sábado, 23 de maio de 2020

Correspondência póstuma de Allan Kardec



Correspondência póstuma de Allan Kardec
Reformador (FEB) Fevereiro 1918

            Allan Kardec ao Senhor Cura Marouzeau,  

            O Sr. Cura Marouzeau foi, em seu tempo, autor de uma brochura contra o Espiritismo. Esta primeira carta foi publicada na ‘Revue Spirite’ de Julho de 1863.

Senhor Cura.

            Estais admirado, depois de dois anos, não ter respondido à vossa brochura contra o Espiritismo; estais em erro, porque desde que ela apareceu, tenho tratado, em muitos artigos de minha revista, da maior parte das questões que suscitastes.

            Sei perfeitamente que desejaríeis uma resposta pessoal, uma contra-brochura; que eu tomasse vossos argumentos, um por um, para vos dar o prazer da réplica; ora, eu tive a irreparável culpa de nem ao menos nomear-vos; mas vossa modéstia, estou certo, não considerou isso um crime. Reparo hoje essa omissão, mas não suponhais que seja para travar polêmica convosco; não: limito-me a algumas simples reflexões.

            Começarei por vos dizer que se não respondi diretamente as vossas brochuras foi porque tínheis anunciado que elas nos deveriam enterrar vivos; quis, portanto, esperar o acontecimento e verifico, com prazer, que ainda não estamos mortos; que até o Espiritismo está um pouco mais vivo do que anteriormente, de que as sociedades se multiplicam em todos os países, que em toda parte em que se tem pregado contra ele o número dos adeptos tem crescido; que esse crescimento verifica-se na razão da violência dos ataques; não são hipóteses, mas fatos autênticos que, em minha posição e pela extensão de minhas relações, estou melhor do que ninguém, no caso de verificar. Verifico, ainda, que os indigentes a quem padres zelosos proibiram receber vales de pão dado por espíritas caridosos, porque era o pão do diabo, não morreram por tê-lo comido; que os padeiros a quem se dissera que não os recebessem, porque o diabo lho’s roubaria, não perderam um só deles; que os industriais a quem, sempre por zelo evangélico, quiseram reduzir à miséria, roubando-lhes a clientela, encontraram compensação nos novos clientes que lhes facultou o crescimento do número dos adeptos. Desaprovais, sem dúvida alguma, essa maneira de atacar o Espiritismo mas, por isso, não deixam os fatos de existir. Esses meios, convireis comigo, não são muito próprios a fazer tornar à religião aqueles que dela se afastam; o medo pode reter momentaneamente, mas é um laço frágil que se parte na primeira ocasião; os únicos laços sólidos são os do coração cimentados pela convicção; ora a convicção não se impõe pela força.

            Vossa brochura, sabeis, Sr. Cura, foi seguida de grande número de outras; a vossa tem sobre muitas um mérito, o da perfeita urbanidade; quereis nos matar polidamente, o que eu vos agradeço; em todos os argumentos são os mesmos, enunciados mais ou menos polidamente e em francês mais ou menos correto; para refuta-los todos, artigo por artigo, seria necessário repetir sem cessar, e, francamente, tenho coisas mais importantes a fazer; isso seria, aliás, sem utilidade, como ireis compreender.

            Sou um homem positivo, sem entusiasmos, julgando tudo friamente; raciocino segundo os fatos e digo: Pois que os espíritas são mais numerosos que nunca, apesar das brochuras do Sr. Marouzeau e todas as outras, apesar de todos os sermões e mandamentos, é que os argumentos apresentados não persuadiram as massas, produzindo efeito contrário; ora julgar o valor da causa por seu efeito creio que é lógica, elementar; a vista disso para que refutá-los? Pois que eles nos servem em lugar de nos serem nocivos, devemos nos guardar de por obstáculos. 

            Vejo as coisas sob outro ponto de vista diferente do vosso, senhor abade; como um general que observa o movimento da batalha, julgo da força dos golpes não pelo trabalho que fazem, mas pelo efeito que produzem; é o conjunto que vejo; ora o conjunto é satisfatório e é o que basta. Respostas individuais seriam, pois, sem utilidade.

