Atribulações
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Outubro 1942
No mundo tereis aflições, mas tende
bom ânimo, eu venci o mundo.
Jesus
(João, 16:33)
Se há crentes aguardando vida fácil,
privilégios e favores na Terra, em nome do Evangelho, semelhante atitude deve
correr à conta de si mesmos.
Jesus não prometeu prerrogativas aos
seus continuadores. O Mestre foi, aliás, muito claro, nesse particular. Não
estimulou a preguiça, nem criou falsas perspectivas no caminho do aprendizado.
Asseverou que os discípulos e seguidores teriam aflições, que o mundo lhes
ofereceria ocasiões de luta, sem esquecer a recomendação de bom ânimo.
Seria inútil induzir-se alguém à coragem,
nos lugares e situações onde fosse dispensável. Se o Mestre aludiu tanta vez à
necessidade de ânimo sadio, é que não ignorava a expressão gigantesca dos
trabalhos que esperavam seus servidores.
A experiência humana ainda é um
conjunto de fortes atribulações que costumam multiplicar-se à medida que se
eleve a compreensão. O discípulo do Evangelho não deve esperar repouso, quando
o Mestre continua absorvido no espírito de serviço. Para ele, férias e licenças
na luta deveriam constituir cancelamento de oportunidades.
Alguns se queixam das perseguições,
outros se alarmam, quando incompreendidos. Suas existências parecem ilhas de
amargura e preocupação, cercadas de ondas revoltas do mundo. Aqui, parentes
humilham, acolá, fogem amigos. A ironia perturba-os, a calúnia persegue-os.
Mas, justamente nesse quadro é que se verifica a promessa do Salvador. Responsabilidades
e compromissos envolvem sofrimentos e preocupações. Certo, não pediríamos
trabalho a Jesus, nem o receberíamos de sua bondade infinita, para fins de
ociosidade ou brincadeira. Estamos em serviço e testemunho. Aprendizes do
Evangelho, encarnados ou desencarnados, teremos aflições nas esferas
terrestres; mas, tenhamos fé e bom ânimo. Jesus venceu o mundo.
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