sexta-feira, 15 de abril de 2011

Almas Torturadas


Almas Torturadas
                                                                     
                Almas torturadas por preocupações funestas!...
                Almas desesperadas por situações insustentáveis e cruéis!...
                Almas desalentadas, descrentes já de todo poder e auxílio que se lhes possa parecer.
                Eu vos chamo, almas que perambulais pela vida sem ter amealhado sustento para os dias tempestuosos! Eu vos chamo para uma auto-acareação.
                Quem semeia, colhe. Se nada semeastes, ou se semeastes semente de má qualidade, que colheita esperais?
                Que faz a minúscula formiga na época do verão? Amealha para na estação invernosa ter provisões.
                Que fazemos quando tudo é calmo e agradável para nós?     Lembramo-nos de Deus, fazendo algo de útil, ajudando, consolando, amparando, aconselhando a quem, no momento, sofre?
                O comodismo obscurece a consciência. Não fazer nada de mal não significa fazer algo de bem.
                Nossa consciência comodista nos diz que somos bons porque não fazemos o mal que o mundo condena.               Não fazer o bem já é fazer o mal,  pois o tempo que desperdiçamos,  inutilmente  empregado,  já é um roubo  à humanidade.  Quem se acomoda ao seu bem-estar esquece-se de armazenar provisões para a estação invernosa.
                A alma que hoje se desespera é a que não previu o tempo adverso, viveu descuidada, não se prevenindo contra o inverno. Só se desespera a alma divorciada de Deus, a que a Ele não se une pela oração nem busca o porquê da vida.
                Tudo que não é construído sobre base sólida desmorona. E quando surgem as nuvens que empanam o sol, até então luminoso e belo, a alma contorce-se, reclama e angustia-se.
                Chegou a hora de procurarmos as causas que nos levaram a esse estado. Procuremos combatê-las. Este é o nosso remédio.
                E, quando nos libertarmos dessa triste prisão, começaremos uma nova vida. Aproveitemos o tempo, meditando, trabalhando na reconstrução da nossa felicidade, aquela a que temos direito como herdeiros de Deus que somos.
                            Cenyra Pinto  “Vem !.. ” (Ed. Lachâtre)

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