A Figueira Estéril
13,6 Disse-lhes também esta comparação:
“-Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha e, indo buscar fruto, não
o achou.
13,7 Disse ao viticultor: -Eis
que há 3 anos venho procurando fruto nesta figueira, e não o acho. -Corta-a!
-Para que ainda ocupa inutilmente o terreno?
13,8 Mas o viticultor respondeu: -Senhor, deixa-a
ainda este ano. Eu lhe cavarei ao redor e lhe darei adubo.
13,9 Talvez depois disso dê fruto: Caso contrário,
cortá-la-ei!”
“Facilmente se apreende o sentido
desta parábola, com a qual, sobretudo, o que Jesus teve em mira foi por em evidência a longanimidade
do Senhor e a assistência caridosa e devotada que incansavelmente nos dispensam
os Espíritos prepostos à nossa guarda e progresso.
Assim, segundo a parábola, aquele
que se mostra rebelde às inspirações do seu anjo de guarda, ingrato à sua
dedicação, indiferente ao auxílio que lhe presta, insensível a todos os
benefícios que recebe; aquele que se obstina em viver contrariamente aos ditames
da moral, sem dar, pelas provas por que passa, os frutos que devia produzir, é
como a figueira que, apesar de todos os cuidados do agricultor, do auxílio que
lhe dispensa, do adubo que lhe põe, permanece estéril, sem frutificar. Tem que
ser cortada e retirada do campo onde fora plantada, pois que a sua permanência
ali acabaria por prejudicar as outras plantas.
Contudo, o agricultor, benévolo,
paciente e desejoso sempre de vê-la produzir, não a corta logo; contenta-se em
podá-la, na esperança de que, fortalecida assim a seiva que ainda lhe dá vida e
que se acha como que adormecida, ela venha a se cobrir de frutos.
Poda-a, pois, revolve-lhe a terra em
derredor, chega-lhe em abundância estrume novo e espera.
Verificando, por fim, que nada
obteve, que estéril como era a árvore se conserva, manda cortá-la e lançá-la ao
fogo, para que não continue a ocupar, junto das que abundantemente produzem, um
lugar que pode ser ocupado por outra também produtiva.
É o que faz conosco o Senhor.
Ele nos faculta todos os recursos e
meios de levarmos a efeito a nossa salvação, ou redenção, tendo chegado a
enviar-nos o seu Filho bem amado, para nos mostrar, palmilhando-o até ao cume
do Gólgata, Ele que nada tinha de que se remir, o caminho que à redenção
conduz.
Se,
porém, apesar de tudo isso, perseverarmos na pratica do mal, temos que ser
apartados da companhia daqueles que progridem, regenerando-se, para sermos
lançados no fogo das torturas morais proporcionadas ao nossos delitos e crimes
e das encarnações em mundos onde mais acerbos são os sofrimentos, até que,
despertada a nossa consciência - a seiva espiritual que nos alimenta o ser
- nos disponhamos à purificação dos nossos sentimentos, tornando-os, desse
modo, dignos de receber, como co-herdeiros que somos, a parte que nos caiba da
herança que Ele, o Pai Celestial, instituiu para todos os seus filhos, sem
exceção.”
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