domingo, 15 de maio de 2011

3 x a palavra de Pedro, apóstolo (e mais...)

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   Três + 1 mensagens de Pedro, apóstolo 
recebidas por ocasião das celebrações de Páscoa, 
no ano de 1920.
Reformador (FEB) em 1.6.1920

Mensagem (por Albino Teixeira):

            “Aos continuadores do apostolado do Cristo as minhas saudações de paz.
            Meus filhinhos, o Divino Mestre, desde que surgiu no estábulo de Belém, começou a dar exemplos de humildade mais frisante, para que os homens compreendessem que a humildade exalta a criatura e o orgulho a rebaixa.
          Nasceu entre animais, como que para patentear ao mundo, de então, que esses talvez o compreendessem melhor do que o homem. Podendo nascer num palácio como Senhor, que era, do mundo, surgiu num alpendre, abrigo de animais, tendo, aparentemente, por pai terreno um carpinteiro! Que exemplo de humildade!
        Na ceia pascal, culminou essa humildade, quando ele ofertou aos seus apóstolos o pão e o vinho, que simbolizavam o seu corpo e o seu sangue, isto é, a sua doutrina e o seu amor às ovelhinhas que lhe foram confiadas; e ainda quando lavou os pés de seus discípulos.
         Eu fora, quando pescava peixes no mar da Galiléia, por Ele chamado para ser pescador de homens e, sem vacilação, o acompanhei. Em boa hora o fiz, pois que recebi as emanações puríssimas de Seu espírito, que leniram as agruras de minha alma de pescador. Suas palavras me redimiram, tornando-me pregador de Sua doutrina de amor e de perdão.
            Ao vê-Lo abaixar-se, cingido com a uma toalha para me lavar os pés, recusei.
            Como, Senhor, pois Tu, o Mestre, me hás de lavar os pés? Jamais consentirei.
            Ah! Meus filhos, se vísseis o olhar meigo e, ao mesmo tempo, imperativo que me lançou dizendo:
            “- Se não me deixas lavar-te os pés, não és digno de mim...”
            Pois bem, Senhor, lava-me os pés, lava-me também a cabeça, respondi.
            A ceia pascal, meus filhos, vos mostra a grandeza da humildade de Jesus.
            Quem quiser ser o maior terá que ser o servo de seus irmãos. Deveis lavar-nos os pés uns dos outros, isto é, socorrer-vos reciprocamente, auxiliar-vos em todas as circunstâncias da vida, como irmãos, filhos do mesmo Pai.
            Se aqui estiverdes reunidos com verdadeiro sentimento de fraternidade, com pensamentos de amor, com o desejo sincero de serem úteis aos vossos semelhantes, estareis recebendo o pão e o vinho que Jesus nos ofereceu, estareis comungando a hóstia santa de seu amor. E como é esse o desejo que impera em vossos espíritos, eu vos concito a perseverardes no propósito da propagação da doutrina por Ele ensinada, fazendo-a não somente por palavras mas excepcionalmente, por exemplo.
            Assim, os nossos pensamentos, confundidos com os vossos, repercutirão pelo infinito, em vibrações de luz, integrados no concerto universal que formam os dos puros espíritos, entoando hosanas ao seu amoroso Criador. Comunguemos mais uma vez nesta ceia, exemplo da mais grandiosa humildade, e que Jesus, o nosso Salvador, nos assista, permitindo que mais algumas criaturas, ovelhas de seu redil, se tornem, como nós, pescadoras de almas. Paz e Deus vos abençoe.
                                               Pedro, o apóstolo

Mensagem (por Manoel Quintão)

