sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Fala Roustaing



Fala Roustaing:
Reformador (FEB) Fevereiro 1944

            "Li o "Livro dos Espíritos". Nas páginas desse volume encontrei: uma moral pura, uma doutrina racional, de harmonia com o espírito e progresso dos tempos modernos, consoladora para a razão humana; a explicação lógica e transcendente da lei divina ou natural, das leis de adoração, de trabalho, de reprodução, de destruição, de sociedade, de progresso, de igualdade, de liberdade, de justiça, de amor e de caridade, do aperfeiçoamento moral, dos sofrimentos e gozos futuros.

            Em seguida, deparei com explicações judiciosas acerca da alma no estado de encarnação e no de liberdade; do fenômeno da morte, da individualidade e das condições de individualidade da alma após a morte; do que se chamou anjo e demônio; dos caminhos e meios, dos agentes secretos ou ostensivos de que se serve Deus para o funcionamento, o desenvolvimento, o progresso físico dos mundos; do progresso e desenvolvimento físico, moral e intelectual de todas as suas criaturas.  

            Encontrei ainda a explicação racional da pluralidade dos mundos, da lei do renascimento presidindo, pelo progresso incessante não só da matéria como da inteligência, à vida e à harmonia universais, no infinito e na eternidade.

            Compreendi mais do que nunca, diante da pluralidade dos mundos e das humanidades, assim como de suas hierarquias; da pluralidade das existências e da respectiva hierarquia, que os homens, no nosso planeta, são de uma inferioridade moral notória; de uma inferioridade intelectual acentuada relativamente às leis a que estão sujeitos na Terra os diversos reinos da Natureza e às leis naturais a que obedecem os mundos e as humanidades superiores, por meio das quais aquelas leis se conjugam na unidade e na solidariedade.  

            Sim, essa ignorância é imensa, quanto aos meios de apropriação das leis de um planeta superior a um planeta inferior, quando um messias, enviado por Deus em alta missão, toma um corpo de conformidade com a sua natureza espiritual e relativamente harmônico com uma esfera inferior, qual a Terra, para aí se manifestar entre os homens, para lhes traçar as diretrizes da regeneração humana, para lhes trazer a luz e a verdade veladas e destinadas a serem descobertas progressivamente, conforme aos tempos e às exigências de cada época.

            Compreendi a necessidade das revelações progressivas, vindo sucessivamente levantar, pouco a pouco, o véu e patentear aos olhos dos homens, de modo a iluminá-los sem os deslumbrar, a luz que os tem de guiar nas suas indagações e ajudar a progredir na trilha da verdade.

            Li em seguida o "Livro dos Médiuns", e nele se me deparou uma explicação racional: da possibilidade das comunicações do mundo corpóreo com o mundo espiritual; das vias e meios próprios para essas comunicações; das aptidões e faculdades mediúnicas no homem; da mediunidade e das condições de moralidade e de experiência para seu exercício útil e proveitoso nas relações do mundo visível com o mundo invisível, sempre e exclusivamente com o objetivo da prece, da caridade de além túmulo, do ensinamento moral, da instrução que os bons Espíritos, na era nova que começa, têm a missão de dar e que é invariavelmente proporcionada e adequada ao desenvolvimento intelectual e moral do homem. Achei, enfim, a explicação racional das vantagens e inconvenientes da mediunidade, dos escolhos e perigos a evitar e dos caminhos a seguir para praticá-la."

(Trecho extraído do prefácio da monumental obra de Roustaing).

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