domingo, 29 de maio de 2011

32 Trabalhos do Grupo Ismael


Guillon Ribeiro


32


SESSÃO DE 27 DE DESEMBRO DE 1939


Comunicação final, sonambúlica


                        As legiões de Espíritos que ocorrem às reuniões do Grupo. – Presença entre eles das velhas raposas matreiras. – Atitude que guardam. – São os que implantam a confusão nos colégios espíritas. – Evolução intelectual da humanidade e estagnação do seu progresso moral. – Densidade da atmosfera pelos sentimentos que se evolam dos corações. – Como se aproveitam os Espíritas do Senhor do conhecimento que têm das causas e efeitos desse estado de coisas. – Os prepostos do Consolador aguardam, nas fronteiras do mundo terreno, a palavra de ordem. – O que faz a rasoira que percorre o nosso mundo. –Relevância da obra a que se consagra a oficina de Ismael. – Prece à Virgem.


Médium: J. CELANI


            Paz, meus caros amigos e condiscípulos do Evangelho do Manso Cordeiro de Deus.
            Aqui, a este recinto onde se procura estudar o Livro da Vida, acorrem legiões de Espíritos de variadas categorias, ávidos de conhecimento que os habilite a compreender seu estado, a razão de ser das suas dores e sofrimentos e os meios que devem empregar para conseguirem livrar-se desses sofrimentos.
            Muitos outros, como meros assistentes, aproveitam das lições àqueles ministradas. Vêm igualmente as velhas raposas, matreiras, cheias de ardis, mas ficam à distancia, insuflando, manobrando na sombra, para a consecução de seus fins inconfessáveis. Cercadas de trevas, não podem sequer vislumbrar, em torno de vós, essa espécie de auréola que vos protege, formada pela luz que o Pastor projeta sobre as ovelhinhas que foram entregues pelo Pai.
            São esses os autores da confusão que muitas vezes se implanta nos colégios espíritas, para que o público note a incoerência reinante entre as palavras e as ações dos crentes.  Procuram, doutro lado, amortecer nestes os anseios por adquirir, nos ensinos da Nova Revelação, mais perfeito conhecimento do Criador e da Sua obra.
            Esses anseios, que brotam no coração dos homens, representam o trabalho invisível dos Espíritos do Senhor, na intimidade das consciências.
            Mas, Cristo disse: Eu não vim trazer a paz, e o fundamento dessa afirmação perdura, apenas da ampulheta do vosso tempo haver marcado a passagem de 20 séculos entre a missão do Mestre e os dias atuais.
            A humanidade, é certo, constituída pelas gerações que já viveram, evoluiu intelectualmente; porém, feneceu a simplicidade nos corações.
            Os tempos, meus caros companheiros, são terríveis. Pesam tanto sobre vós como sobre nós, porque a nossa  e a vossa obra se conjugam, se irmanam, têm a mesma origem e a mesma finalidade: a necessidade da reparação e do progresso. A atmosfera formada pelos sentimentos que se evolam dos corações é de tal modo densa e contrária à nossa tarefa, que por vezes penosíssimo se torna o nosso labor junto dos homens.
            Conhecendo as causas e os efeitos de tal estado de coisas, procuramos aproveitar a boa vontade, a passividade daqueles que no meio da tormenta ainda encontram a possibilidade de invocar a patrocínio do Altíssimo Pai.  E com esses realizamos a nossa obra, que deve ser sempre humilde, silenciosa, para que produzam resultados salutares nas almas carecidas de conforto, de esperança e caridade, porquanto a salvação do mundo está no Evangelho. Isto vós o repetis, nós o proclamamos e é verdade.
            Enquanto o homem não bater de si o egoísmo, o orgulho, a vaidade e todos os sentimentos contrários à caridade cristã, haverá sofrimento em maior ou menor escala.
            Para os grandes males, os grandes remédios; para os grandes crimes coletivos as grandes dores coletivas. Já Romualdo vos disse, numa das vossas últimas reuniões, que os propostos do Consolador aguardam, nas fronteiras do vosso mundo, a palavra de ordem. Assim é, de fato. A rasoira percorre o mundo, ceifando, separando, escolhendo os colaboradores que hão de verdadeiramente implantar na Terra um novo estado de coisas mais consentâneo com as promessas do Evangelho e o mérito das populações terrenas.
            A vossa obra é relevante, cheia de responsabilidades e muito mal compreendida, ás vezes, por crescido número de crentes, por aqueles que querem os grandes resultados, imediatos e palpáveis, sem compreenderem que as humanidades se entrelaçam a da Terra e a do Espaço. Do vosso preparo moral aproveitam os que, invisíveis, vos cercam e a extensão dos vossos sentimentos, hauridos na fonte confortadora, alimenta a força moral que vos fará respeitados entre as turbas que vos rodeiam.
            E basta por hoje.
            Nestes arroubos, produzidos pela beleza do ensino cristão, o nosso espírito olvida que, na vossa condição humana, outros deveres vos aguardem junto dos que vos são caros.
            Maria, doce e piedosa Mãe, como desvairam os condutores dos povos, como praticam a mentira, a falsidade, o egoísmo e o orgulho, pretendendo estar servindo aos que se lhes acham confiados. Só o teu sentimento poderá obter que o Pai amantíssimo use da sua clemência, do seu perdão, do seu amor para com tamanho desvairamento.
            Tem piedade das pobres criaturas que, empedernidas no crime, terão de ser relegados para as trevas exteriores. Toca-lhes os corações, para que compreendam e sintam que o Pai não determinou, não traçou fronteiras no Universo; que todos os homens precisam trabalhar unidos fraternalmente, compenetrados da responsabilidade toda que lhes cabe e que é a de levarem pelo seu labor, o planeta à sua evolução completa.
            E a estes, Senhora, que buscam a teu Filho, abençoa, dá forças e sutilezas de espírito, para que possam bem compreender e executar a tarefa que lhes cabe na Casa de Ismael.
            Tem misericórdia de todos nós e abriga-nos sob o teu manto pastor.
            Paz, meus caros amigos. – Bittencourt.




Nenhum comentário:

Postar um comentário