            Quando trato de modo geral das questões suscitadas por algum adversário, não é para convencê-lo, não faço nisso grande esforço, e ainda menos para o fazer renunciar a sua crença que respeito, quando é sincera; é unicamente para a instrução dos espíritos, ou porque neles encontro um ponto a desenvolver ou esclarecer. Refuto os princípios e não os indivíduos; os princípios ficam, os indivíduos desaparecem; é por isso que me inquieto pouco das personalidades que talvez amanhã, não existam mais e de quem não mais se falará, qualquer que seja a importância que procurem atribuir-se. Viso o futuro muito mais que o presente: o conjunto e as coisas importantes mais que os fatos isolados e secundários. Levar ao bem é nos nossos olhos a verdadeira conversão. Um homem arrancado aos seus pendores e levado a Deus e à caridade para todos pelo Espiritismo é para nós a vitória do mais útil; é a que nos causa a maior alegria e agradecemos a Deus no-la dar frequentemente.

            Para nós, a vitória mais honrosa não consiste em desalojar um indivíduo de tal ou tal culto, de tal ou tal crença pela violência ou pelo medo, mas em desliga-lo do mal pela persuasão. Precisamos acima de tudo as convicções sinceras e não as que são obtidas pela força ou não tem senão as suas aparências.

            É assim, por exemplo, que em vossa brochura perguntais que milagres pode invocar o Espiritismo em seu favor e ao que respondi no número da Revue de fevereiro de 1862, página 40, pelo artigo intitulado: “O Espiritismo é provado por milagres?” e, ao mesmo tempo respondi a todos que me fizerem a mesma pergunta.

            Perguntais pelos milagres do Espiritismo; mas há algum mais que a sua propagação inaudita, apesar dos ataques de que tem sido objeto, apesar dos golpes tão terríveis que lhe dão? Não é isso um fato da vontade de Deus?

            “Não direis vos, é a vontade do diabo.” Então convindo que a vontade do diabo é superior a de Deus e que ele é mais forte que a Igreja, porque a Igreja não pode prendê-lo.

            Mas não é esse o único milagre do Espiritismo; ele o faz todos os dias levando a Deus os incrédulos, convertendo ao bem os que se comprazem no mal, dando a força de vencermos as paixões más.

            Vós lhe pedis milagres. Mas a Igreja não qualifica certas conversões de miraculosas?

            Sim, mas são as conversões dos heréticos à fé católica. De sorte que a conversão do mal ao bem não é para vós milagre; preferires um sinal material; a liquefação do sangue de S. Januário, a cabeça de uma estátua que se move em uma igreja; uma aparição no céu como a cruz de Migué. O Espiritismo não faz essa espécie de milagres; os únicos a que ele liga apreço infinito e de que se gloria, são as transformações morais que opera.

*

            Senhor abade, o tempo me apressa e o espaço me falta; outra vez vos direi ainda algumas palavras que vos poderão servir para a nova obra que preparais e que deve aniquilar o Espiritismo e os espíritas por todo sempre. Desejo-vos melhor proveito que a primeira.

            Recebi & &.

            Allan    Kardec (Da Revue Spirite).




Correspondência póstuma de Allan Kardec
Reformador (FEB) Abril 1918

Segunda carta do Sr. Cura Marouzeau, publicada na Revue Spirite de Setembro de 1863.

            Sr. Cura.

            Declarei em minha precedente carta os motivos que me levam a não responder, artigo por artigo, a vossa brochura: não os repetirei e limito-me a lembrar algumas passagens.

            Dizeis: Concluímos de tudo isso que o Espiritismo deve limitar-se a combater o materialismo, a dar ao homem provas palpáveis de sua imortalidade por meio das manifestações de além túmulo bem verificadas; que, fora desse caso, tudo nele não é incerteza, trevas espessas, ilusões, um verdadeiro caos; que como doutrina filosófico-religiosa , ele não passa de verdadeira utopia assim como tantas outras,  consignadas na História e das quais o tempo dará boa conta, a despeito da legião espiritual de que vos constituístes chefe”.

