O
Silêncio
Casimiro
Cunha por Chico Xavier
Reformador (FEB) Agosto
1943
Quem procura no silêncio
A inspiração e a beleza,
Penetra o templo invisível
Das forças da natureza.
Jamais sentiste o cansaço
No excesso de burburinho?
O silêncio é o companheiro
Que conhece, o bom
caminho.
Em seu campo generoso,
Ha tréguas ao pensamento,
Recebe-se luz sublime.
De verdade e entendimento.
O homem que se mergulha
Nas vozes do turbilhão,
Condena-se, muita vez,
Aos cárceres de aflição.
É preciso, quase sempre,
Procurar, na soledade,
A solução dos problemas
À luz da serenidade.
Se possível, vai ao plano
Das árvores carinhosas,
Onde as coisas falam
sempre
Em notas harmoniosas.
Mas se não podes fugir
As zonas de inquietação,
Procura o silêncio amigo
Na paz da meditação.
Todos temos em nós mesmos
Os vales da experiência
E as montanhas solitárias
Nos cimos da consciência.
Não te dês todo aos
rumores
Das lutas de cada hora;
Que a palavra seja em tudo
Tua serva e não senhora.
Quando achares no silêncio
Os segredos da energia,
Terás penetrado a esfera
De paz e sabedoria.
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