quarta-feira, 7 de outubro de 2020

O Ódio do Mundo

 

O Ódio 

do Mundo          

 15,18 “ -Se o mundo vos odeia, sabei que  Me  odiou,  antes  que  a  vós. 

15,19 Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém,  não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. 

15,20 Lembrai-vos da palavra que vos disse: “O servo não é maior que o seu senhor”. Se Me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a Minha palavra, hão de guardar também a vossa.  

15,21 Mas, vos farão tudo isso por causa do Meu nome, porque não conhecem Àquele que Me enviou. 

15,22 Se Eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam erros, mas, agora, não há desculpa para o seu erro;   

15,23 Aquele que não Me ama, não ama também a Meu Pai! 

15,24 Se Eu não tivesse feito entre eles obras, como nenhum outro fez, não teriam errado, mas agora as viram e odiaram a Mim e a Meu Pai. 

15,25 Mas, foi para que se cumpra a palavra que está escrita na Sua Lei  "Odiaram-se sem motivo.” (Salmo 34,19 et 68,5)  

15,26 Quando vier o Consolador, que Vos enviarei de parte do Pai, O Espírito de Verdade, dará testemunho de Mim. 

15,27 Também vos dareis testemunho, porque estais comigo desde o princípio. 16,1 Tenho-vos dito estas coisas, para que vós não vos escandalizeis.

16,2   Expulsar-vos-ão das sinagogas e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus. 

16,3 E isso vos farão, porque não conhecem ao Pai nem a Mim.      1

16,4 Disse-vos, porém, estas palavras para que, quando chegar a hora, vos lembreis de que vo-lo anunciei. E, não vô-las disse desde o princípio, porque estava convosco.

                            

            Para  Jo  (16,1) -Ouvistes? - leiamos a Emmanuel por Chico Xavier em “Vinha de Luz "(Ed. FEB):

               Antes de retornar às Esferas Resplandecentes, o Mestre Divino não nos deixou ao desamparo, quanto às advertências no trabalho a fazer.

            Quando o espírito amadurecido na compreensão da obra redentora se entrega ao campo de serviço evangélico, não prescinde das informações prévias do Senhor.

               É indispensável ouvi-las para que se não escandalize no quadro das obrigações comuns.

            Esclareceu-nos a palavra do Mestre que, enquanto perdurasse a dominação da ignorância no mundo, os legítimos cultivadores dos princípios da renovação espiritual, por Ele trazidos, não seriam observados com simpatia. Seriam perseguidos sem tréguas pelas forças da sombra. Compareceriam a tribunais condenatórios para se inteirarem das falsas acusações dos que se encontram ainda incapacitados de maior entendimento. Suportariam remoques de familiares, estranhos à iluminação interior. Sofreriam a expulsão dos templos organizados pela pragmática das seitas literalistas. Escutariam libelos gratuitos das inteligências votadas ao escárnio das verdades divinas. Viveriam ao modo de ovelhas pacíficas entre lobos famulentos. Sustentariam guerra incessante contra o mal. Cairiam em ciladas torpes. Contemplariam o crescimento do joio ao lado do trigo. Identificariam as marcas da cruz. Experimentariam a incompreensão de muitos. Sentiriam solidão nas horas graves. Veriam, de perto, a calúnia, a pedrada, a ingratidão...

            O Mestre Divino, pois, não deixou os companheiros e continuadores desavisados.

            Não oferecia a nenhum aprendiz, na Terra, a coroa de rosas sem espinhos. Prometeu-lhes luta edificante, trabalho educativo, situações retificadoras, ensejos de iluminação, através da grandeza do sacrifício que produz elevação e do espírito de serviço que estabelece luz e paz.

            É importante, desse modo, para quantos amadureceram os raciocínios na luta terrestre, a viva recordação das advertências do Cristo, no setor da edificação evangélica, para que se não escandalizem nos testemunhos difíceis do plano individual. ”

 

        Para Jo (16,3) -Porque não conhecem ao Pai nem a Mim... -  tomemos  “Pão Nosso”(Ed. FEB), de Emmanuel por Chico Xavier:

                       “Dolorosas perplexidades não raro assaltam os discípulos, inspirando-lhes interrogações.