            Convinde primeiramente, Sr. Abade, que vossas previsões não se realizaram ainda e que o tempo não se apressa muito em justiçar o Espiritismo. Se ele não sucumbiu não se deve acusar disso a indiferença, a negligencia do clero e de seus partidários; os ataques não faltaram, brochuras, jornais, sermões, excomunhões, fizerem fogo em toda a linha; nada falta nem mesmo o talento e o mérito incontestável de alguns dos campeões.

            Se, pois, sob essa formidável artilharia, as hostes do Espiritismo têm aumentado em lugar de diminuir, é que o fogo se desfaz em fumaça.

            Ainda uma vez uma regra de lógica elementar no diz que se julga de uma força pelos seus efeitos; não paraste o Espiritismo, logo, ele caminha mais depressa do que vós; e a razão disso é que ele vai mais adiante, ao passo que vós empurrais para trás e o século marcha.

            Examinando os diversos ataques dirigidos contra o Espiritismo, um ensinamento, grave e triste no mesmo tempo, surge à primeira vista; os que procedem do partido cético e materialista são caracterizados pela negação, a mofa mais ou menos espiritual, por graçolas as mais das vezes tolas e chatas, no passo que, triste é dizê-lo, é mais do partido religioso que se encontram as mais grosseiras injúrias, os ultrajes pessoais, as calúnias; é do púlpito que provêm as palavras mais ofensivas; foi em nome da igreja que foi publicado o ignóbil e mentiroso panfleto sobre o pretenso orçamento do Espiritismo. Citei alguns tópicos na Revista e não disse tudo por deferência e porque sei que todos os membros do clero estão longe de aprovar semelhantes coisas. É útil, entretanto, que mais tarde se saiba de que armas se têm servido para combater o Espiritismo.  

            Infelizmente os artigos aos jornais são fugitivos como as folhas que os contém, as próprias brochuras não têm senão uma existência efêmera e em alguns anos os nomes mais em foco dos mais biliosos antagonistas estarão provavelmente esquecidos! Não há senão um meio de prevenir esse efeito do tempo, é colecionar todas essas diatribes de qualquer modo que venham e fazer uma coleta que não será uma das páginas menos instrutivas da história do Espiritismo. Não me faltam documentes para esse trabalho e pesa-me dizer-vos que as publicações feitas em nome da religião que, até hoje, fornecem o maior contingente.

            Com prazer verifico que vossa brochura faz exceção sob o aspecto da urbanidade e até pela força dos argumentos. Na vossa opinião, Sr. abade, tudo no Espiritismo é incerteza, trevas espessas, ilusões, caos, utopias; então convinde que ele não é muito perigoso, porque ninguém deverá poder compreende-lo.
           
            Que é que a igreja poderá temer de uma coisa tão absurda? E se assim é porque tal desenvolvimento de forças? Quem vê esse desenvolvimento poderá dizer que existe medo.

            De ordinário não se dá tiro de alarme contra uma mosca que voa.  

            Não haverá contradição em dizer de um lado que o Espiritismo é temível, que ele ameaça a religião e de outro que ele nada vale?

            Na passagem precitada noto de passagem um erro involuntário, sem dúvida, porque não suponho que a exemplo de alguns vossos colegas, altereis conscientemente a verdade segundo as necessidades da causa. Dizeis: “A despeito do exército espiritual de que vos constituis o general em chefe”.

            Perguntar-vos-ei primeiramente: que entendeis por exército espiritual? É o exército dos espíritos ou dos espíritas? A primeira interpretação vos faria dizer um absurdo, a segunda uma falsidade, pois que é notório que não me constitui chefe do que quer que seja.

