Uma Parábola
Trata-se de um sonho, narrado por uma senhora muito conhecida por seu fino espírito.
Uma noite, ela sonhou que estava morta e viu-se de repente transportada ao céu. Depois de haver transposto a grande porta de entrada, encontrou um anjo encarregado de conduzir às suas verdadeiras moradas os “libertadores” que se anunciavam. Aceitou a condução de seu guia e ambos se puseram a caminho. Dentro em pouco, notou ela uma casa admiravelmente encantadora, perguntou a quem era destinada essa mimosa habitação. Seu guia pronunciou um nome que lhe era familiar.
“- É o meu jardineiro!” exclamou ela com surpresa. “Na Terra, não habitava ele mais que uma pobre cabana. Empregava grande parte de seus recursos em aliviar os infortúnios. Com os meios que lhe restavam, ele não se podia proporcionar o mínimo conforto.” Continuaram o trajeto e passaram diante de muitas construções por concluir. Chegando a uma pequena e miserável choupana, detiveram-se. “ - Para quem é esta choça?”,
perguntei. “- Para nós...”
“- Para mim? Antigamente eu ocupava uma bela e ampla vivenda em que tinha tudo o que o conforto e o bom gosto podem exigir. Ser-me-á impossível habituar-me a uma tal mudança!”
O guia celeste respondeu:
“- O Arquiteto principal assegurou-se, entretanto, que esta habitação ainda é a melhor que ele pode construir com os materiais que lhe enviastes durante a vossa permanência na Terra.”
Van Bilsen
Agosto, 1905
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