pranto, e finalmente a velha Experiência, serena, impassível, erguendo na mão descarnada o facho da Sabedoria, cuja luz tremulante crepita de leve, ao sopro brando dos ventos do Passado.
Hernani T. Sant’Anna e seus instrutores Espirituais
in “Em Busca da Verdade” (Editora ‘Auta de Souza’ 1996)
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