terça-feira, 22 de março de 2011

09/50 'Crônicas Espíritas'




9CM

 Para dar ao meu amigo padre Dubois uma idéia, ainda que resumida, 
daquilo que dizem os reveladores, os Evangelistas, na obra 
“Revelação da Revelação”, a respeito da “Concepção sobrenatural 
de Jesus”, aqui transcrevo um pequeno trecho da dita revelação:
“Maria, portanto, deverá ter estado doente, como qualquer outra mulher,
 durante certo tempo. Ninguém, disse uma só palavra a tal respeito
Ao contrário, logo na manhã seguinte
recebeu os pastores aos quais o anjo ou Espírito 
enviado se manifestara e lhes apresentou o menino.
“Ele era, já o temos dito, um Espírito muito puro, 
tendo por missão prestar-se à obra que se havia de realizar e não procurava, 
como o fazeis, compreender o mecanismo dos atos ainda ocultos. 
Avisada pelo anjo de que teria, aos olhos dos homens
um filho de essência diversa da sua, 
diversa da essência humana do vosso planeta
obedeceu e desempenhou com fé, 
submissão e amor a tarefa que aceitara. 
Avisada pelo anjo de que não seria mais do que um instrumento, 
recebeu como obra do Espírito Santo, e, 
sem inquirir da natureza da solução do problema, 
o filho, que acreditou ser o fruto de suas entranhas 
e do qual tinha que se encarregar aos olhos dos homens.
“Que os que sem cessar controvertem não digam que foi, 
ou que teria sido, uma fantasmagoria, um embuste.
“Não; a vossa natureza está sujeita a muitos mistérios 
que não compreendeis e cuja fonte única 
é a combinação dos fluidos de que dispomos 
para vossa utilidade e progresso
Jamais agimos sem propósito. 
Cumprimos sempre as vontades do Senhor.
“O que ocorreu era necessário à iniciação da nova era transitória, 
na qual a Humanidade então ia entrar, 
a fim de preparar o advento da era atual do Espiritismo, 
o advento da nova revelação.
“A cada era, - uma revelação, progressiva e apropriada, 
às necessidades dos tempos, 
ao estado das inteligências e aos reclamos da época...
“Jesus teve um corpo semelhante ao vosso, 
mas não da mesma natureza.
“Seu nascimento foi obra do Espírito Santo
por isso que seu aparecimento foi preparado por uma gravidez aparente, e, conseguintemente, por um parto também aparente, 
obra, uma e outro, dos Espíritos do Senhor, executada, 
conforme já o explicamos.
“Tal aparecimento só Jesus podia fazer.
“Aquela missão lhe competia, primeiro, 
como encarregado que é do progresso humano; 
depois, por ser, entre os Espíritos elevados que, sob sua direção, 
se acham consagrados à obra do progresso do 
vosso mundo e da sua humanidade, 
o único que, do vosso mundo e da sua humanidade, 
o único que, pelo seu poder nas altas regiões, 
seria capaz de assimilar aos do vosso planeta os fluidos superiores, 
que servem para a formação dos corpos nos mundos fluídicos 
e, desse modo, constituir o corpo misto de que usava quase material
 e que, aos olhos humanos, se afigurava o corpo do homem da Terra; 
finalmente, por ser o único capaz de manter
 uma existência terrena aparente.
“Efetivamente, Jesus Espírito perfeito, puro entre os mais puros, 
de quantos sob a sua direção trabalham para o vosso progresso, 
vossa regeneração, vossa transformação física, 
moral e intelectual a fim de vos conduzir à perfeição;
 - Jesus, não sujeito a encarnar em nenhum planeta, 
conhecia todos os fluidos adequados a produzir o 
aparecimento por incorporação e a encarnação 
em todos os mundos, quer materiais, quer fluídicos, 
assim como as leis universais, naturais e imutáveis, 
suas aplicações e apropriações. 
Só ele, portanto, tinha a ciência e o poder de construir para si, 
debaixo da aparência corporal humana, 
aquele invólucro de natureza perispirítica, 
apto a uma longa tangibilidade, 
destinado a lhe servir para o desempenho da sua missão terrena. 
Só ele tinha o poder de deixar esse invólucro 
e de retorná-lo a todos os instantes, 
mantendo os elementos que o compunham sempre prontos 
a se reunirem ou desassociarem por ato exclusivo da sua vontade.
Esta revelação explica perfeitamente o mistério da concepção de Maria, 
que a Igreja encerrou em um dogma, por não poder explicá-lo, 
e proibiu que se investigasse a verdade, 
que se explicasse, ao mesmo tempo, 
como o corpo do Senhor pode desaparecer do sepulcro 
sem a revogação das leis naturais, eternas e imutáveis.
Se, para Katie King, as materializações, que produziu 
nas experiências com Sir William Crookes, 
eram, como disse ela, dolorosas, sendo ela um Espírito puro, 
suportar o contato com a matéria?
Medite, meu amigo, sobre isso, 
e fique certo de que esta revelação provém da mesma fonte 
de onde Moisés recebeu o Decálogo,
 porque Deus não se comunica pessoalmente com as criaturas da Terra 
e sim por intermédio dos seus mensageiros. 
“Ninguém jamais viu a Deus: 
O Filho unigênito, que está no seio do Pai, 
esse é quem o deu a conhecer”, disse Jesus.

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