            Por que a desarmonia, em torno do esforço fraterno? A jornada do bem encontra barreiras sombrias. Tenta-se o estabelecimento da luz, mas a treva penetra as estradas. Formulam-se projetos simples para a caridade que a má fé procura perturbar ao primeiro impulso de realização.

            Quase sempre, a demonstração destrutiva parte de homens assinalados pela posição de evidência, indicados pela força das circunstâncias para exercer a função de orientadores do pensamento geral.  São esses que, na maioria das ocasiões, se arvoram em expositores de imposições e exigências descabidas.

            O aprendiz sincero de Jesus, todavia, não deve perder tempo com interrogações e ansiedades que não se justificam. O Mestre Divino esclareceu esse grande problema por antecipação.

            A ignorância é a fonte comum do desequilíbrio. E se esse ou aquele grupo de criaturas busca impedir as manifestações do bem, é que desconhece, por enquanto, as bênçãos do Céu.

            Nada mais que isto.

            É necessário, pois, esquecer as sombras que ainda dominam a maior parte dos setores terrestres, vivendo cada discípulo na luz que palpita no serviço do Senhor. ” 

             Para Jo (16,4) -O Quadro Negro - atentemos   a   Emmanuel  por  Chico Xavier,  em “Vinha de Luz” (Ed. FEB):

             Referia-se Jesus aos próprios testemunhos, entretanto, podemos igualmente aplicar-lhe os divinos conceitos a nós mesmos, desencarnados e encarnados.

            Cada discípulo terá sua hora de revelações do aproveitamento individual.

            As escolas primárias não dispensam o habitual quadro-negro, destinado às demonstrações isoladas do aluno.

            À frente do professor consciencioso, o aprendiz mostrará quanto lucrou, sem os recursos do plágio afetuoso, entre companheiros.

            Sobre a zona escura, o giz claro definirá, fielmente, a posição firme ou insegura do estudante.

            E não será isto mesmo o que se repete na escola vasta do mundo? O homem, nas lutas vulgares, poderá socorrer-se, indefinidamente, dos bons amigos. O Pai permite semelhantes contatos para que as oportunidades de aprender se lhe tornem irrestritas; no entanto, lá vem “aquela hora” em que a criatura deve tomar o giz alvo e puro das realizações espirituais, colocando-se junto ao quadro-negro das provas edificantes.

            Alguns aprendizes fracassam porque não sabem multiplicar os bens, nem dividi-los.

            Ignoram como subtrair a luz das trevas, somam os conflitos e formam equações de ódio e vingança. Esquecem-se de que Jesus salientou o amor, por máxima glória, em todas as situações do apostolado evangélico e que, mesmo na cruz, depois de receber os fatores da injúria, da perseguição, da ironia e do desprezo, somou-os na tábua do coração, extraindo a divina equação de serenidade, entendimento e perdão.

             Oh! vós, que ides ao quadro-negro das atividades terrestres, abandonai o giz escuro da desesperação! escrevei em caracteres de luz o que aprendestes do Mestre Divino! Revelai o próprio valor! Lembrai-vos que instrutores benevolentes e sábios vos inspiram as mãos! Abençoai o quadro-negro que vos pede o giz de suor e lágrimas porque junto dele podereis conquistar o curso maior!...

 

            Para  Jo (16,23) -Quando vier o Consolador ... - leiamos Bittencourt Sampaio por Frederico Jr em “Jesus perante a Cristandade”(Ed. FEB):  

 

            Está pois, sobre a terra o Consolador  - O Espiritismo; e vós, espíritas, trabalhadores da última hora, permiti que o mais humilde servo do Senhor vos chame  a  atenção para a responsabilidades que vos pesam sobre os ombros.

            Lembrai-vos que, assim como a Igreja deturpou os ensinamentos do Amado Mestre, possível é também que alguém tente deturpar os ensinamentos da Doutrina Espírita, que é o reflexo da Código Divino.

            Tende bem presente à vossa memória como a Casa de Deus foi transformada em mercado de sacramentos e de indulgências, é possível também que alguns dos que se dizem espíritas procurem fazer da sua oficina de trabalho o meio da satisfação dos seus interesses  individuais.

            Mas, ai dos que assim praticarem!

