O Ódio
do Mundo
15,19 Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.
15,20 Lembrai-vos da palavra que vos disse: “O
servo não é maior que o seu senhor”. Se Me perseguiram, também vos hão de
perseguir. Se guardaram a Minha palavra, hão de guardar também a vossa.
15,21 Mas, vos farão tudo isso por causa do Meu nome, porque não conhecem Àquele que Me enviou.
15,22 Se
Eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam erros, mas, agora, não há
desculpa para o seu erro;
15,23 Aquele que não Me ama, não ama também a Meu Pai!
15,24 Se Eu não tivesse feito entre eles obras, como nenhum outro fez, não teriam errado, mas agora as viram e odiaram a Mim e a Meu Pai.
15,25 Mas, foi para que se cumpra a palavra que está escrita na Sua Lei "Odiaram-se sem motivo.” (Salmo 34,19 et 68,5)
15,26 Quando vier o Consolador, que Vos enviarei de parte do Pai, O Espírito de Verdade, dará testemunho de Mim.
15,27 Também vos dareis testemunho, porque estais comigo desde o
princípio. 16,1 Tenho-vos dito estas coisas, para que vós não vos
escandalizeis.
16,2 Expulsar-vos-ão das sinagogas e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus.
16,3 E isso vos farão, porque não conhecem ao Pai nem a Mim. 1
16,4 Disse-vos,
porém, estas palavras para que, quando chegar a hora, vos lembreis de que vo-lo
anunciei. E, não vô-las disse desde o princípio, porque estava convosco.
Para Jo (16,1) -Ouvistes? - leiamos a Emmanuel por Chico Xavier em
“Vinha de Luz "(Ed. FEB):
Quando o espírito amadurecido na
compreensão da obra redentora se entrega ao campo de serviço evangélico, não
prescinde das informações prévias do Senhor.
É indispensável ouvi-las para que se
não escandalize no quadro das obrigações comuns.
Esclareceu-nos a palavra do Mestre
que, enquanto perdurasse a dominação da ignorância no mundo, os legítimos
cultivadores dos princípios da renovação espiritual, por Ele trazidos, não
seriam observados com simpatia. Seriam perseguidos sem tréguas pelas forças da
sombra. Compareceriam a tribunais condenatórios para se inteirarem das falsas
acusações dos que se encontram ainda incapacitados de maior entendimento.
Suportariam remoques de familiares, estranhos à iluminação interior. Sofreriam
a expulsão dos templos organizados pela pragmática das seitas literalistas.
Escutariam libelos gratuitos das inteligências votadas ao escárnio das verdades
divinas. Viveriam ao modo de ovelhas pacíficas entre lobos famulentos.
Sustentariam guerra incessante contra o mal. Cairiam em ciladas torpes.
Contemplariam o crescimento do joio ao lado do trigo. Identificariam as marcas
da cruz. Experimentariam a incompreensão de muitos. Sentiriam solidão nas horas
graves. Veriam, de perto, a calúnia, a pedrada, a ingratidão...
O Mestre Divino, pois, não deixou os
companheiros e continuadores desavisados.
Não
oferecia a nenhum aprendiz, na Terra, a coroa de rosas sem espinhos.
Prometeu-lhes luta edificante, trabalho educativo, situações retificadoras,
ensejos de iluminação, através da grandeza do sacrifício que produz elevação e
do espírito de serviço que estabelece luz e paz.
É
importante, desse modo, para quantos amadureceram os raciocínios na luta
terrestre, a viva recordação das advertências do Cristo, no setor da edificação
evangélica, para que se não escandalizem nos testemunhos difíceis do plano
individual. ”
Para
Jo (16,3) -Porque não conhecem ao Pai nem a Mim... - tomemos
“Pão Nosso”(Ed. FEB), de Emmanuel por Chico Xavier:
“Dolorosas perplexidades não raro assaltam os discípulos, inspirando-lhes interrogações.
