A
soberania do amor
por
Vinícius (Pedro de Camargo)
Reformador
(FEB) Setembro 1925
Buscais a razão, a lógica e o
raciocínio do amor? O verdadeiro amor não tem lógica, nem raciocínio. Sua ação se opera à revelia da
razão.
O
amor é soberano. Sempre que este sentimento se manifesta sob o controle da razão,
acha-se constrangido e desnaturado. O amor puro não se reduz às restrições da
lógica, nem tampouco à do raciocínio; é incoercível, sobrepuja demais atributos
do Espírito.
O amor humano não é ainda a expressão
do verdadeiro amor, justamente porque age através da razão, porque obedece a
motivos determinados. O amor divino paira acima da razão, desconhece motivos. Desconhece
raciocínios de qualquer espécie.
Jesus ensinou e exemplificou o amor
divino. Eis o padrão de amor que Ele nos apresenta: “Tendes ouvido o que dizem os homens: Amarás ao teu próximo e
aborreceras ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai
pelo que vos maldizem e perseguem, para que vos torneis filhos de vosso Pai que
está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre bons e maus e vir chuvas
sob justos e iníquos. Pois se saudardes e amardes somente aos vossos irmãos,
que fazeis nisso de especial? Não fazem os gentios também o mesmo? Sede, pois,
vós perfeitos, como vossos Pai celestial é perfeito.”
Tais mandamentos não se curvam à lógica,
nem à razão, porque são mandamentos do amor e o amor sobrepuja a todo o
entendimento.
A doutrina do Crucificado importa
mais numa questão de sentimento que de entendimento. O Cristianismo é a
revelação do amor. Jesus, o Verbo Encarnado, revelando-nos a Divindade nos faz sentir
que, como disse João, Deus é amor.
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