A Linguagem
da Ciência
por Djalma Farias Reformador (FEB) Abril 1947
Em 1797, Meehul tinha um amigo muito
querido, Bouveret, que desapareceu misteriosamente nos arredores do bosque de Bondy.
Dez anos depois, o Espírito de
Bouveret apareceu a Meehul, pedindo-lhe vingança. As aparições sucederam-se de
ano em ano. Certa vez, em sonho, o Espírito indicou a Meehul, com o dedo, a
silhueta de um vulto que se ocultava nas cortinas do leito. Na manhã seguinte, Meehul
constatou que um malfeitor havia entrado em sua casa, roubando-lhe objetos de
valor.
Passado algum tempo, Meehul passeava
nos Campos Elísios e sentiu a mão de um ladrão que deslizava no seu bolso. A
estupefação de Meehul foi grande, reconhecendo no criminoso o vulto que vira em
sonho. Preso e interrogado, o homem confessou que dez anos antes no bosque de
Bondy havia morto para roubar um jovem e que, com a ajuda de um cúmplice, o enterrara
no recanto do bosque, que designou.
Refere-nos, também, a História que o
poeta Petrarca um dia escreveu de Parma uma carta, que foi arquivada, a seu
amigo, o bispo de Giovam Andreia, dizendo-lhe que tivera um mau sonho - tinha
visto um outro amigo seu, o bispo Colona, sair de sua companhia, só, pálido, e
limitando-se apenas a lhe dizer que ia a pé até Roma. Petrarca, na sua carta,
deduziu que o bispo seu amigo tinha morrido. De fato, vinte e cinco dias
depois, recebeu as comunicações da morte do bispo Colona, ocorrida na mesma
hora em que despertava do seu sonho e na mesma noite.
Tácito conta que Basilides apareceu
a Vespasiano num templo de Alexandria, apesar de se achar doente a muitas
léguas de distância.
Afonso de Liguori, estando
adormecido em Arienzo, pode assistir à morte do papa Clemente XIV, cm Roma, e
anunciou ao acordar que vira esse fato.
Antônio de Pádua, estando a pregar
na Espanha, em meio do serviço adormeceu, aparecendo em Pádua, onde seu pai,
acusado falsamente de homicídio, marchava para a morte. Antônio de Pádua salvou
o pai, provando a sua inocência e mostrando o verdadeiro criminoso. Camille Flammarion
relata-nos que u'a moça, ao fim de 7 anos de ternas relações, havia-se separado
do homem que amava. Este casou-se e ela nunca mais teve notícias suas.
Passaram-se alguns anos, quando em uma noite de Abril de 1893 viu ela entrar em
seu quarto uma forma humana, que se lhe dirigiu e debruçou-se sobre ela.
Sentiu, então, nos lábios, com terror, o demorado beijo de uma boca gelada. No
dia seguinte, cerca de meio-dia, correndo a vista pelos jornais, leu a notícia
do falecimento e dos funerais do homem que amara.
Stuart Mill diz que a linguagem da
Ciência tem de ser esta; isto é ou não é, isto se dá ou não se dá. Os fatos
existem e deve ser de todo interesse da Ciência estudá-las rigorosamente. Todos
os cientistas que os têm estudado, rendem-se à verdade e tornam suas aquela
afirmativa sincera de William Crookes: -
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