            Se os espíritas me dão esse título é por um sentimento espontâneo de sua parte, em virtude da confiança que me querem conceder, ao passo que vós dais a entender que me impus e tomei a iniciativa, coisas que eu nego formalmente. Além disso, se o sucesso da doutrina que professo me dá certa autoridade sobre os adeptos, é uma autoridade puramente moral, da qual não uso senão para lhes recomendar calma, moderação e abstenção de quaisquer represálias contra aqueles que os tratam o mais indignamente, para induzi-los, em uma palavra, à prática da caridade mesmo para com os seus inimigos.

            A parte mais importante desse parágrafo é aquela em que dizei que “o Espiritismo deve limitar-se a combater o materialismo e a provar a imortalidade da alma pelas manifestações de além-túmulo”. O Espiritismo é, portanto, bom para alguma coisa. Se as manifestações de além túmulo são úteis para destruir o materialismo e provar a imortalidade da alma, não é portanto o diabo que se manifesta; para chegar a essa prova que ressalta, na sua opinião, das manifestações é que nelas se reconheça seus parentes e amigos; os Espíritos que se comunicam são portanto as almas dos que viveram. Assim, Sr.  abade, estais em contradição com a doutrina professada por muitos dos vossos ilustres  confrades, a saber, que somente o diabo pode comunicar-se. Isso constitui ponto de doutrina ou opinião pessoal? No segundo caso uma não tem mais autoridade do que a outra, no primeiro chegais até a heresia.

            No mais, visto que as comunicações de além tumulo são úteis para combater a incredulidade sobre a base fundamental da religião: a existência e a imortalidade da alma; pois que o Espiritismo deve delas servir-se para esse fim, ê portanto permitido a cada qual procurar na evocação o remédio que somente a religião não pode vencer; é, portanto, permitida a todo o crente, a todo o bom católico, a todo o sacerdote até usar dele para reconduzir ao aprisco as ovelhas desgarradas. Se o Espiritismo tem meios de dissipar dúvidas que a religião não pode destruir, ele oferece recursos que a religião não possui, de outro modo não haveria na religião católica um só incrédulo; porque pois é que ela repele um meio eficaz de salvar almas?

            Por outro lado, como conciliar a utilidade que reconheceis nas comunicações de além túmulo com a proibição formal que faz a Igreja de evocar os mortos? Pois que é do princípio rigoroso que não se pode ser católico sem se conformar escrupulosamente com os preceitos da Igreja, que o mesmo desvio de seus mandamentos é uma heresia, porque declarais bom o que ela condena? Dizeis que o Espiritismo não é senão caos e incerteza; sois, porventura, mais claro? De que lado está a ortodoxia, nesse ponto, se uns pensam de uma maneira e outros de outra? P Como quereis que se esteja de acordo se vós mesmo estais em contradição com vossas palavras? Vossa brochura é intitulada: REFUTAÇÃO COMPLETA da doutrina espírita sob o ponto de vista religioso. Quem diz completo diz absoluto; se a refutação é completa não deve deixar subsistir coisa alguma; e eis que no próprio ponto de vista religioso reconheceis uma utilidade imensa, o que a Igreja proíbe!

            Haverá utilidade maior do que levar a Deus incrédulos? Vossa brochura seria melhor intitulada: Refutação da doutrina divorciada da Igreja. Não é essa entretanto a única contradição que eu poderia notar; mas tranquilizai-vos porque não sois o único dissidente: conheço por minha parte grande número de eclesiásticos que não creem mais do que vós na comunicação exclusiva do diabo; que se ocupam de evocação com toda a segurança de consciência, que até não creem mais do que eu nas penas irremissíveis e na condenação eterna absoluta, de acordo nisso com mais de um Padre da Egreja como será demonstrado mais tarde. Sim, muito maior número de eclesiásticos do que se pensa encara o Espiritismo de um ponto mais elevado, admirados da universalidade das manifestações e do espetáculo imponente de sua marcha irresistível, nele vem a aurora de uma era nova e um sinal de vontade de Deus diante da qual se Inclinam em silêncio.