            Melhor fora que nunca tivessem lido esse livro de salvação, melhor fora nunca terem compreendido Deus!

            Espíritas, lembrai-vos de que Jesus vos escolheu para a reivindicação das verdades que Ele proferiu  na Terra.

            Elas constituem um esplêndido tesouro que, qual pérola de grande preço, estava oculto dos homens; vós o descobristes. Pois bem, a preço das vossas virtudes, comprai o campo que o encerra e não o abandoneis jamais, pois que Jesus confia na seriedade das crenças que dizeis professar, esperando que saibais empregar esse tesouro para a vossa salvação e para a salvação de todo o seu rebanho na Terra!

            Médiuns ou não, procurai estar sempre em contato com os vossos Guias, a fim de que deles possais receber a inspiração do que vos convém fazer quotidianamente, para que se acelere o estabelecimento do reinado de Jesus sobre a Terra, que é o da paz e do amor!

            Varrei da vossa alma o interesse e o egoísmo e vigiai para que, sob pretexto algum, penetre a moeda na vossa oficina de trabalho!

            Se sois médiuns, receitistas ou curadores, dai de graça o que de graça recebeis; buscando os trilhos sagrados dos verdadeiros discípulos de N.S. Jesus Cristo, predisponde a vossa alma a todos os sacrifícios pela humanidade!

            Assim como os primeiros cristãos se entregavam gostosamente a todos os martírios, cantando hosanas ao santo nome de Jesus, procurai resistir, com toda a coragem da vossa fé e da vossa crença, a esse terrível embate que não tarda a dar-se, pois que é chegado o momento da queda de Roma, para o império do Evangelho.

            E tais são os amargos frutos da maldade dos homens: após dezenove séculos de lutas, assiste o mundo pensante ao tremendo espetáculo - Roma não pode conciliar-se com o Evangelho, o Evangelho não se pode conciliar com Roma!

            A religião, estatui o Syballus, não se pode conformar com o progresso!

            E, no entanto, assim deve ser. O progresso é lei eterna que preside aos destinos dos povos, pelo influxo da vontade de Deus; ele resulta do estudo e da prática dos ensinamentos de N.S. Jesus Cristo, que condenam os prejuízos do obscurantismo.

            O progresso tem a sua origem e o seu fim na Bíblia; e, desgraçadamente, a maldade dos homens vai até o ponto de induzir as massas ignorantes a considerarem esse substantivo sagrado uma expressão de injúria, de afronta e de desprezo.

            E, assim, certamente, a religião não se pode conciliar com o progresso, pois que Roma é a sede da mentira, ao passo que o Evangelho é a sede da verdade, onde todos os progressos são possíveis!

            Chegamos, porém, ao termo da penosa jornada: basta de hipocrisia, basta de perfídia!

            E vós, espíritas, legionários da revelação nova, como leões, fortes na fé, e mansos no amor, quais pombas, vinde levantar nas consciências mortas o cruzeiro do Gólgota!

            E, apontando-o aos vossos irmãos, dizei-lhes:

            -Filhos pródigos dos grandes tesouros do céu, eis o símbolo do amor, que esteve oculto aos vossos olhos!  Amai-vos! Eis a cruz sacrossanta - o símbolo da humildade - onde expirou, por amor de vós, o mais puro dos Espíritos, que têm baixado à Terra: o Cordeiro de Deus! Sede humildes! Levantai nas vossas consciências o culto da justiça e do dever, que é o culto do Senhor; abri mão dos vossos prejuízos mundanos e vinde para a grande vinha cultivar as sementes do Evangelho, que isso importa a vossa salvação e a vossa felicidade futura!

            Assim deveis falar à cristandade, nessa linguagem enérgica do verdadeiro crente, pois que os tempos são chegados e cumpre que desempenheis a missão que vos foi dada, de levantar esse código de salvação - o Evangelho de Jesus - das ruinarias e dos escombros a que o lançou a Igreja de Roma.

            Loucos e visionários chamar-vos-ão, sem dúvida; mas, não vos intimidem esses epítetos.

            Tomai das vossas armas, as armas do Evangelho, e , impávidos, entrai nos prélios, porque a vitória será vossa, a vitória da verdade!...”

             


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