Em honra a Kardec
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Outubro 1957
Na
Doutrina Espírita, não se dirá jamais que Allan Kardec foi ultrapassado, de vez
que os nossos princípios avançam com o
fluxo evolutivo da própria vida e, à maneira da árvore que para mostrar a excelência do fruto
não dispensa a raiz, tanto quanto o edifício vulgar para crescer em nova pavimentação não
prescinde do alicerce, o Espiritismo não fugirá de suas diretrizes primeiras, a fim de ampliar-se
em construções mais elevadas, com a segurança precisa.
Superam-se
técnicas e processos de luta material.
A
Revelação Divina, porém, desenvolve-se com a própria alma do homem, já porque a
Infinita Sabedoria não nos esmaga com a Sua Grandeza, nem nos enceguece com a
Sua Luz, esperando que nós mesmos, ao preço de esforço e trabalho, na escola do
progresso, nos habilitemos a suportar o conhecimento superior, estendendo-lhe a
claridade e realizando-lhe os santificantes objetivos.
Em
razão disso, foi o próprio Codificador quem definiu em nossa Doutrina um templo
de postulados que a evolução se incumbiria de honorificar em constante expansão,
nela plasmando não apenas o altar da fé redentora que nos religa ao Cristo de
Deus mas também o campo aberto à indagação filosófica e científica para que não
estejamos confinados ao dogmatismo enregelante e destruidor.
Não
edificaremos, desse modo, por nossa vez, no santuário espírita senão aquele
desdobramento necessário a todo serviço de luz e fraternidade, que iniciado a
benefício das criaturas, a todas elas deve atingir no justo momento, em
obediência à lei de renovação de que Kardec foi emérito defensor.
Cabe-nos,
assim, hoje como ontem, estudar-lhe a obra regeneradora e vitalizante, a fim de
que não nos percamos à distância da lógica e da simplicidade que lhe ditaram o
ensinamento, e não nos emaranhemos no cipoal da inutilidade ou da sombra
porquanto, nele, o apóstolo do princípio, encontramos o roteiro seguro para o
acesso verdadeiro a Jesus, Nosso Mestre e Senhor.
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