Por que a desarmonia, em torno do
esforço fraterno? A jornada do bem encontra barreiras sombrias. Tenta-se o
estabelecimento da luz, mas a treva penetra as estradas. Formulam-se projetos
simples para a caridade que a má fé procura perturbar ao primeiro impulso de
realização.
Quase sempre, a demonstração
destrutiva parte de homens assinalados pela posição de evidência, indicados pela
força das circunstâncias para exercer a função de orientadores do pensamento
geral. São esses que, na maioria das
ocasiões, se arvoram em expositores de imposições e exigências descabidas.
O aprendiz sincero de Jesus,
todavia, não deve perder tempo com interrogações e ansiedades que não se
justificam. O Mestre Divino esclareceu esse grande problema por antecipação.
A ignorância é a fonte comum do
desequilíbrio. E se esse ou aquele grupo de criaturas busca impedir as
manifestações do bem, é que desconhece, por enquanto, as bênçãos do Céu.
Nada
mais que isto.
É
necessário, pois, esquecer as sombras que ainda dominam a maior parte dos
setores terrestres, vivendo cada discípulo na luz que palpita no serviço do
Senhor. ”
Cada discípulo terá sua hora de revelações
do aproveitamento individual.
As escolas primárias não dispensam o
habitual quadro-negro, destinado às demonstrações isoladas do aluno.
À frente do professor consciencioso,
o aprendiz mostrará quanto lucrou, sem os recursos do plágio afetuoso, entre
companheiros.
Sobre a zona escura, o giz claro
definirá, fielmente, a posição firme ou insegura do estudante.
E não será isto mesmo o que se
repete na escola vasta do mundo? O homem, nas lutas vulgares, poderá
socorrer-se, indefinidamente, dos bons amigos. O Pai permite semelhantes
contatos para que as oportunidades de aprender se lhe tornem irrestritas; no
entanto, lá vem “aquela hora” em que a criatura deve tomar o giz
alvo e puro das realizações espirituais, colocando-se junto ao quadro-negro das
provas edificantes.
Alguns aprendizes fracassam porque não
sabem multiplicar os bens, nem dividi-los.
Ignoram
como subtrair a luz das trevas, somam os conflitos e formam equações de ódio e
vingança. Esquecem-se de que Jesus salientou o amor, por máxima glória, em
todas as situações do apostolado evangélico e que, mesmo na cruz, depois de
receber os fatores da injúria, da perseguição, da ironia e do desprezo,
somou-os na tábua do coração, extraindo a divina equação de serenidade,
entendimento e perdão.
Oh! vós, que ides ao quadro-negro das
atividades terrestres, abandonai o giz escuro da desesperação! escrevei em
caracteres de luz o que aprendestes do Mestre Divino! Revelai o próprio valor!
Lembrai-vos que instrutores benevolentes e sábios vos inspiram as mãos!
Abençoai o quadro-negro que vos pede o giz de suor e lágrimas porque junto dele
podereis conquistar o curso maior!...
Para Jo (16,23) -Quando vier o Consolador ...
- leiamos Bittencourt Sampaio
por Frederico Jr em “Jesus perante a Cristandade”(Ed. FEB):
Está
pois, sobre a terra o Consolador - O
Espiritismo; e vós, espíritas, trabalhadores da última hora, permiti que o mais
humilde servo do Senhor vos chame a atenção para a responsabilidades que vos
pesam sobre os ombros.
Lembrai-vos que, assim como a Igreja
deturpou os ensinamentos do Amado Mestre, possível é também que alguém tente
deturpar os ensinamentos da Doutrina Espírita, que é o reflexo da Código
Divino.
Tende
bem presente à vossa memória como a Casa
de Deus foi transformada em mercado de sacramentos e de indulgências, é
possível também que alguns dos que se dizem espíritas procurem fazer da sua
oficina de trabalho o meio da satisfação dos seus interesses individuais.
Mas, ai dos que assim praticarem!
Melhor fora que nunca tivessem lido esse
livro de salvação, melhor fora nunca terem compreendido Deus!
Espíritas, lembrai-vos de que Jesus
vos escolheu para a reivindicação das verdades que Ele proferiu na Terra.