            “Meus companheiros, como há 2000 anos, em transes angustiosos, rememorando as cenas do Calvário, o meu espírito brada ao mundo - Paz.
            Hoje, por mercê do Mestre e Senhor, eu me propus vir a vós, para penitenciar-me de o haver negado 3 vezes.
            O seu perdão sublime logo me atingiu, é certo, porque o Justo sacrificado bem sabia que eu só o negara por amor. Naquela hora, o vidente apostólico emudeceu para falar o homem no seu egoísmo, o homem que em tudo via o sacrifício menor de seu Mestre querido. Eu supus que com a minha palavra comprometera porventura ainda mais a causa do Justo, porque o pescador ignorava o que o apóstolo deveria  saber um pouco e vos repete, isto é: que o Cordeiro de Deus, o Filho do Homem, não vinha restabelecer um reino na terra, nem reinar para a terra sobre uma geração, porque vinha restabelecer na terra o reino do céu através de sucessivas gerações.
            Pois bem, meus queridos, essas gerações ai estão.  Vós mesmos as representais legitimamente, pois sois daqueles que fizestes então, alviçareiramente odientos, a escalada do Calvário, para perpetua-la dolorosamente, caindo aqui e erguendo-se além, até chegardes à compreensão das coisas santas, despidos do orgulho que gera o ódio e ainda hoje sacrifica em mil calvários, simbolicamente, os portadores de todas as verdades. Para que assim não continue a ser, é que se realizam as promessas do Divino Mestre e aqui vos encontrais.
            Mas, vede bem: a minha negação foi também um símbolo para vós outros, como um brado de alerta, a fim de que, não somente três, mas três mil vezes não negueis a Verdade, que é Jesus.
            Com estas graças cresçam para nós as responsabilidades que se aferem na balança da Vida Eterna.
          Tripulantes da minha barca, importa, porque o tempo vai desfeito em borrascas temerosas, que vos mantenhais firmes em nossos postos, a fim de não serdes arremessados ao oceano cavado das próprias paixões. O sinal que vos dou é o da cruz: - ao sopé uma mulher lacrimosa, que não tem um brado, nem um gesto de maldição. É a estátua da Dor e é também a efígie do amor desse Filho que vos há de salvar.
            A Ela rogo de joelhos para vós, como roguei para mim naquele momento de angústia, a bênção que conforta; ilumina e sara as feridas do espírito.
            E Ela, mártir dolorosa, sorrindo, me diz: - Pedro, vai abençoar os meus filhinhos em nome do Filho Amado, para que a compreensão daquele perdão seja o sinal definitivo do recolhimento deles ao meu seio.
            Bênção de Maria, bênção de Paz e de Amor, do céu, portanto, vos trago.
            O remido da fé,
Pedro

Mensagem

            E dentro em breve vereis o Filho do Homem em toda a sua glória.”
            Assim, meus amiguinhos, me falou o Amado Mestre, a mim, pobre pescador, homem que nada possuía. Sim, que nada possuía, pois que nem bastante fé levava consigo para compreender e penetrar essas palavras.
            Acompanhei-O ao Horto das Oliveiras, fui para Jerusalém e daí à casa de Pilatos. Oh! Pedro, Pedro, que não sabes perdoar a ti mesmo a falta que cometeste, quando Ele te havia dito:
            “-Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes!”  E assim foi, Senhor!
            Pedro, que tudo Te devia, que tudo Te deve, Te negou. Negou-Te, mas não por fraqueza, oh! não. Negou-te por amor, pelo amor da terra, pelo amor do homem. Dali, desfeito em pranto, O acompanhei ao Calvário.
            Mas, meus filhos, como me senti só! Como eu e meus companheiros choramos a ausência do Mestre e quão grande foi o nosso espanto, diante de Madalena e disse:

            “-Não chores porque eu aqui estou. Vai dizer-lhes que Me viste e que sou Eu mesmo.”

            Ah! Voltou-nos a calma e sentimos em cheio toda a grandeza da humildade do Senhor! Senti-me grande e forte da minha riqueza, prometi a mim mesmo que, se preciso fosse, também iria até o Calvário. Não, meus filhinhos, porque eu entendesse ofertar, desse modo, alguma coisa ao meu Jesus, não, mas porque achava que, dando-lhe tudo nada Lhe devia, em comparação com o tesouro que Dele recebera.
            Ele, pois, voltou e nos encheu de gozo, preparando-nos para seguirmos as suas pegadas, em resgate do nosso passado, porque trabalhamos um passado a resgatar. E, para que pudéssemos, sempre por seu intermédio, sempre por Seu amor, tornar-nos dignos do Pai Celeste.
            Corri terras: era preciso que fosse assim. Faltava-me, meus caros filhinhos, um braço direito. Encontrei-o, encontrando o meu Paulo. Longe, um do outro, havíamos nascido e tão diferentemente: ele, rico, forte, instruído nas Letras e eu, humilde pescador, nada possuindo a não ser boa vontade. Que poderia fazer? O Manso Cordeiro porém, tudo tinha preparado! Como previra tudo!
            Aquele Paulo que aceitava a esmola de Jesus, que falava em nome do Cristo, aquele mesmo Paulo vem,  ao  meu encontro e humilde e arrependido, diz:

