G.
Mirim Antonio
Wantuil de Freitas)
Reformador
(FEB) Setembro 1944
Apontou-me o amigo o engano de o
Espírito dizer que o rio Jordão passava em Jerusalém. Procurei um mapa e
verifiquei que não era um engano, mas erro, e erro de fato.
Alguns dias
fiquei em verdadeiro estado de inquietação. Como admitir que Humberto-Espírito
ignorasse geografia, principalmente apresentando ele a crônica como reportagem
feita no local? - Mas, como supor, também, que o Chico fosse vítima de um
Espírito mistificador que lhe transmitisse a mensagem como de Humberto? - Não,
não seria possível.
Assim, meu amigo, vivi alguns dias
com a sua carta no cérebro, sem encontrar justificativa para o caso. Pelas
informações que tomei, a crônica fora impressa no livro, tal como saíra
publicada num vespertino de grande reputação e de muita lisura e sinceridade,
que lá esteve em 1935, em serviço de reportagem.
Os dias iam passando e a minha
ansiedade, crescendo. Escrever ao Chico? - Sim, respondeu-me a consciência. E
lá seguiu para Pedra Leopoldo a minha carta, solicitando ao Chico que me
enviasse, se possível, o original da crônica.
Como funcionário público, viajando constantemente, não
me pode o Chico responder de pronto, de sorte que, só agora, depois de tantos
dias de angústia e sofrimento, e depois de vários outros de procura entre os
seus papéis velhos, conseguiu o médium encontrar o original almejado, que já se
acha no arquivo da Federação, à disposição do meu amigo e de quantos o queiram
ler.
Diante do original, escrito pela
antiga ortografia, já meio roído pelos ratos e desbotado pelo tempo, verifiquei
que a pressa do datilógrafo que a transcreveu para o jornal, ou do linotipista,
ou do revisor, fez que trocassem não só CEDRÁO por JORDÁO, mas, também,
substituíssem outras palavras e suprimissem uma copulativa (que liga ou serve
para ligar) que
modificou todo o sentido da crônica.
Entreguei o original à Federação, em
sessão de sua Diretoria, e ela, satisfeitíssima, pede-me que lhe transmita os seus
agradecimentos e lhe comunique que, na 4ª edição, a crônica será publicada, no
livro, exatamente conforme o original que a sua carta nos despertou o desejo de
possuir.
Como vê, a sua missiva, apontando
apenas uma falha, fez-nos descobrir vários defeitos, principalmente a supressão
de uma conjunção entre - Pilatos e o tetrarca, onde, de fato, existia e existe
a copulativa “e” com o verbo ter no plural.
Se o meu amigo quiser verificar o
grande serviço que nos prestou, bastará que confronte a edição que possui com o
original que lhe poderemos mostrar no momento que desejar.
Muito obrigado, meu amigo.
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