I.
Pequeno
(Antonio
Wantuil de Freitas)
Reformador
(FEB) Outubro 1950
Nada temos com isso, mas estranhamos que, em região de
Espíritos puríssimos, a carne e os ossos lhe sejam a ela necessários.
O dogma foi cuidadosamente preparado
através de lendas e mais lendas e de interpretações artificiosas.
Conta o grande Padre Júlio Maria
(não confundir com um outro Júlio Maria, francês, fundador do jornal “0 Lutador”)
em seu livro Mulher bendita:
Os dois Sacerdotes impuseram ao
possesso a obrigação de provar teologicamente com um soneto de “rimas” indicadas,
Filho e Mãe, a Imaculada Conceição da Mãe de Jesus.
O pequeno possesso iletrado, num instante compôs
a seguinte Soneto, que é, pelo modo de dizer e pela profundeza da doutrina, uma
obra inimitável, acima da capacidade intelectual de qualquer pessoa, por mais
ilustrada que seja.
É o resumo de toda a doutrina da
Imaculada Conceição e o eco perfeito e fiel da tradição dos doze primeiros
séculos do Cristianismo:
Mãe verdadeira eu sou, de um
Deus que é Filho.
e dele filha sou, bem que sua Mãe;
ab oeterno, nasceu, mas é meu Filho,
Bem que nasci no tempo, eu sou
sua Mãe.
Ele é meu Criador, mas é meu Filho,
Sou criatura sua, e sua Mãe;
Prodígio foi divino, ser meu Filho.
Um Deus eterno e ser eu sua Mãe.
Comum é quase o ser à Mãe e ao
Filho:
Porque do Filho, teve o ser a
Mãe,
E da Mãe teve o ser também o
Filho.
Ora, se o ser do Filho teve a
Mãe,
Ou se dirá que foi manchado o
Filho,
Ou sem labéu se há de dizer a
Mãe.
Certamente outros demônios camaradas deverão ter
colaborado nos vários dogmas criados no correr dos séculos e novos demônios
aparecerão, todos favoráveis às conveniências da Santa Madre Igreja.
Para nós, porém, o que houve não foi
a intervenção amistosa do “demônio”, mas a utilização da mediunidade de um
garoto pelo Espírito de um tonsurado que, na Terra, já se batia fanaticamente a
favor do dogma.
Essa é a nossa opinião, todavia,
como não na querem admitir, deixamos-lhes a liberdade da utilização do demônio como
excelente instrumento auxiliar para a criação de dogmas.
Que lá se entendam...
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