            “-Pedro, ensina-me tu quem é o Cristo; quero ouvir da tua boca todas as tuas ordens. Eu já O sinto em mim, mas é necessário que tu me reates a Sua vida. Serei teu escravo.”

            E, assim, unidos, amando-nos e muito, sem nunca nos termos visto antes, seguimos a nossa rota e, palmilhando espinhos por nós mesmos semeados, chegamos ao fim de nossa jornada.
            Ah! E como Tu, Senhor, foste e és sempre grande e misericordioso, quão grande foi a Tua recompensa para os humildes servos, quantas graças e quanta misericórdia! E fizestes que as Tuas palavras atravessassem os séculos e viessem, por tradição, por estudos, até os ouvidos daqueles que há 2000 anos gritavam: Crucifica-O! Crucifica-O! Colocando-lhes nas mãos o livro da Vida, assentando-os à mesa do Teu banquete e dizendo-lhes: “Aqui estais comendo da minha carne e bebendo o meu sangue” - porque os queres ver redimidos e que, como eu e os meus companheiros, recuperem pelo seu esforço o tesouro perdido.
            Do alto do trono de Tua misericórdia com o Teu saber imenso, vigias este rebanho pequenino e, como pastor cauteloso, consentiste que o Teu servo Te viesse trazer a palavra de amor, Tu que consolas, que enriqueces a todos aqueles que sabem acolher-se ao Teu seio.  Obrigado Jesus, obrigado, bom e Divino Mestre, por mim e por eles.
            E vós, pequeninos discípulos da era nova, vós a quem tanto foi dado numa época em que só há choro e ranger de dentes, apegai-vos à tábua de salvação que vos é oferecida e, haja o que houver, dai testemunho de Deus em toda a Sua glória.
            Paz, amor e caridade fiquem em vossas almas e, nos momentos mais aflitivos, lembrai-vos sempre do humilde Pedro e Pedro acudirá ao vosso chamado. Adeus. Paz.”
Pedro

Os destaques em negrito não constam do texto original.





Um Servo do Senhor
   

Mensagem recebida na FEB
em 29 de Junho de 1921,  
por comunicação e  publicada
no Reformador em 16 de  Julho de 1921.

            Meus amigos, Para gozar de mais perto dos vossos sentimentos e partilhar convosco da misericórdia que nos foi concedida, eis-me aqui. Sim, graças ao anjo tutelar, ao espírito puro da mãe do Salvador, aqui estou para vos dizer que o fraco apóstolo da fé, o pobre e pequenino servo do Senhor ainda sente, meus filhinhos, toda a mágoa de o haver negado.
            E, é em nome dessa triste lembrança que vos vem pedir que oreis e vigieis constantemente, para não cairdes em tentação, como ele caiu. E vem ao mesmo tempo oferecer-vos tudo aquilo que lhe seja dado pela divina misericórdia. Trabalhemos unidos por aquele Senhor que, na Sua glória, espera de braços abertos todos os que, humildes e de ânimo firme, buscam seguí-Lo. Aos seus irmãozinhos só pede amor, porque Ele é todo amor.
            E tu, pobre irmão (dirigindo-se a um espírito sofredor que acabava de manifestar-se), tu que, infelizmente, mal compreendeste a esmola que te foi dada, regozija-te, por que pelo teu esforço poderás readquirir os bens perdidos. Pedro negou e tu também negaste. Por misericórdia, Pedro goza de paz e tu dela fruirá um dia. Sê dócil e humilde, atende os bons amigos que, de hoje em diante, te orientarão quanto ao caminho que deves seguir. E não duvides, meu filho, porque também tu estarás no reino do Céu.
            Paz, meus filhinhos.
            Recebereis o ósculo do pobre pescador.
Pedro
            

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