terça-feira, 7 de agosto de 2018

A noite é feita de silêncios - 3



A Noite é feita de silêncios - 3
José Brígido (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Agosto 1952

Permanecei quietos, a fim de que o enlevamento destes instantes não se dilua nos  ruídos profanos. Conservai-vos mudos para que o Silêncio não se extinga, ferido pelas asperezas da linguagem humana. Celebrai pelo espírito as bodas da vossa consciência com uma centelha do Absoluto. Silêncio, amigos. Silêncio... As dores alheias devem ser um pouco vossas. Acudi aos desesperados. Matai nele a sede da Serenidade, para que a Esperança o ampare no resto da caminhada. Bem pior que a dor é o Desespero que embriaga as almas aflitas. Silêncio. Olhai o céu de veludo negro, onde rutilam os astros, joias delicadas de mágicos artífices. Vede a Lua iluminada que flutua no imenso oceano da noite imensa, vogando entre as estrelas, flores brilhantes do miraculoso Jardim de Alá!

Nenhum comentário:

Postar um comentário