Ecumenismo e Espiritismo
Reformador (FEB) Julho 1978
Existem, como se sabe, movimentos ecumênicos instaurados no mundo com finalidades muito específicas, visadas pelas organizações eclesiásticas que as criaram. A Igreja de Roma, por exemplo, excluiu do seu ‘ecumenismo’, os adeptos do Espiritismo.
Todavia, nunca faltaram, como ainda não faltam, entre religiosos esclarecidos de várias origens e procedência, os que cultivam, com pureza e sinceridade, as virtudes ecumênicas, juntamente com seguidores da Doutrina Espírita. Pedindo a Jesus que os faça instrumentos da Sua Paz, levam-lhe a Mensagem de fé, esperança e amor aos que dela mais necessitam.
Ora, os discípulos de Allan Kardec conhecem muito bem essa Mensagem, revivescida pelo Consolador prometido e enviado pelo Pastor do imenso Rebanho, destinada às criaturas de todos os quadrantes do orbe (‘ecúmeno’, termo empregado pelos geógrafos gregos para designar toda a terra habitada’), e sabem que ela deve ser entregue aos que a desejam, sem preconceitos ou discriminações, que nela não encontram guarida.
Se, pois, o termo ecumênico significa universal, pode aplicar-se, sem restrições, aos sentimentos de verdadeira fraternidade, embora não deva levar a qualquer abdicação de princípios ou à abertura de Centros e Casas do Espiritismo à pregação de ideologias de conteúdo programático estranho à Codificação Kardequiana.
Os espíritas podem e devem ir - como de fato têm ido e vão - a toda parte, entre e com ‘judeus’ e ‘gentios’ de boa-vontade, conforme exemplificou o Messias de Nazaré, mas sem acolher ensinos fragmentários de seitas e doutrinas religiosas ou filosóficas quaisquer, pois isto seria, pura e simplesmente, trair os ideais da nobre causa da Terceira Revelação.
É o que se depreende da inconfundível lição de fraternidade, renúncia, perdão e amor - capaz de resistir a todos os sofismas - dada por Jesus, junto ao poço de Jacó, à mulher de Samaria. Em contraposição à estranheza dos discípulos, muitos foram os samaritanos que creram n’Ele. (João, 4:1 1 42).
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