Almas Torturadas
Almas torturadas por preocupações funestas!...
Almas desesperadas por situações insustentáveis e cruéis!...
Almas desalentadas, descrentes já de todo poder e auxílio que se lhes possa parecer.
Eu vos chamo, almas que perambulais pela vida sem ter amealhado sustento para os dias tempestuosos! Eu vos chamo para uma auto-acareação.
Quem semeia, colhe. Se nada semeastes, ou se semeastes semente de má qualidade, que colheita esperais?
Que faz a minúscula formiga na época do verão? Amealha para na estação invernosa ter provisões.
Que fazemos quando tudo é calmo e agradável para nós? Lembramo-nos de Deus, fazendo algo de útil, ajudando, consolando, amparando, aconselhando a quem, no momento, sofre?
O comodismo obscurece a consciência. Não fazer nada de mal não significa fazer algo de bem.
Nossa consciência comodista nos diz que somos bons porque não fazemos o mal que o mundo condena. Não fazer o bem já é fazer o mal, pois o tempo que desperdiçamos, inutilmente empregado, já é um roubo à humanidade. Quem se acomoda ao seu bem-estar esquece-se de armazenar provisões para a estação invernosa.
A alma que hoje se desespera é a que não previu o tempo adverso, viveu descuidada, não se prevenindo contra o inverno. Só se desespera a alma divorciada de Deus, a que a Ele não se une pela oração nem busca o porquê da vida.
Tudo que não é construído sobre base sólida desmorona. E quando surgem as nuvens que empanam o sol, até então luminoso e belo, a alma contorce-se, reclama e angustia-se.
Chegou a hora de procurarmos as causas que nos levaram a esse estado. Procuremos combatê-las. Este é o nosso remédio.
E, quando nos libertarmos dessa triste prisão, começaremos uma nova vida. Aproveitemos o tempo, meditando, trabalhando na reconstrução da nossa felicidade, aquela a que temos direito como herdeiros de Deus que somos.
Cenyra Pinto “Vem !.. ” (Ed. Lachâtre)
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