Elas constituem um esplêndido
tesouro que, qual pérola de grande preço, estava oculto dos homens; vós o
descobristes. Pois bem, a preço das vossas virtudes, comprai o campo que o
encerra e não o abandoneis jamais, pois que Jesus confia na seriedade das crenças
que dizeis professar, esperando que saibais empregar esse tesouro para a vossa
salvação e para a salvação de todo o seu rebanho na Terra!
Médiuns ou não, procurai estar
sempre em contato com os vossos Guias, a fim de que deles possais receber a
inspiração do que vos convém fazer quotidianamente, para que se acelere o
estabelecimento do reinado de Jesus sobre a Terra, que é o da paz e do amor!
Varrei da vossa alma o interesse e o
egoísmo e vigiai para que, sob pretexto algum, penetre a moeda na vossa oficina
de trabalho!
Se sois
médiuns, receitistas ou curadores, dai de graça o que de graça
recebeis; buscando os trilhos sagrados dos verdadeiros discípulos de N.S. Jesus
Cristo, predisponde a vossa alma a todos os sacrifícios pela humanidade!
Assim como os primeiros cristãos se
entregavam gostosamente a todos os martírios, cantando hosanas ao santo nome de
Jesus, procurai resistir, com toda a coragem da vossa fé e da vossa crença, a
esse terrível embate que não tarda a dar-se, pois que é chegado o momento da
queda de Roma, para o império do Evangelho.
E tais são os amargos frutos da
maldade dos homens: após dezenove séculos de lutas, assiste o mundo pensante ao
tremendo espetáculo - Roma não pode conciliar-se com o Evangelho, o Evangelho
não se pode conciliar com Roma!
A
religião, estatui o Syballus, não se
pode conformar com o progresso!
E, no entanto, assim deve ser. O
progresso é lei eterna que preside aos destinos dos povos, pelo influxo da
vontade de Deus; ele resulta do estudo e da prática dos ensinamentos de N.S.
Jesus Cristo, que condenam os prejuízos do obscurantismo.
O progresso tem a sua origem e o seu
fim na Bíblia; e, desgraçadamente, a maldade dos homens vai até o ponto de
induzir as massas ignorantes a considerarem esse substantivo sagrado uma
expressão de injúria, de afronta e de desprezo.
E, assim, certamente, a religião não
se pode conciliar com o progresso, pois que Roma é a sede da mentira, ao passo
que o Evangelho é a sede da verdade, onde todos os progressos são possíveis!
Chegamos,
porém, ao termo da penosa jornada: basta de hipocrisia, basta de perfídia!
E vós, espíritas, legionários da
revelação nova, como leões, fortes na fé, e mansos no amor, quais pombas, vinde
levantar nas consciências mortas o cruzeiro do Gólgota!
E, apontando-o aos vossos irmãos,
dizei-lhes:
-Filhos pródigos dos grandes
tesouros do céu, eis o símbolo do amor, que esteve oculto aos vossos
olhos! Amai-vos! Eis a cruz sacrossanta
- o símbolo da humildade - onde expirou, por amor de vós, o mais puro dos Espíritos,
que têm baixado à Terra: o Cordeiro de Deus! Sede humildes! Levantai nas vossas
consciências o culto da justiça e do dever, que é o culto do Senhor; abri mão
dos vossos prejuízos mundanos e vinde para a grande vinha cultivar as sementes
do Evangelho, que isso importa a vossa salvação e a vossa felicidade futura!
Assim deveis falar à cristandade,
nessa linguagem enérgica do verdadeiro crente, pois que os tempos são chegados
e cumpre que desempenheis a missão que vos foi dada, de levantar esse código de
salvação - o Evangelho de Jesus - das ruinarias e dos escombros a que o lançou
a Igreja de Roma.
Loucos e visionários chamar-vos-ão,
sem dúvida; mas, não vos intimidem esses epítetos.
Tomai das vossas armas, as armas do
Evangelho, e , impávidos, entrai nos prélios, porque a vitória será vossa, a
vitória da verdade!...”
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