A Noite é feita de silêncios - 3
José Brígido (Indalício
Mendes)
Reformador (FEB) Agosto 1952
Permanecei
quietos, a fim de que o enlevamento destes instantes não se dilua nos ruídos profanos. Conservai-vos mudos para que
o Silêncio não se extinga, ferido pelas asperezas da linguagem humana. Celebrai
pelo espírito as bodas da vossa consciência com uma centelha do Absoluto.
Silêncio, amigos. Silêncio... As dores alheias
devem ser um pouco vossas. Acudi aos desesperados. Matai nele a sede da Serenidade,
para que a Esperança o ampare no resto da caminhada. Bem pior que a dor é o Desespero
que embriaga as almas aflitas. Silêncio. Olhai o céu de veludo negro, onde rutilam
os astros, joias delicadas de mágicos artífices. Vede a Lua iluminada que flutua
no imenso oceano da noite imensa, vogando entre as estrelas, flores brilhantes do
miraculoso Jardim de Alá!
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