quarta-feira, 16 de março de 2011

E por falar em Judas... Uma coletânea de textos sobre Judas Iscariote - Parte 3





         Neste estágio, um pouco do carinho de Emmanuel em
Palavras 
de 
Vida Eterna,
 por Chico Xavier:

            “Diante da palavra do Mestre, reportando-se ao espírito de leviandade e defecção que o cercava, os discípulos perguntaram afoitos:

            - Porventura sou eu, Senhor?

            E, quase todos nós, analisando o gesto de Judas, incriminamo-lo em pensamento.

            Por que teria tido a coragem de vender o Divino Amigo por trinta moedas?

            Entretanto, bastará um exame mais profundo em nós mesmos, a fim de que vejamos nossa própria negação à frente do Cristo.

            Judas teria cedido à paixão política dominante, enganado pelas insinuações de grupos famintos de libertação do jugo romano... Teria imaginado que Jesus, no Sinédrio, avocaria a posição de emancipador da sua terra e da sua gente, exibindo incontestável triunfo humano...

            E, apenas depois da desilusão dolorosa e terrível, teria assimilado toda a verdade!...

            Mas nós?

            Em quantas existências e situações tê-lo-emos vendido no altar do próprio coração, ao preço mesquinho de nosso desvairamento individual?

            Nos prélios da vaidade e do orgulho... Nas exigências do prazer egoísta... Na tirania da opinião...Na crueldade confessa... Na caça da fortuna material... Na rebeldia destruidora... No aviltamento de nosso próprio trabalho...

            Na edificação íntima do Reino de Deus, meditemos nossos erros conscientes ou não, definindo nossas responsabilidades e débitos para com a vida, para com a Natureza e para com os semelhantes e, em todos os assuntos que se refiram à deserção perante o Cristo, teremos bastante força para desculpar as faltas do próximo, perguntando, com sinceridade, no âmago do coração:

            -Porventura existirá alguém mais ingrato para contigo do que eu, Senhor? ”

E agora, a última referência bíblica (Mt 27: 1, 10): 

            O Suicídio de Judas 27,1  E, chegando a manhã,  os sacerdotes e os anciãos  reuniram-se em conselho para entregar Jesus à morte. 27, 2  Amarraram-No  e  levaram-No  ao governador Pilatos  27,3  Judas, o traidor, vendo-O  então condenado, tomado de remorsos, foi devolver aos sacerdotes e aos anciãos as 30 moedas de prata, 27,4  e disse: -Pequei, traindo o sangue de um inocente. Eles, porém, responderam: -Que nos importa?   Isto é contigo! 27,5  Ele jogou no templo as moedas de pedra, saiu, e  enforcou-se.   27, 6  Os sacerdotes recolheram o dinheiro e disseram: Não é permitido lançá-lo no tesouro do templo porque se trata de preço de sangue; 27,7  Assim, resolveram comprar, com aquela soma, o campo do oleiro, para que ali se fizesse um cemitério de estrangeiros. 27,8  Esta é a razão porque aquele terreno é chamado, ainda hoje, de “campo de sangue” 27,9  Desta forma cumpriu-se a profecia do profeta Jeremias: “ Eles receberam 30 moedas de prata, preço Daquele cujo montante foi estipulado pelos filhos de Israel .” 27,10  E, deram-No pelo campo do oleiro, como o Senhor me havia prescrito. ”                                                       
                                                                           
Cedemos merecido espaço a Luiz Sérgio (que saudade!!!), por Irene Pacheco Machado, em...

Dois
Mundos Tão Meus:
           
            “No palco víamos a figura de Judas Iscariotis.
            Pouco antes da Páscoa, ele renovara seu trato com os sacerdotes para entregar Jesus. 
Judas renovara seu trato com os sacerdotes para entregar Jesus.
 Judas possuía muito amor ao dinheiro. O amor a Mamon sobrepujava o amor a Cristo.
             Judas era altamente considerado pelos discípulos e exercia sobre eles grande influência. Considerava-os, porém, inferiores a ele. 
Excessivamente vaidoso, julgava-se o salvador da obra do Cristo 
e foi assim que se tornou presa fácil dos sacerdotes.
            A alta figura de Judas apresentava-se com o rosto pálido e transtornado, 
coberto de suor. 
Aproximando-se do trono do juízo, 
atirou perante o sumo sacerdote as moedas de prata, 
preço de sua traição. 
Agarrando-se às vestes de Caifás,
 implorou-lhe que soltasse Jesus, 
dizendo que Ele nada fizera de mal.
            Vimos Judas gritando: 
Pequei, traindo sangue inocente e os sacerdotes responderam: Que nos importa?  
Depois, Judas foi lançar-se aos pés do Mestre, suplicando que livrasse a Si mesmo.

            Jesus depositou em Judas o mais belo olhar que a Terra já contemplou: o olhar do perdão.

            Assistindo no teatro vivo a esta cena, comovi-me por demais.
            Era o Rei, o Cristo de Deus, perdoando. Só neste momento compreendi o que vem a ser o perdão, pois somente as grandes almas tem força para perdoar. Jesus fitara Judas com intensa piedade.
            Judas sofria demais e o Mestre o perdoou. 
Ao gritar: Pequei, traindo o sangue inocente e ouvir o sumo sacerdote, duro, implacável, responder: 
Que nos importa? Isso é lá contigo ...(Mt 27,4), 
Judas compreendeu que suas súplicas não seriam ouvidas.
            Deixou no chão as moedas que recebera pela traição e saiu da sala desesperado. 
Sentia o peso de sua insensatez e saiu da sala desesperado. 
Sentia o peso de sua insensatez e que não teria forças para ver Jesus torturado e crucificado.
             Logo depois, todos os que passaram por certo local retirado viram, ao pé de uma árvore, 
o corpo sem vida de Judas. Os cães já o devoravam... ”

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