Victrix
causa (tradução:
a causa vitoriosa)
A Redação Reformador (FEB) 16 de Maio de 1916
A frase posta em circulação e
vulgarizada por ALLAN KARDEC, repetida à saciedade, tornou-se banal.
Ela exprime, elipticamente, uma
grande verdade – a execução atual do plano da Providência, revelado pelo
Espiritismo, contra o qual será inútil o esforço humano, quando não for
contraproducente.
É um símbolo bem significativo o
auto de fé de Barcelona, em 1861, (1)
e onde se reuniram os espíritas, em Congresso internacional, no ano de 1888 (2).
Extrato do auto, publicado nas
“Obras Póstumas”, de ALLAN KARDEC, trad. de MAX.
Vede Revue Spirite de 1861,
pág. 321 e de 1862, pág. 232.
Há alguns anos, um nosso adversário,
demonista brasileiro, assim se exprimia:
“Coisa admirável!
Ao encontro da negação categórica do
sobrenatural por parte do racionalismo vem o Espiritismo opondo-lhe o mais
enérgico e solene protesto e afirmando de modo claro a existência deste mesmo
sobrenatural, e, o que é mais, envolvendo nesta afirmação a capitulação dos
mais orgulhosos e contumazes corifeus (pessoa de maior destaque ou influência em
um grupo (esp. em movimentos políticos, religiosos etc.), da incredulidade e do materialismo,
que publicamente se tem confessado vencidos e convencidos por uma evidência que
eles dizem irrecusável.” (1)
Capitularam.
Não obstante, a igreja persiste em
afirmar que a vitória não foi de verdade, que os espíritos revelam, mas de
Satã, cuja existência suposta está ligada ao predomínio e aos interesses
mundanos do alto e baixo clero.
Fazendo a mesma retificação
concernente ao sobre naturalismo, que invocam os defensores de dogmas
moribundos ou mortos, podemos reproduzir ainda, com vênia do leitor, algumas
palavras de outro demonologista:
“Santo Agostinho escreveu algures
esta frase simples e profunda; - Secretum
Dei intentos debet facere, non adversos. O segredo divino deve
despertar-nos a atenção e não a desconfiança.
“Até aos últimos tempos, os nossos
intelectuais tinham grande prevenção contra tudo que apresentasse um caráter
sobrenatural, ou o repeliam em absoluto. Excluíam a priori o exame de qualquer
fato que não entrasse nos quadros da ciência oficial. Esta, graças a Deus, vai,
atualmente, abandonando a rotina...
“Em presença de fenômenos estranhos,
devidamente verificados, todo homem de boa-fé; a despeito dos preconceitos,
será levado a refletir sobre a potência misteriosa que neles se revela, e que
lhe fará entrever, como se fosse através de uma sombra o segredo divino – secretum Dei. (1)
Foram eles que, incorrendo embora
nos anátemas da igreja, conquistaram prosélitos para a verdade e rasgaram novos
horizontes luminosos para tantas almas transviadas. Qui facit veritatem venit ad lucem. (aquele que pratica a
verdade vem para a luz.)
Segundo S. João (XVIII, 22 e 23)
Jesus, ao receber a bofetada de um quadrilheiro, disse: “Se eu falei mal, dá tu
testemunho do mal; mas se falei bem, porque me feres? Quid me coedis? (Por que me feres?)
Poderia também o Espiritismo,
encarando os perseguidores, repetir e generalizar a pergunta do Senhor: Porque
me feris?
Dá o Espiritismo testemunho da
verdade. Leva a convicção à céticos e incrédulos, a materialistas e ateus, que
se penitenciam e podem exclamar, como um dos mais eminentes representantes da
ciência moderna: Domine, peccavi! (Senhor, eu pequei!)
Remova os estudos de psicologia, dando ao grande
problema da alma humana solução que a antiga escola espiritualista e as
religiões não haviam encontrado.
Quem não conhece o conflito, que já
tem os seus historiadores, entre o dogma e a razão, entre a fé e a ciência,
entre esta e a teologia?
Não há antagonismo entre a ciência e
o Espiritismo, como não há entre este e a religião, porque a nossa doutrina é
científica e religiosa.
Resolvendo o problema do destino
humano, dando a verdadeira interpretação da vida e explicando a nossa posição
no planeta, o Espiritismo é a doutrina moralizadora por excelência, do
indivíduo, da família e da sociedade.
São indestrutíveis os fundamentos de
sua moral.
Encontramos, entretanto, a cada
passo, quadrilheiros, vindos de várias procedências, que procuram ferir-nos.
As perseguições contra espíritas, ao
contrário do que supõem os promotores – infelizes, dignos de piedade – são como
o óleo, que aviva a chama.
Vitoriosa é a nossa causa.
A verdade, que o Espiritismo
proclama, há de seguir a marcha triunfal.
A seara está madura. É chegado o
momento da colheita.
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