            Dizei, Sr. Abade, que o Espiritismo devia parar em certo ponto e não ir além. É preciso em tudo ser consequente consigo mesmo. Para que essas almas possam convencer os incrédulos da sua existência, é preciso que elas falem; ora, pode-se impedi-las de dizer o que querem? É culpa minha se elas vêm descrever sua situação feliz ou desgraçada de outro modo de que a Igreja ensina? Se elas vêm dizer que já viveram e que vivem ainda corporalmente? Que Deus não é cruel, nem vingativo, nem inflexível como o representam, mas bom e misericordioso? Se sobre todos os pontos do globo em que as chamam para convencer da vida futura, elas dizem a mesma coisa? É culpa minha se o quadro que elas pintam do futuro reservado aos homens é mais sedutor do que aquele que ofereceis? Se os homens preferem a misericórdia à condenação?

            Quem fez a doutrina espírita? Foram as suas palavras e não a minha imaginação; são os próprios autores do mundo invisível, as testemunhas oculares das coisas de além túmulo que a ditaram e ela não foi estabelecida senão sobre a concordância da imensa maioria das Revelações feitas de todo os lados e a milhares de pessoas que nunca vi! Não fiz, portanto, em tudo isso, senão recolher e coordenar metodicamente o ensino dado pelos Espíritos. Sem ligar importância alguma às opiniões isoladas adotei as do maior número, afastando todas as ideias sistemáticas, individuais, excêntricas ou em contradições com os dados positivos da ciência.  

            Dessas informações e de sua concordância assim como da observação atenta dos fatos, verifica-se que as manifestações espíritas nada têm de sobrenaturais, mas são ao contrário o resultado de uma lei da natureza, desconhecida até hoje, como o foram por muito tempo as da gravitação, do movimento dos astros, da formação da terra, da eletricidade, etc. Desde que essa lei existe na natureza é que ela é obra de Deus ou, então, a natureza é obra do diabo; essa lei explica uma porção de coisas inexplicáveis sem ela, tem  convertido tantos incrédulos na existência do além como o fato propriamente dito das manifestações e a prova está no grande número de materialistas levados a Deus somente pela leitura das obras, sem necessidade de nada ter visto. Seria melhor que eles ficassem na incredulidade, mesmo ocorrendo o risco de não pertencerem inteiramente à ortodoxia católica?

            A doutrina espírita não é pois obra minha, mas dos espíritos; ora, se esses Espíritos são as almas dos homens, ela não pode ser obra do demônio. Se ela fosse de minha concepção pessoal vendo seu prestigioso sucesso, eu não poderia senão felicitar-me; mas eu não saberia atribuir a mim o que não é meu. Não, ela não é obra de um só, nem homem, nem Espírito, que qualquer que fosse, não lhe poderia dar sanção suficiente, mas de uma multidão de Espíritos e nisso está a sua força, porque cada um pode receber a confirmação. O tempo, como dizeis, far-lhe-á boa justiça. Seria necessário para isso que ela deixasse de ser ensinada, isto é, que os Espíritos deixassem de existir e do se comunicar por toda a Terra; seria necessário além disso que ela cessasse de ser lógica e de satisfazer às aspirações dos homens.

            Acrescentais que esperais que eu me arrependa do meu erro; não penso assim e francamente não são os argumentos da vossa brochura que me farão mudar de opinião, nem desertar do posto em que a Providência me colocou, posto em que tenha todas as alegrias morais a que um homem pode aspirar na Terra, vendo frutificar o que semeou. É uma felicidade bem grande e muito agradável, eu vos asseguro, a vista dos felizes que se fez, de tantos homens arrancados ao desespero, ao suicídio, à brutalidade das paixões e levados ao bem; uma só de suas bênçãos me paga largamente todas as minhas fadigas e todos os insultos; essa felicidade não está em poder de ninguém tirar-me; vós não a conheceis pois que quereis tirar-me; eu vo-lo desejo de todo o coração: experimentai e vereis.

            Sr. abade eu vos convido para daqui a dez anos: veremos o que então pensareis da doutrina.

            Recebei...  etc,


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