Fala Roustaing:
Reformador
(FEB) Fevereiro 1944
"Li o "Livro dos
Espíritos". Nas páginas desse volume encontrei: uma moral pura, uma doutrina
racional, de harmonia com o espírito e progresso dos tempos modernos, consoladora
para a razão humana; a explicação lógica e transcendente da lei divina ou
natural, das leis de adoração, de trabalho, de reprodução, de destruição, de
sociedade, de progresso, de igualdade, de liberdade, de justiça, de amor e de
caridade, do aperfeiçoamento moral, dos sofrimentos e gozos futuros.
Em seguida, deparei com explicações
judiciosas acerca da alma no estado de encarnação e no de liberdade; do
fenômeno da morte, da individualidade e das condições de individualidade da
alma após a morte; do que se chamou anjo e demônio; dos caminhos e meios, dos
agentes secretos ou ostensivos de que se serve Deus para o funcionamento, o
desenvolvimento, o progresso físico dos mundos; do progresso e desenvolvimento
físico, moral e intelectual de todas as suas criaturas.
Encontrei ainda a explicação
racional da pluralidade dos mundos, da lei do renascimento presidindo, pelo
progresso incessante não só da matéria como da inteligência, à vida e à
harmonia universais, no infinito e na eternidade.
Compreendi mais do que nunca, diante
da pluralidade dos mundos e das humanidades, assim como de suas hierarquias; da
pluralidade das existências e da respectiva hierarquia, que os homens, no nosso
planeta, são de uma inferioridade moral notória; de uma inferioridade
intelectual acentuada relativamente às leis a que estão sujeitos na Terra os
diversos reinos da Natureza e às leis naturais a que obedecem os mundos e as
humanidades superiores, por meio das quais aquelas leis se conjugam na unidade
e na solidariedade.
Sim, essa ignorância é imensa,
quanto aos meios de apropriação das leis de um planeta superior a um planeta
inferior, quando um messias, enviado por Deus em alta missão, toma um corpo de
conformidade com a sua natureza espiritual e relativamente harmônico com uma
esfera inferior, qual a Terra, para aí se manifestar entre os homens, para lhes
traçar as diretrizes da regeneração humana, para lhes trazer a luz e a verdade
veladas e destinadas a serem descobertas progressivamente, conforme aos tempos
e às exigências de cada época.
Compreendi a necessidade das
revelações progressivas, vindo sucessivamente levantar, pouco a pouco, o véu e
patentear aos olhos dos homens, de modo a iluminá-los sem os deslumbrar, a luz
que os tem de guiar nas suas indagações e ajudar a progredir na trilha da
verdade.
Li em seguida o "Livro dos
Médiuns", e nele se me deparou uma explicação racional: da possibilidade
das comunicações do mundo corpóreo com o mundo espiritual; das vias e meios
próprios para essas comunicações; das aptidões e faculdades mediúnicas no
homem; da mediunidade e das condições de moralidade e de experiência para seu
exercício útil e proveitoso nas relações do mundo visível com o mundo
invisível, sempre e exclusivamente com o objetivo da prece, da caridade de além
túmulo, do ensinamento moral, da instrução que os bons Espíritos, na era nova
que começa, têm a missão de dar e que é invariavelmente proporcionada e
adequada ao desenvolvimento intelectual e moral do homem. Achei, enfim, a
explicação racional das vantagens e inconvenientes da mediunidade, dos escolhos
e perigos a evitar e dos caminhos a seguir para praticá-la."
(Trecho extraído
do prefácio da monumental obra de Roustaing).
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