quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Espiritismo - força social

 

Espiritismo – força social

Vinélius DI MARCO (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Junho 1962

             O egoísmo é o “calcanhar de Aquiles” da criatura humana. Ele é que defrauda a ambição benéfica, que impele o homem para o progresso. Há um egoísmo simples e anônimo; há outro egoísmo, pérfido e cruel. O primeiro, constitui uma como que expressão do instinto de conservação. O segundo, envilece o outro, corrompendo os melhores sentimentos humanos.

            Ninguém foge aos efeitos de suas ações terrenas, sejam elas meramente morais ou materiais. A antiga “pena de talião” nada mais era que a “lei de causa e efeito”, mas interpretada erroneamente e erradamente aplicada. “Quem com o ferro fere, será ferido” é um axioma certo, utilizado, porém, pelos homens para vinganças e castigos cruéis. Ele, no entanto, está subordinado à lei cármica, que o homem antigo não conhecia e, consequentemente, não poderia interpretar com propriedade.

            A verdade é que ninguém foge às leis imutáveis que regem a vida moral, material e espiritual. Os que, imprevidentemente, lançam atrás de si os espinhos do ódio, da maldade, da incompreensão e da intolerância, esquecem-se de que terão de voltar, um dia, pelo mesmo caminho, e lá encontrarão os mesmíssimos espinhos, que lhe farão sangrar os pés...

            Por tudo isso, a Doutrina Espírita, sem hebetar o homem nem lhe tolher a liberdade de escolher e pensar, dá-lhe os meios de libertação individual pela educação.

            Desesperar é inútil e negativo. Toda reação-violência é prejudicial embora possa, aparentemente, trazer benefícios. No final, as consequências serão tão sérias que preferível teria sido mais paciência e esperança. A Doutrina Espírita desperta o homem para o conhecimento real da vida, porque ele aprende as lições existentes entre o mundo físico e o mundo invisível, afirmando-lhe que nunca estamos sós.

            Educando o homem, fazendo-o conscientemente melhor, o Espiritismo se constitui numa força social.  O conhecimento do problema reencarnacionista desvenda os olhos da criatura humana, pois lhe explica muitas aparentes contradições, muitas aparentes injustiças, muitos pretensos paradoxos, demonstrando que a vida de cada um de nós está fortemente ligada a outras existências, passadas e vindouras.   

 


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