As Curas
Kardec, em “A Gênese”, Cap XV, de forma precisa e sintética, lega a seus pósteros o esclarecimento necessário sobre as inúmeras curas descritas ao longo dos quatro evangelhos:
“De todos os fatos
que dão testemunho do poder de Jesus, os mais numerosos são, não há como contestar, as curas. Queria Ele provar
dessa forma que o verdadeiro poder é o
daquele que faz o bem; que o seu objetivo era ser útil e não satisfazer à
curiosidade dos indiferentes, por meio de coisas extraordinárias. Aliviando os
sofrimentos, prendia a si as criaturas pelo coração e fazia prosélitos mais
numerosos e sinceros, do que se apenas os maravilhasse com espetáculos para os
olhos. Daquele modo, fazia-se amado, ao passo que, se limitasse a produzir surpreendentes fatos
materiais, conforme os fariseus reclamavam, a maioria das pessoas não teria
visto senão um feiticeiro, ou um mágico hábil, que os desocupados iriam apreciar para se distraírem.”
“O Espiritismo,
igualmente, pelo bem que faz é que prova a sua missão providencial.
Ele cura os males
físicos, mas cura, sobretudo, as doenças morais e são esses os maiores
prodígios que lhe atestam a procedência. Seus mais sinceros adeptos não são os
que se sentem tocados pela observação de fenômenos extraordinários, mas os a
quem liberta das torturas da dúvida; aqueles a quem levantou o ânimo na aflição,
que hauriram forças na certeza, que lhes trouxe, acerca do futuro, no
conhecimento do seu ser espiritual e de seus destinos. Esses os de fé
inabalável, porque sentem e compreendem.
Os que no Espiritismo
unicamente procuram efeitos materiais,
não lhe podem compreender a força moral. Daí vem que os incrédulos, que apenas
o conhecem através de fenômenos cuja causa primária não admitem, consideram os
espíritas meros prestidigitadores e charlatães.
Não será, pois, por meio de prodígios que o
Espiritismo triunfará da incredulidade: será pela multiplicação dos seus
benefícios morais, porquanto, se é certo que os incrédulos não admitem os
prodígios, não menos certo é que conhecem, como toda gente, o sofrimento e as
aflições e ninguém recusa alívio e consolação ”
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