segunda-feira, 22 de março de 2021

Bilhetes

 

Bilhetes

por G. Mirim (Antônio Wantuil de Freitas)

Reformador (FEB) Julho 1946

             A Federação é dirigida por uns velhos retrógrados. Aquilo não anda. Nada produz. Não tem iniciativa.”

             Essas são as frases que vimos ouvindo há sessenta anos, através da mediunidade, da afinidade que certos confrades apresentam, involuntariamente, sem o perceberem, com os adversários do Espiritismo, que, do Além, sopram discórdias, acusações, desânimos.

            Note-se, ainda, que esses “aparelhos transmissores” das vozes adversárias do Além, dispostos sempre a idealizarem planos “grandiosos” para que outros os executem, jamais cooperam em qualquer esforço construtivo. O prazer desses confrades é menosprezar o trabalho alheio e ocasionar o afastamento daqueles que se iniciam e que lhes desconhecem os processos de orientação demolidora. Trabalhar, não é com eles. Querem ditar normas e serem considerados como líderes, patriarcas e salvadores. E, quando convidados para o esforço comum e anônimo, dão de ombros, com a superioridade orgulhosa que lhes é inspirada pelos seus afins do Espaço.

            Ainda agora, quando a Federação, que nada possuía em seus cofres por tudo distribuir com os necessitados, apresentou a ideia da difusão ampla dos nossos livros, expondo o plano durante doze meses pelo seu órgão de publicidade, vimos que entre os nomes dos que se apresentaram, oferecendo recursos para a obra comum, não se encontrava um só, um único desses eternos acusadores: Dar dinheiro, não lhes convém. Julgam-se, mesmo, credores pelo muito que oferecem: a honra de nos acusarem e de se preocuparem conosco. Quando trabalham, geralmente não o fazem como nós outros. Exigem compensações monetárias, cargos rendosos ou posições de destaque. De graça, quando muito, oferecem a sua “inigualável” competência oratória, onde mais falam em si mesmos, que na obra comum.

            Felizmente, porém, os meios espíritas nacionais já vão conhecendo esses “abnegados” e reconhecendo que à Federação devemos todos nós o desenvolvimento que o Espiritismo tomou no Brasil, ao ponto de sermos atualmente exportadores de livros espíritas para todo o mundo, levando as luzes da Terceira Revelação aos mais variados meios sociais.

             Tudo que o Espiritismo tem conquistado no Brasil é obra reflexa da Federação. Desde o número sempre crescente de adeptos, até as obras grandiosas que se apresentam pelo País inteiro, desde as grandes Federações e Uniões Espiritas até o mais pequenino Centro, em todos os setores encontraremos sempre o serviço anônimo da Casa Máter, trabalho sem foguetórios e bandas de música, mas edificante, porque estimula sem retirar do obreiro a glória do que ele realiza.

            Se não fora a estabilidade doutrinária e diretiva da Casa de Ismael, a sua orientação segura, tolerância e reflexão, certamente que o Espiritismo brasileiro não teria conseguido essa supremacia mundial, essa posição de destaque, essa uniformidade, esse desenvolvimento que todos reconhecemos.

            Que Deus se apiede desses companheiros, e que nos continue oferecendo, a nós, discípulos de Ismael, a graça de servirmos como executores do plano que os Espíritos Superiores traçaram para o “Coração do Mundo”, para a “Pátria do Evangelho”.


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