segunda-feira, 22 de agosto de 2011

'A Esmola'


A Esmola
         6,1 “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes  vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. 6,2 Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam sua recompensa. 6,3 Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. 6,4 Assim, a tua esmola se fará em segredo, e teu Pai, que vê em segredo, recompensar-te-á.”

         Para Mt (6,1- 4), -A Esmola - leiamos trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Alan Kardec, em seu Cap. XIII:

            “...Fazer o bem sem ostentação é um grande mérito; ocultar a mão que dá é ainda mais meritório; é sinal de superioridade moral; porque, para ver as coisas de mais alto que o vulgo, é preciso fazer abstração da vida presente e se identificar com a vida futura; é preciso, numa palavra, colocar-se acima da Humanidade para renunciar à satisfação que proporciona o testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus. Aquele que estima a aprovação dos homens mais que a de Deus, ou mesmo que não crê na vida futura;  se diz o contrário, age como se não cresse no que diz.”

            Seguimos, ainda para Mt (6,1-4) , com extrato de “Lindos Casos de Bezerra de Menezes ”, onde Bezerra oferece ao autor (Ramiro Gama) a mensagem que se segue:

Migalhas

            Amigo de Cristo,
            Não olvides nosso dever de cooperação com o Senhor! Ninguém te pede o impossível, entretanto é justo nasçam em tuas mãos, cada dia, as migalhas de amor com que o mundo se elevará  do  vale da sombra  ao cimo da redenção.
            Lembra-te  de viver  a santa  prerrogativa de  tua fé. Faze algo.
            O Mestre não exige te convertas no refúgio de todas as crianças do mundo, mas espera que teus braços se disponham a recolher, por instantes embora, algumas dessas pobres aves humanas sem ninho, que as reconfortes... não te reclama a cura indiscriminada de todos os enfermos da senda, no entanto, solicita  de teu esforço um caldo para o faminto, ou um palavra de bom ânimo para o agonizante desamparado... não te roga assistência para todos os escravos da prova e do sofrimento, que vagueiam, contudo aguarda de ti um leve olhar de consolo e esperança, em favor do companheiro infortunado, que precisa erguer-se e avançar...
            Uma esmola de tolerância... Uma prece... Uma gota de bálsamo... Uma referência fraterna... uma flor de carinho...um sorriso...  
            Quem será tão miserável no mundo que nada possa dar, quando o verme é um benfeitor da terra, que produz a excelência do pão.
            Detém-te, sim, na  antevisão do porvir e sonda-lhe a grandeza, mas não olvides o presente, que nos cabe medir com os próprios passos!
            Demora-te na contemplação das estrelas e extasia-te perante a magnitude do Universo, no entanto não te esqueças de acender a vela humilde, ao redor de ti mesmo para que as trevas não senhoriem o chão.
            Amigo de Cristo,
            O oceano é uma coleção imensa de gotas d’água, e o Reino do Senhor será o conjunto das migalhas de amor que lhe possamos oferecer!
            Não te faças tardio na compreensão, para que a tua felicidade brilhe mais cedo. O Eterno Amigo espera por nós no caminho de nossos próprios irmãos. Traze ao Benfeitor Celestial as sementes de tua vontade e, algo fazendo na tarefa redentora, estejamos convictos de que Jesus fará o resto.     Bezerra
           
            Para Mt (6,1-4) -Esmola com Humildade- leiamos ainda  a Antônio Luiz Sayão, amigo pessoal de Bezerra de Menezes, em “Elucidações Evangélicas”:  

            “É certo que nem sempre a nossa consciência, dadas as condições do meio em que nos encontramos encarnados, nos pode indicar a causa determinante do nosso procedimento, ou os impulsos a que obedecemos na prática dos nossos atos. Entretanto, assim como, até certo ponto, nos é possível estudar as causas da enfermidade de que padecemos, pelos medicamentos que nos aconselha o nosso médico, também podemos descobrir as das nossas enfermidades morais, pelo remédio espiritual que nos aconselham os nossos maiores, repetindo o conselho daquele que foi, é, e será sempre o médico supremo, não só dos corpos, mas principalmente das almas. Procedendo, então, a esse estudo, reconheceremos que a carência de humildade em nossos corações constitui, as mais das vezes, a causa principal, mais ou menos oculta, das nossas faltas, dos nossos erros, dos nossos pecados.
            Não é, certamente, por outra razão que, nos Evangelhos, a cada passo, quase que em todas as suas páginas se nos deparam tantos e tão sublimados ensinamentos e exemplos de humildade. Não é, igualmente, por outro motivo que os nossos anjos de guarda, os nossos guias, tão de contínuo e com tanta insistência nos recomendam que sejamos humildes.
            Pois bem, do trecho que estamos apreciando, o que sobretudo decorre é ainda uma esplêndida lição de humildade. Somente possuindo essa virtude celeste, de que, como de todas as outras, foi modelo excelso Nosso Senhor Jesus Cristo, é que seremos capazes de praticar unicamente boas obras, com o cunho da abnegação, do desinteresse, da sinceridade, do sigilo, do devotamento, do amor, em suma, ensinados também nos versículos que estudamos. Somente a posse daquela virtude fundamental nos capacitará para a prática da caridade material e moral, pondo em jogo todas as aptidões da inteligência e todas as delicadezas do coração.” 

                                                              



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