Psicografia
Luís Gastin
Reformador
(FEB) Novembro 1923
Comunicação
recebida, na sessão pública de estudo do Evangelho na FEDERAÇÃO, a 17 de Julho
findo, pelo médium audiente A. Celeste. (Aura Celeste?)
“Louvada seja a misericórdia do Senhor, que
me permitiu chegar até vós; que a sua santa Paz penetre em vossos corações, que
aí permaneça e não me desampare.
Durante todo o tempo da vossa sessão, meus
caros amigos, estudei, aprendi, meditei o sofrimento. Sou talvez o mais
sofredor entre todos vós, os que aqui estais. Não me refiro aos meus irmãos da
terra, mas aos que comigo baixaram a este recinto. Trago dentro de mim
amarguras profundas, tristezas incontidas e mágoas que não sei exprimir.
Há bem pouco tempo, amados irmãos meus,
vivi entre vós, fui acatado por todos, estimado e querido de muitos, e a vida
não me correu adversa. No entanto, eu, que tinha tido do espaço a tarefa de ser
fiel cumpridor das leis santas do divino Mestre, baixando à Terra,
carregado de pesados compromissos assumidos em encarnações outras, mais uma vez fali, não se lembrando sequer o meu espírito dos encargos tomados na erraticidade.
Mas, uma leve reflexão acudiu ao meu cérebro, chamando-me ao cumprimento do meu
dever, para afastar-me das coisas que praticara, conscientemente, em detrimento
da lei do meu Criador!
Fui estimado, tive posição de destaque, mas
nunca soube refrear os ímpetos do meu gênio, que, mais uma vez, me atirou aos
abismos profundos em que me encontrei até há poucos momentos.
Almas piedosas têm a mim; muitos dos que se
mostram têm elevado suas orações ao céu em meu favor. A todos sou muito grato e
imploro que sobre todos baixem as bênçãos do Senhor para que sejam felizes e
tenham sempre diante dos olhos o quadro das suas responsabilidades, a fim de
não assumirem compromissos que, posteriormente, terão de ser resgatados à custa
de sacrifícios que não podeis calcular.
Tenho sofrido imenso. Minha alma suspira
pela luz do céu e diante do meu Deus me reconheço o maior dos criminosos. Eu,
que recebi aquilo que não merecia, eu que não soube zelar os dons celestiais!
Meus prezados irmãos, se a alguém ofendi
quando na Terra, se alguém de mim guarda ressentimento, peço me perdoe, no mesmo
momento em que faço a minha confissão pública perante vós, suplico-vos: não me
desampareis nas vossas preces, para que a luz do Senhor, penetrando nos antros
profundos da minha consciência, possa cada vez
mais esclarece-la, muito embora cresça a minha dor, com o arrependimento da
falta cometida na minha última encarnação.
Pedi por mim, meus irmãos, para que a minha
fé não vacile, quando novamente baixar à Terra.”
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