Bilhetes
por G. Mirim (Antônio Wantuil de
Freitas)
Reformador
(FEB) Agosto 1946
Quando apareceu "Parnaso", não faltaram à ribalta os
eternos adversários da Verdade, bufoncando (trazendo) os seus fracos, instáveis
e incôngruos argumentos. Depois, com a publicação dos romances de Emmanuel, novamente
tentaram voltar ao tablado, mas ficaram nos primeiros ensaios dos seus frágeis
arrazoados. Em seguida, ao surgirem as edições de “Emmanuel” e de o “O
Consolador”, emudeceram todos e eclipsaram-se definitivamente com o
aparecimento de "Missionários da Luz", obra que ocasionou admiração
em todos os nossos meios médicos e culturais.
Neste último livro – “Obreiros
da Vida Eterna” - o plano analisado e estereotipado pelo Autor, com a
sua supervisão, é bem diferente dos anteriormente descritos. Estamos mais
terra-a-terra, “crostalmente”, diria o escritor. Entre os inúmeros obreiros da
vida eterna que passam à nossa frente, depara-se nos o velho e inolvidável
presidente da Federação, o grande Bezerra de Menezes.
Há cenas comoventes, emocionantes.
Ora é um pai, Fábio, a se despedir dos filhos no momento do decesso; ora uma
viúva que coloca mentalmente o Cristo na direção do lar orfanado; ora, enfim, a
comoventíssima narrativa da despedida de um exposto, Joãozinho, de sua querida
protetora. Ao lado de ensinamentos valiosos para a coletividade em geral, há
trechos dedicados à teoria de Freud, à Psiquiatria terrena e a outros assuntos
correlatos.
Diante das obras do Chico, nós, os espíritas, que
conhecemos todo o movimento mundial do Espiritismo, ficamos perplexos. Sim,
porque até hoje jamais apareceu na Terra um médium que se lhe aproximasse pela
quantidade e qualidade das produções. Um, apenas, poderia ser-lhe comparado:
Andrew Jackson Davis, mas, ainda, assim, sem as características que distinguem
o nosso Chico.
É preciso que não nos esqueçamos de
que este médium jamais se concentrou com o fim premeditado de receber um livro.
Os Espíritos é que se aproveitam da ocasião em que ele se encontra em
recolhimento e prece para lhe ditarem a obra que têm em mira enviar ao Planeta,
aliás, antecipadamente determinando que os originais deverão ser entregues a
certa editora, completamente de graça, o que realmente sempre se verificou.
Não podemos prever quando os
Espíritos nos deixarão de enviar essas obras instrutivas; não nos é possível
sequer compreender a missão que ao mundo trouxe o médium humilde de Pedra
Leopoldo. Sabemos, porém, e isso porque sentimos, que ensinamentos admiráveis
nos têm sido transmitidos através dessa mediunidade ímpar, dessa literatura única.
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