Mediunidade Latente
Demetri
Abrão Nami
Reformador
(FEB) Agosto 1961
Causa-nos pena ver certas criaturas,
dotadas de apreciável vitalidade, a par de uma mediunidade incipiente que, por
ignorância, preconceito religioso ou má vontade, se descuram de exercitar,
decorrendo, para elas, em consequência, sérios prejuízos de ordem moral e
física, além de privar muita gente necessitada de seus benefícios.
Geralmente, essas criaturas padecem
de inquietações, provenientes da própria mediunidade desprezada ou ignorada,
São impacientes, irritadiças e de difícil trato. Vivem a se queixarem de
enfermidades que, as mais das vezes, só existem nos próprios Espíritos
ignorantes ou maus que as envolvem e lhes incutem tais pensamentos enfermiços.
Em nossas reuniões mediúnicas,
tivemos oportunidade de libertar algumas criaturas de supostas enfermidades,
depois da doutrinação dos Espíritos que as afligiam. E subsequente
desenvolvimento de suas faculdades medi únicas, juntamente com o estudo
metódico das obras kardequianas, fortaleceu lhes o bem-estar geral.
A causa das perturbações a que acima
aludimos, por parte dessas criaturas, prende-se ao fato de elas não
movimentarem grande soma de fluidos de que são possuidoras, em direção ao Bem.
Assim, esses fluidos, estagnados por falta de dispersão, no sentido de aliviar,
confortar, ensinar e curar os que sofrem, que é a sua finalidade precípua,
congestionam o sistema nervoso de seus detentores, propiciando o avizinhamento
de Espíritos infelizes que os arrastam, assim, à perturbação. Muita vez, essas
criaturas são levadas, ainda, a se chafurdarem no lodaçal dos vícios ou à criminalidade,
e, não raro, à
demência, quando são enleadas por entidades espirituais perversas e pertinazes.
*
A mediunidade é um dom que Deus
concedeu às suas criaturas, a fim de se reabilitarem, através de sua prática
honesta e desinteressada, de seus erros de passadas existências, concorrendo,
ainda, para a elevação espiritual de seus semelhantes. Ninguém a conspurca ou a
relega, impunemente. Segundo a Doutrina Espírita, os seus portadores
responderão pelo uso que dela fizerem.
Por isso, quando defrontarmos com
indivíduos desavisados, com indícios de mediunidade, não titubeemos em
esclarecê-los quanto à necessidade de seu desenvolvimento, e encaminhá-los para
uma sociedade espírita idônea, onde possam receber toda a assistência de que
carecem.
Assim procedendo, estaremos
contribuindo - e disso temos muitos exemplos - para que essas criaturas não
venham a ser vítimas de quedas morais em virtude de alguma obsessão, ou vítimas
da loucura, da qual o Espiritismo é o imunizador por excelência.
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