Hospitalização Carcerária
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Fevereiro 1977
Quando tiveres de anotar o
comportamento dos irmãos reeducandos, em retiros carcerários, deixa que a
compaixão se te instale no espírito, antes que a palavra te configure as
considerações.
Presídios são escolas-hospitais,
dignas de apreço.
Irmãos internados nesses
educandários se erigem à posição de enfermos em tratamento espiritual.
Magistrados desempenham a função de
especialistas, cominando preceitos penalógicos, à feição de recursos curativos
para a supressão de desequilíbrios determinados.
E, de nossa parte, devemos ser os irmãos
compreensivos de quantos se vejam na condição de doentes da alma, integrando
com eles a grande família humana.
Somos todos Espíritos imortais,
companheiros da mesma caminhada evolutiva.
De que maneira condenar os
semelhantes, se não dispomos de meios para analisar-lhes o sofrimento, quando o
sofrimento lhes extravasa do ser, em forma de ignorância e doença, obsessão e
criminalidade?
Que espécie de dor terá erguido o
braço daqueles que promoveram a destruição do próprio corpo?
Quem terá impulsionado a mão do
homicida contra aqueles que lhe experimentaram os golpes?
Quantos dias de resistência
gastaram os corações queridos, mas ainda inseguros, até que se emaranhassem nas
trevas da tentação?
Que forças invisíveis na Terra
induziram ao enfraquecimento e ao desânimo almas belas e cultas, quando
desertaram dos compromissos que elas próprias criaram na Causa do Bem?
E qual teria sido o nosso
comportamento se houvéssemos faceado as inquietações e os problemas em que os
nossos semelhantes, considerados em erro, se matricularam em rudes provas?
Meditemos nessas indagações, já que
não nos é dado conhecer os dramas da sombra, desde o princípio, a fim de que
não venhamos a intensificar os obstáculos de quantos se reajustam, muitas
vezes, à custa de tribulações e de lágrimas.
Entendemos a legitimidade dos
tribunais humanos e todos somos chamados a respeitar-lhes as determinações.
Entretanto, nas trilhas do
relacionamento mútuo, situemo-nos todos - todos nós, os Espíritos ainda
vinculados à evolução terrestre - ao esquema das consciências endividadas, ante
os foros da Divina Justiça. E, longe de agravar as aflições dos nossos irmãos,
sob assistência carcerária, auxiliemo-nos na reabilitação das próprias forças,
rogando à Misericórdia Divina para que se compadeça de todos nós.
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