sábado, 23 de abril de 2011

O Jejum



O Jejum         
               
                Nosso  estímadíssimo Antonio Luiz Sayão retorna ao nosso convívio, agora com brilhante escrito sobre o tema “O Jejum”. O livro é “Elucidações Evangélicas”, edição FEB, indispensável em qualquer biblioteca espírita:

          “Compreende-se, é mesmo justo, louvável, meritório que nos privemos de alimentos, que restrinjamos a nossa alimentação ao estritamente necessário, para socorrermos o nosso irmão a quem falte o indispensável; porém, que enfraqueçamos o nosso corpo, deixando de alimentá-lo, em obediência a um preceito supostamente religioso, é simplesmente absurdo. Semelhante preceito só se concebe como obra de fanatismo, como imaginado por obscurantismo, que cifram toda a religião na observância de um formalismo absolutamente estéril.  Quando mesmo se pudesse admitir que tais privações ritualísticas fossem do agrado de Deus, certo não o seriam, desde que praticadas publicamente, com ostentação.

          De salvar a alma é tudo o de que devemos e precisamos cogitar; mas, isso só o conseguiremos, elevando-a moralmente, purificando-a, mediante a prática da caridade, porta única da salvação. Se a nossa consciência nos disser que, para a esse efeito chegarmos, necessitamos fazer sacrifícios, façamo-los, porém de modo que todos redundem em benefício do Espírito. Esse o ensino do divino Mestre.

            Os judeus praticavam o jejum material; e Jesus, dizendo o que consta nos versículos que estamos apreciando, visou evitar que essa prática continuasse a oferecer ensejo para a hipocrisia e incentivo ao orgulho, tornando-se uma causa de acréscimo de responsabilidades e de maior transviamento dos que a ela se entregavam. Nenhum mérito tem aos olhos de Deus o que a criatura faça por ostentação, para ser vista, apreciada e louvada pelos homens.
Jesus aconselhava e os seus mensageiros presentemente aconselham o jejum, mas o jejum espiritual, que consiste na abstenção de todo o mal, isto é, de todo mau pensamento, de toda má palavra, de todo ato que nos degrade aos olhos do nosso Criador. Jamais façamos consistir a prática do amor a Deus e ao próximo, mandamento que encerra toda a lei e os profetas, como o disse o Mestre divino, na observância daquela e de outras formalidades idênticas, que nada valem, porque em nada concorrem para a melhora espiritual das criaturas.”   
   

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