O
Destino
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Fevereiro 1947
Destino e livre arbítrio sempre coexistem
nas atividades humanas.
O Criador Infalível estabelece a Vida
Universal. O homem falível traça os roteiros da vida que lhe é própria.
O Pai organiza as leis eternas.
O filho vale-se das experiências.
Não há fatalidade para o mal e sim destinação
para o bem.
É, por isso, que a todas as criaturas foi concedida
a bênção da razão, como luz consciencial no caminho.
Se o Senhor Supremo estatui diretrizes e
recomenda aos homens a execução dos princípios formulados, o homem é compelido
a cooperar em sua obra divina.
Da desobediência da alma aos supremos desígnios
procedem as desarmonias no serviço universal. E quanto maior a expressão de entendimento
no Espírito rebelde, mais agravo de responsabilidade caracteriza a intervenção
indébita do colaborador humano que abusa da magnanimidade das Leis Divinas.
Quanto maior a capacidade do discernimento,
mais vasto o débito.
Que a alma encarnada, pois, compreenda o transcendentalismo
das divinas concessões e desempenhe os deveres que lhe competem no caminho
diário. Ninguém fugirá ao doloroso trabalho individual de recomposição dos elos
quebrados na corrente da universal harmonia.
Cada devedor será defrontado pela própria dívida,
agora ou mais tarde, atentos à realidade de que nem todas as sementes produzem
frutos dentro de alguns dias ou de algumas semanas. Se os minúsculos grãos de
vida dos legumes oferecem resultados em alguns dias, plantas existem que só
fornecem a multiplicação de valores no curso de longos anos. Assim, nossos atos
e compromissos. Nem todos proporcionam efeitos em tempo breve. Daí a
necessidade dos indivíduos e dos agrupamentos, quanto à real observação da
vigilância no círculo de si mesmos.
O Pai concede a bênção da oportunidade. Mas
ao filho compete a cooperação.
Há, portanto, leis que regem a vida e, consequentemente,
destinação de homens e coletividades a essa ou àquela tarefa, a esse ou aquele
trabalho nas edificações da experiência humana; entretanto, nesse campo,
permanece o homem - colaborador de Deus - com a sua capacidade de execução c
também de influenciação ou interferência.
Que todos nós, portanto, usando dos sagrados
dons da liberdade interior, colaboremos com o Pai no maior engrandecimento de
sua obra, a fim de que, no esplendoroso amanhã do futuro, venhamos a integrar
as fileiras dos servidores fiéis, a caminho da justa e real glorificação na
Eternidade.
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